quarta-feira, janeiro 16, 2008

Voltei, depois logo se vê

Não, não fui mobilizado para o Iraque, não arranjei um tacho no BCP, não fui encerrado pela ASAE. Apenas não me apetece, pronto. Um gajo farta-se desta badalhoquice, Ota prá aqui, Alchochete práli, puxa daqui, empurra dali, ora sai mais um estudo a pedido do freguês, putaquepariuestamerdatoda.
Dou por mim a descer a Avenida da Liberdade a falar sózinho, com o pessoal a deixar uma distância respeitável da minha pessoa, sei lá porquê, será da roupa suja e coçada, dos sapatos sem sola, dos peúgos rotos, do cabelo a precisar de lavagem desde o Natal de 2003? Pôrra, pá, eu ainda tenho alguma dignidade, ainda uso gravata, ou melhor meia-gravata, a outra metade foi roída pelos ratos do esgoto. Pois é, a minha sanidade mental foi-se junto com os impostos, com os SAP´s encerrados, com as urgências deslocadas, com as reformas do ensino, com as queixas da ASAE, e ando aqui ao sabor do vento e da chuva avenida acima e avenida abaixo, a perguntar ao polícia da esquina qual o significado da palavra liberdade e porque raio é que esta merda de sítio tem esse nome. E o chui puxa do cassetete, dá-lhe algumas voltas entre os dedos, e ameaça: “Ah, sacana, se te apanho a fumar!...”
E estas são só as pequenas razões porque abandonei temporáriamente este blog, que felizmente para mim não é lido por ninguém, senão já andava tudo como eu, com a base de dados toda baralhada. Um gajo não é de ferro, foda-se!

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