sábado, abril 30, 2005

E pronto, já temos o Valentim outra vez. E eu a pensar que já não veria mais a criatura a arrotar as postas do costume, e eis que ele surge, qual vampiro ressuscitado, qual novo disco do José Cid, qual lingerie da Teresa Guilherme, qual perdigoto do Cavaco Silva. Será que ainda verei de novo o Santana e o Durão? E o Vale e Azevedo? E o Paulo Portas? E o Bagão Félix? E a música dos UHF? E as crónicas do Luís Delgado e do Vasco Graça Moura? Pergunto: que mal fiz eu para me privarem de tanta alegria?
O Valentim é como o selo de postal que por mais que se cuspa em cima nunca cola, que nunca viaja em definitivo para Uagadugu, que nunca se demite da Liga de Futebol, de consul não-sei-quê da Guiné-Bissau, de administrador do metro do Porto, de major na reserva, de presidente da Câmara, qual verruga castanha e pelosa plantada em definitivo na ponta do nariz.
O Valentim é como uma estátua no meio do jardim, onde os pombos cagam e os cães mijam no pedestal. O Valentim é património da humanidade lusa, é o deus dos chico-espertos, a almofada dos mortos-vivos incompetentes gestores de empresas, câmaras municipais, clubes de futebol e contínuos de sedes distritais do PSD. O Valentim devia estar na quinta das celebridades a dar peidos pela boca e a declamar sonetos do Graça Moura pelo cú. O Valentim está ou estava sobre investigação e mal lhe puseram uma câmara de tv à frente do focinho vomitou diarreia em todas as direcções. Se o Valentim fosse um cobarde nunca chegaria onde chegou, nunca daria frigoríficos e aparelhos de tv a bimbos-paspalhos-analfabetos em troca de um voto na sua ilustre não-pessoa, nunca faria discursos na tv, nunca estaria sob investigação policial.
O Valentim tem razão quando diz que foi apresentado como um troféu de caça. A cabeça do Valentim pregada na parede ao lado dos cornos do veado do Alasca ganharia o óscar do bom-gosto na arte da decoração.
Já fechou a caça ao Valentim?

terça-feira, abril 26, 2005

Cagando d'alto e com orgulho

Tripulantes

Portugal vê finalmente uma luz ao fundo do cú, desculpem, do tunel.

Cientistas amerdicanos descobriram bactérias que produzem 4 vezes mais hidrogénio a partir de matéria bio-degradavel.
Ora quem diz bio-degradavel diz Merda e quem diz hidrogénio diz pilhas de combustível e energia electrica.

Portugal poderá assim tornar-se no maior produtor de energia eléctrica da Europa (sim, porque nas Américas estão lá os amerdicanos).

A assembleia da República, o Palácio das Necessidades (que poderá finalmente ver reconhecida a riqueza do seu nome) e os vários Ministérios e órgãos de governação poderão finalmente contribuir para a riqueza do país.

Troquem-se as Centrais a carvão e a gás que tudo poluem e coloquem-se cagadouros produtores de energia electrica, colaborando sumultaneamente para a limpeza do país.

É também uma oportunidade única para a TM criar uma cadeia de postos de "Cague aqui e carregue o seu telemovel".

Imaginem os slogans:
- O cagar é uma actividade electrica.
- Conta da EDP elevada ? Cague nisso.
- Sem bateria no telemovel? Cague nisso.

Mais uma vez a TM está à frente do mundo e podemos dizer com orgulho que JÁ HÀ MUITO TEMPO QUE CAGAMOS D'ALTO.

quarta-feira, abril 20, 2005

"O Opus Dei, com menos de um século de existência, já bateu os jesuítas no ensino e todas as outras ordens religiosas na economia, na banca, no dinheiro, quais novos templários. O último Papa considerou-os e beatificou o seu fundador, Monsenhor Escrivá - das beatificações mais rápidas, surpreendentes e polémicas da história da Igreja Católica. Hoje, com Ratzinger elevado a Papa, o relógio do Vaticano acertou a hora pelo relógio do Opus Dei. Com Bento XVI, a «Obra de Deus» chega assim ao poder mais desejado". (de um artigo n´ A Capital)

