quinta-feira, janeiro 26, 2006

Se já não os aguentas, toma lá música!


Contra os discursos dos vencedores e as desculpas dos perdedores, contra as bocas da Moura Guedes e a verborreia líquida do Pacheco Pereira, contra as previsões do Constâncio e os comentários do Delgado, contra as interrupções do Sócrates e os silêncios do Cavaco, contra as falácias do Rebelo de Sousa e as plásticas da Lili Caneças, contra as bichanices do Castelo Branco e as piadas do Alberto João, contra os recados do Pinto da Costa e a brilhantina do José Veiga, contra as homílias do Louçã e as simpatias do Jerónimo, contra todas as nódoas, mesmo as mais difíceis, apresento este extraordinário produto de limpeza auditiva, extreminador de bactérias e insecticida, desentupidor e esterilizante. A sensação de pureza é igual ao rabinho de um bébé acabadinho de lavar.
Só para quem gosta.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Última sondagem

Sondagem Cesto da Gávea com garantia de total imparcialidade em relação a todos os candidatos. O suborno recebido foi igual para todos.

Cavaco Pereira 51,98 %
Manuel Soares 51,9775 %
Mário Alegre 51,955 %
Jerónimo Louçã 50,69 %
Francisco de Sousa 50,69 %
Garcia Silva 3,1416 %

Houve um candidato (não interessa qual) que chegou atrasado à nossa redacção e só trazia consigo o suficiente para um par de bejecas.

Nota: sondagem realizada aleatóriamente a cidadãos residentes no atol de Mururoa, cemitério do alto de S. João, base de Guantanamo e num hospital psiquiátrico do Burkina Faso. Os indecisos foram eliminados sumáriamente com um tiro na nuca.

Cavaco à Presidência, já!

O inevitável vai acontecer. Cavaco, o mais vazio e sobrevalorizado político que esta paísa alguma vez pariu desde a esposa de D. Afonso Henriques, vai ser presidente pelo menos durante os próximos 5 anos. O endeusamento do candidato foi evidente por parte dos seus capangas e pela maioria da comunicação social. Qual D. Sebastião, é vê-lo a botar palavra para os empresários/gestores/financeiros/filhos da puta que enriqueceram e vivem à nossa custa desde que o homem se sentou na cadeira de 1º ministro. É essa mesma gentalha que espera agora que este homenzinho inculto (como convém), convencido (como convém), vaidoso (como convém), arrogante (como convém), de poucas falas (como convém), mova a sua influência como presidente da Républica, passando por cima de tudo e de todos e da própria Constituição, para que as verbas que aí vêm da Europa tenham uma justa distribuição, ou seja, pelos mesmos de sempre. Não será preciso pressionar muito o algarvio cuspidor. Ele é o homem certo no lugar certo, e quando o pessoal se fartar do Sócrates surgirá um lambe-cús laranjinha para formar um governo providencial, com os gurus do marketing e do tratamento de imagem a tratarem da devida lavagem ao cérebro dos possíveis descrentes.
Será dessa vez que vou trocar o meu velhinho telemóvel por uma coisa de 5ª geração com GPS, e toda uma série de acessórios inúteis? Será dessa vez que irei trocar o meu carrinho por outro novo e endividar-me até aos cabelinhos para o poder pagar? Será dessa vez que comprarei toda a merda electrodoméstica que me aparecer à frente sem esperar pela descida de preços só para ter o prazer de ser o primeiro a comprar determinado produto?
Pôrra, toda a gente fez isto durante o cavaquismo menos eu. Carrego comigo o estigma de não ter contribuído para o endividamento do país e para o estado da economia. Até quando aguentarei isto?
Cavaco à presidência, já!


