quarta-feira, novembro 25, 2009

Homenagem aos vencedores do 25 de Novembro de 1975

Comemora-se hoje o 25 de Novembro. A quem o fez, inventou ou consolidou entendo agradecer o seguinte:

- o fim da manipulação esquerdista das forças armadas, passando estas a ser exclusivamente manipuladas pela direita, aliás como deve ser.

- A expulsão dos comunistas da esfera de influência social bem substituidos pelos sociais democratas, liberais, neo-liberais, demo-cristãos, conservadores, fascistas, proto-fascistas e esquerdelhos arrependidos, e muito bem já que esses são os verdadeiros democratas.

- O fim da denominada Reforma Agrária que devolveu terras aos seus legítimos proprietários, terras essas abusivamente cultivadas pelos ocupantes e não deixadas ao abandono, aliás como devia ser.

- A privatização de tudo o que devia ser privatizado, incluindo pedras da calçada, que foi e está a ser levada a cabo pelos génios patrióticos que fizeram o 25 de Novembro bem como pelos seus descendentes. Aliás, como deve ser.

- A submissão do país aos interesses do imperialismo norte-americano e europeu que tudo têm feito pelo bem estar dos portugueses como está à vista de toda a gente.

- A supressão de direitos de quem trabalha em exclusivo benefício dos patrões que assim podem acumular chorosos lucros sem mexer uma palha. O que é justo.

- O abrir de portas a tão reputados doutores e defensores do povo como Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Armando Vara, António Preto, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras e outros que só nos enchem de orgulho.

- O surgimento de figuras de opereta tão distintas como Alberto João Jardim, Santana Lopes, Paulo Portas, Vítor Constâncio, Pacheco Pereira, Durão Barroso, Rebelo de Sousa, José Lello, Santos Silva e outros para nosso gáudio e distracção.

- A promoção de grandes estadistas do calibre de Sócrates e Cavaco para nosso prestígio.

E finalmente, para podermos homenagear em completa e responsável liberdade esse grande herói que foi Jaime Neves, tanto em África como no 25 de Novembro.
Homenagem que devo estender a todos os filhos da puta que se prezam.

Onde se fala de um tripulante que...enfim...



O 2º (e único) remador depois de algumas dezenas de anos a ponderar, resolveu aproveitar o tempo livre para se doutorar em patronato de alto mar, qualquer coisa como Belmiro de Azevedo dos Oceanos, e tornar-se assim no único verdadeiro marinheiro desta desgraçada tripulação que, mesmo sem barco, já passou por melhores dias.
E este 2º (e único) remador resolveu pôr em prática a teoria aprendida fazendo-se ao oceano em duvidosa companhia. Sobre a viagem nada há a dizer. Ou por não haver mesmo nada a dizer, ou por haver muito a esconder. O que é certo que este marinheiro subiu no patamar hierárquico da tripulação para um cargo honorífico do qual esqueci o nome. Mas, para sermos bondosos, digamos que estará ao nível de um Fernão Mendes Pinto antes de chegar a Melides, ou de um Vasco da Gama antes de atracar na Trafaria. A grande diferença, se é que ela existe, entre este remador e os navegantes atrás citados, é que não existem registos de navegadores solitários do Tio Sam na época dos descobrimentos. Ou porque a América ainda não tinha sido encontrada, ou porque os americanos da altura se estavam cagando para os europeus (os de hoje também, mas os antigos cagavam de maneira diferente).
É assim que nas páginas deste blogue que (Graças a Deus!) ninguém lê ou consegue ler, que se debita a devida homenagem a este valoroso português, para que este seu feito não caia no esquecimento.

PS1: Eu não queria divulgá-lo, mas andar perdido e à deriva entre Sines e Porto Santo só com 2 minis para matar a sede é de um gajo se esquecer de ir ao cagatório durante seis dias!
PS2: O americano (como já devem ter entendido) que se fez acompanhar por este famigerado tripulante nesta atribulada viagem já deve estar recolhido em algum hospício a receber tratamentos de duches frios e choques electricos. Convém saber que não deve ter sido nada fácil para ele…

terça-feira, novembro 17, 2009

Nesta história de merda a única que se safa é a Scarlett, coitada



Estava eu a sonhar com uma orgia com a Scarlett Johansson quando a puta da campaínha da porta se lembrou de começar a tocar, o que me fez saltar da cama abruptamente sem saber se estava a dormir ou acordado. Vi logo que era o Elias, pois o estúpido só larga o botão quando lhe abrem a porta. O Elias era agora chefe das escutas, cargo a que chegou depois de frequentar as Novas Oportunidades e de pedir uma cunha ao padrinho que milita no partido e que só por acaso é juíz no Ministério Público.
- Que queres? Sabes o que perdi por tua causa? – perguntei eu entre o irritado e o ensonado.
- Tem de vir já, o chefe diz que é urgente. Parece que andaram a escutar o Filósofo sem ele dar autorização.
- Mas tu não és o responsável pelas escutas? – perguntei.
- Sou, quer dizer, não sou… sabe bem que só faço o que o chefe ordena, mas está bem, ele diz que o responsável agora sou eu.
Pouco inteligente, o Elias, mas enfim, com a falta de especialistas para o cargo só mesmo ele. O ultimo responsável das escutas apenas sabia falar tetum e era surdo que nem uma porta.