Caríchimos irmaõz e irmãnz,

Eich enfim chegado o momento que tanto echperavam. Ach nochas orachões foram ouvidas por Deuch Nocho Chenhor e concheguimos eleger o Chanto Padre chuchechôr do anterior e a ele pochterior, num tempo record e chem chobressaltos. Chua Eminênchia o cardeal Ratjinger é o papa Bento XVI, por gracha do Echpirito Chanto e da Chanta Igreja Católica. Temoch por fim um papa que combateu na Chegunda Guerra no ejército naji, que é contra comunichtas, marchistas, liberaich, materialichtas, chochialistas e todos och que não comungam da fé crichtã. Ou não foche ele o nocho inquijidor-mor do Chanto Ofichio, chuchedâneo deche eminente archebispo Torquemada, que converteu milhares de ateuch ao crichtianismo, algunch até depoich de mortos. Ou não foche ele um defenchor da Opuch Dei, echa organijação que jela para que a Chanta Madre Igreja chiga de perto o poder político, económico e financheiro e com ele che confunda para melhor converter och infiéis.
Em nome do Pai, do Filho e Echpírito Chanto, echte papa é um echpanto!
Amén que che fach tarde.

quarta-feira, abril 13, 2005

Depois de ver os milhões de pessoas que assistiram às ezéquias do papa João Paulo II, do movimento internacional pela canonização do homem, dos milagres descritos pelos mais insignes crentes do fundamentalismo católico, da posição de ilustres membros da Opus Dei nas páginas de alguns jornais portugueses, decidi-me:
Sou totalmente a favor da canonização póstuma e urgente do defunto papa!
Querem saber porquê?
- O fim do comunismo, essa doutrina satãnica sobre a qual o profeta Onanias III vituperou na célebre pregação às ratazanas do rio Trancão em 2643 A.C.
- A expansão do vírus da sida à escala global, tornando os seres humanos mais iguais e mais despojados dos bens terrenos de luxo, como o uso do preservativo.
- A condenação silenciosa dos jesuítas que se oposeram à ditadura em S. Salvador, e que atingiu o auge com a eliminação física (não assassinato) do arcebispo Oscar Romero em plena missa, satãnica com certeza.
- O apoio ao general Pinochet, o maior contribuinte cristão na eliminação (assassinato não) dos fracos e oprimidos no Chile.
- O apoio a Suharto na Indonésia, o que permitiu a eliminação (nunca assassinato) de milhares de satãnicos timorenses.
- Ter escapado a vários atentados do Demónio, que como sabem não gosta de papas.
- Ter condenado o aborto, o que permitiu haver tanta gente no seu funeral a agradecer ter escapado a uma morte horrorosa. Só os bandalhos que morrem à fome em África ou que sobrevivem nas favelas da América Latina é que são mal agradecidos. Nem puseram os pés no Vaticano!
- O martírio da entubação que sofreu, qual S. Pedro crucificado de cabeça para baixo assando na fogueira!
Estas razões são mais que suficientes para me convencer.
Já agora, proponho a canonização do mártir Santana Lopes pelas facadas nas costas, tal qual S. Sebastião (aqui foram setas, estúpido!), a canonização de Cavaco Silva, Guterres, Durão Barroso e Paulo Portas por terem feito o milagre de transformar em merda 99.000 km2 de território, e por fim proponho a minha própria canonização por fazer milagres a esticar o ordenado para que eu e a minha família não ardam nas fornalhas do inferno, e já agora a canonização de todos os portugueses mártires que têm a infelicidade de serem portugueses e viverem em Portugal, e que apesar de alguns não terem culpa nenhuma do estado a que isto chegou também devem pagar por isso, pois só assim é que chegam a mártires.

segunda-feira, abril 04, 2005

Contradições? Bah!!