Comunicado da Redacção do Cesto da Gávea

É notório que o autor deste artigo não se encontra bom da cabeça. Prometemos que a partir da próxima 2ª feira este energúmeno receberá o devido correctivo. Não pode ser já para não darmos muito nas vistas. O homem ainda não é presidente, pôrra!

quarta-feira, janeiro 18, 2006


O Secretário-geral do Conselho da Europa classificou "de cruel e vingativa" a pena de morte aplicada a um índio de 76 anos, cego, surdo e com problemas cardíacos pelo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
Nada mais falso. O que o Schwarzemerda quis demonstrar é que é um fervoroso adepto da eutanásia.

terça-feira, janeiro 10, 2006

A não perder!!

Mais uma vez o Dragoscópio presenteia-nos com este magnífico naco de prosa e de oportunidade.

terça-feira, janeiro 03, 2006

A Sopa


A sopa é o chamado papão das criancinhas. Por mais que os ilustres medicine doctors insistam em dizer que a sopa faz bem, não se encontra uma única criança neste mundo que não torça o nariz só de tal ouvir falar. A sopa é o engano da burguesia, servida como caldinho de galinha deslavado em canecas de duas asas em vez da tradicional colher de sopa. A sopa, a verdadeira sopa, é a dos pobres: feijão com hortaliça e chouriço industrial. Não admira, pois, que a catraiada recuse a mistela. Pequena burguesia em ascensão, diz-se. Falta de educação alimentar, murmura-se. Afinal ninguém gosta de ser pobre, é preferível servir a sopa aos pobres. Um belo exemplo de serviço voluntário que as tias que recusaram a sopinha em pequenas gostam de fazer, uma espécie de caridadezinha mais ou menos vegetariana. Por isso se diz em determinadas situações que "levei sopa", ou seja querias lagosta suada mas levaste com o caldo verde da véspera. E ninguém vai servir lagosta ou caviar aos sem abrigo. Querias? Toma lá sopa! Até porque não soaria nada bem chamar àquilo "a lagosta dos pobres" ou o "caviar dos indigentes". Seria pouco ético, e além do mais o que faria aquela gentalha perante estas iguarias? Certamente exigiria muito mais e melhor, tipo sopa de tartaruga das Maldivas ou papas de ornitorrinco em molho bêchamel...
Mas todos sabemos que a falência espreita à porta destas titis de pacotilha, principalmente as que têm um sobrinho ou afilhado muito competente a gerir alguma empresa importante, e que são quase todas. Aqui, o mais certo é levarem sopa todos os dias lá do menino, que não dispensa a lagosta e o caviar à mesa, os passeios aos fins de semana pelas quintas do Alentejo em jipe BMW, com convidados VIP tipo João Talone, Miguel Cadilhe ou Fernando Ulrich. Enfim, a nata da sociedade, os tais que recusaram a sopa em pequeninos. E é assim que a nossa juventude vai progredindo, mandando a sopa pela pia abaixo. E embora alguns ainda não tenham posses para comer lagosta e caviar todos os dias, nem sequer quando o rei faz anos, sempre se vão enganando a comer umas lasanhas ou pizzas regadas a litros de coca-cola, enquanto os papás ou os amigos dos papás não os colocam a gerir qualquer negócio de interesse nacional subsidiado a contento de interesses particulares.
A sopinha é tudo o que resta a todos os outros, os tais que torçem o nariz só de nela ouvir falar mas que não têm outro remédio senão tomá-la às colheres. Um caso grave de neo-masoquismo, ou se quiserem, de auto-flagelação.
Mas como já não tenho nada a perder, ponham-me lá nessa sopa um pouco mais de feijão, alguma massa cotovelo, uma cenourinha esmagada, um tomatinho idem, um pedacinho de orelha e umas rodelinhas de chouriço caseiro e fiquem-se lá com essa merda da lagosta e do caviar, mais a puta da pizza e o caralho da lasanha, afoguem-se em coca-cola e champanhe francês, e deixem-me cá sózinho a levar a sopinha ao altar com um copinho de tinto e uma fatia de pão escuro.
São servidos? Vão comer ao tota...

Regresso

Depois de umas mini-férias regresso à base. O mundo não mudou, o país não mudou, o blogue não mudou, mais ninguém tem a coragem de ler esta merda. E por aqui andamos, cagando e rindo...