Passei o cabedal pelo duche frio, lambi uma torrada, dei leitinho ao tareco, liguei à mamã a dar-lhe os bons dias, e saí de casa mais o Elias atrelado a mim como um cão. Chegados à sede e depois das revistas da praxe, lá nos enfiámos como pudemos no gabinete do chefe, os três mais o hipopótamo, a mascote da agência, que se entretinha a roer um molho de cenouras enquanto dava uma vista de olhos pelos jornais do dia.

- Temos crise da grossa! – disse o chefe. – Alguém vai ter de descalçar esta bota. – e olhou de soslaio para o Elias, e de frente para mim.
- Ferdinando, o que sabes tu de escutas? – perguntou.
- Bem, chefe – respondi – para lhe ser franco sei tanto de escutas como de algebra linear.
O homem arqueou uma sobrancelha.
- O Filósofo pede resolução imediata do problema. Já sabem que se a coisa estourar são os vossos empregos que estão em perigo. Eu já tenho um lugar prometido numa empresa pública.

Não foi preciso dizer mais nada. Arrastei o Elias dali para fora que já começara com as lamentações e a arrepelar os cabelos, preguei-lhe dois tabefes para acalmar e fomos discutir o assunto para o Boca na Botija.

Ao fim de meia dúzia de imperiais já o homem parecia mais alegre, apesar do hipopótamo que nos seguira desde o gabinete do chefe e que se sentara duas mesas mais atrás procurando passar despercebido.

Enquanto o Elias me contava as desventuras da irmã que fora recentemente internada num hospício após ouvir o último disco do José Cid, eu traçava mentalmente um plano para resolver a situação.

Duas semanas mais tarde, estava eu a banhos numa ilha perdida do Pacífico, quando o Elias telefonou.
- Sabe, parece que substituiram as gravações das escutas por um concerto do Paulo Gonzo ao vivo. Já pode regressar a casa, o Filósofo está safo.

Não sei se voltarei. Depois de ter enviado pelos ares o edifício da Telecom e enterrado a barragem de Castelo de Bode não creio que a minha popularidade esteja em alta. E pelo menos aqui posso sonhar à vontade com a Scarlett Johansson sem ter o Elias, o chefe ou o Filósofo a chatear.

Só não me consegui livrar ainda do hipopótamo. O cabrão tem-me seguido por todo o mundo e às vezes mesmo que não o veja, sinto os seus olhos maldosos cravados na minha nuca. Se a besta tivesse tentáculos diria que o polvo já se expandira irremediávelmente por toda a parte.

sexta-feira, novembro 13, 2009

Economistas...

Quando ouço o Medina Carreira sinto vontade de me atirar a um poço. Ainda não descobri porquê.

Também não sei porque é que sempre que ouço e vejo o Miguel Frasquilho tenho vontade de lhe atirar com um penico cheio à cabeça.

Há também um tal Costa Pinto que sempre que abre a boca termina abruptamente com a minha insónia.

Quando ouço alguém dizer que fulano de tal é um grande economista vou logo esconder o meu porquinho de porcelana.

terça-feira, novembro 03, 2009

ponto e vírgula

só me apetece escrever assim sem pontuações e sem maíusculas como o saramago depois daquela polémica por causa do livro caim isto até me faz lembrar um cão a ganir caim caim mas a coisa acabou aos beijinhos e abraços e com o nobel a facturar mais uma vez à custa dos talibans da ic isto é igreja católica para quem não sabe
mas agora parece que já temos governo e podemos dormir descansados porque não se vai passar nada até o aumento do desemprego deixou de ser noticia e os neoliberais mais os neoneo liberais mais os neo neoneoliberais discutem a baixa dos ordenados do pessoal porque só assim é que o país evolui e o caralho que os foda não sei onde onde é que foram desencantar estes cromos os medina carreira antonio borges zeller não sei quantos ferraz da puta que o pariu e o que interessa é o caim do saramago mais a biblia e o benfica e a coabitação pacífica sócraste-cavaco nem a operação face oculta vai animar as hostes que já estão fartas de casa pia maddie furacão freeport apito dourado bpn bem pode o vara e o sucateiro e capangas rebolar-se de riso que a justiça vai mesmo funcionar mesmo mesmo
e não sei como é que o saramago consegue escrever tantos livros sem pontuação eu já estou a ficar tonto com a falta de virgulas e pontos finais deve ser para poupar espaço e tempo a escrever e a ler pois  assim a gente nem sequer tem tempo para respirar entre cada virgula nem para ir dar banho ao cão quanto aparece o ponto final
aproveito agora o parágrafo sem ponto para bazar que já chega uff
ps vem aí o são martinho e o vinho ainda não apanhou frio isso sim é que é um problema do catano