O post anterior levanta legítimamente algumas questões que, na minha modesta opinião importa reter, esclarecer e discordar.
Continuo a assumir que os EUA são de facto um país de grandes contradições, pois estamos a falar num império que estendeu pelo mundo inteiro o seu modo de vida, que assenta no dinheiro, no poder do dinheiro, no controle do dinheiro, a todo e qualquer custo. Muito antes desta globalização já existia o american way of life, com as calças levi´s, os macdonalds, os cigarros marlboro, a coca-cola, as mamas da Pamela Anderson e os músculos do Schwarzemerda. Por muito que nos custe continuamos a viver segundo os padrões de consumo em que assentam as teorias americanas do uso, posse e crescimento do dinheiro. E raramente pomos em causa essa forma de vida, pois até nos dá um certo jeito... A penetração global americana tem aqui uma soberba auto-estrada.
É evidente que aquele país antes de existir foi um território dividido entre colonialistas europeus (ingleses, franceses, espanhóis), que levaram até lá a sua filosofia de conquista que assentava no extermínio dos índigenas para melhor sugarem as suas riquezas. Esta prática não foi exclusiva no continente americano, também foi posta em prática na Ásia e em África, aqui com o privilégio de sermos o primeiro país do mundo a exportar escravos negros para a América. A nossa contribuição também foi importante...
A América nasceu da merda europeia, e a merda que de lá sai para o mundo inteiro é descendente directa dessa merda. Os nossos genes estão lá todos.
Não existe comparação possível entre a forma de fazer cinema de Eastwood e a de Michael Moore, nem é isso que está em causa. Moore serve-se do cinema para mostrar a América que se esconde por detrás das suas fachadas, Eastwood faz, apenas, bons filmes. Alguns até muito bons.
Moore simpatiza com o Partido Democrata, Eastwood milita no Partido Republicano e faz um filme cujo conteúdo nada tem a ver com as suas preferências políticas, antes pelo contrário. E isto é, na minha modesta opinião, uma inegável contradição, tal como seria contraditório Michael Moore vir a público atacar a eutanásia ou o aborto, ou defender as virtudes da família Bush.
A política americana assenta, de facto, no embuste, na falsificação e na mentira. Qualquer coisa boa que de lá venha deveria ter o benefício da dúvida, ou seja, isto é muito bom, mas... não estarei a ser manipulado? E estarei a ser manipulado por Woody Allen? E por Michael Moore? Será que tudo isto faz parte de um plano de subjugação das descrentes mentalidades europeias à globalização ideológica americana? O país que invade o Iraque, que cerca Cuba, que massacra no Vietname, só pode produzir energúmenos como Bush, aventesmas como Cheney, alimárias como Michael Jackson, raspas de vómito como Charlton Heston? Não pode parir essas coisas sublimes que dão pelo nome de jazz e rythm & blues, escritores como Truman Capote ou Chandler, políticos como Luther King, actores como Pacino ou De Niro, cineastas como Ford, Copolla, Allen, e (foda-se) Michael Moore e Clint Eastwood?
O facto de eu gostar de um bom filme americano faz com que me estejam a pôr uma venda à frente dos olhos para não ver a realidade que se esconde nesse meu gostar? Estarei, como espectador, a ser cúmplice dos assassinatos cometidos pelos americanos em nome do poder do dinheiro?
Ou andamos já todos paranóicos e cagados de medo como a maioria dos americanos ou os peregrinos de Fátima e Vaticano?
Prometo voltar a este assunto aqui mesmo, isto dá pano para mangas.

PS: Charlton Heston, que eu saiba, nunca foi actor ou cowboy digno desse nome, mas sim um execrável Moisés nos 10 Mandamentos e em mais não sei quantos filmes biblicos insuportáveis. Salvam-se alguns (poucos) filmes de ficção científica onde fingiu ser actor.
Pelo contrário (estas contradições são fodidas!) John Wayne foi um excelente actor de filmes de cowboys (e não só), alguns até entre os melhores de sempre, e apesar de ter pertencido à fascista Legião Americana, recordo com saudade alguns dos seus filmes que via quando era puto.
Sobre o medo americano recomendo o excelente filme de M. Night Shalyaman A Vila, que já aqui falei num post anterior.
Deixo aqui três filmes de Clint Eastwood dos quais gostei e nem por isso me senti tentado a mudar a minha forma de pensar: Bird (sobre a vida de Charlie Parker), Imperdoável e Um Mundo Perfeito.
Para esclarecimento, o canal da TV Cabo AXN passa às 2ªs, 6ªs, sábados e domingos o programa A América de Michael Moore, produzido, realizado e apresentado pelo próprio. Penso que o programa passa depois da meia-noite com repetição pelas 16:00h.
A não perder, até pela forma como Moore se serve da linguagem televisiva do espectáculo para denunciar e criticar. Contradições? Bah!

sexta-feira, abril 01, 2005

MICHAEL MOORE....SEMPRE !

Na hora em que o Papa se apresenta moribundo, depois de ter contribuído decisivamente para a queda estrondosa da antiga URRS de má memória, elevando aos céus a América do farwest num império absoluto de economia global.....
Na hora em que a equipa das quinas se vê em palpos de aranha para ganhar uns joguitos...
Na hora em que entra em vigôr o denominado novo código da estrada, com toda a genética baforenta do ADN fascizóide, tendo os ancestrais gênêrês como garante da perpetuação do atrasadismo nacional....
Na hora que tarda em passar...
É nesta hora que apanhamos com a leitura de uma ode ao quase perfeito, tendo como pano de fundo mais um filme amaricano, que até ganhou os prémios mais cobiçados pelos pato-bravos de Hollywood, e dado por esses mesmos.
Tenho como verdade que o Million Dollar Baby é de facto um bom filme e que o Clint Eastwood o que tem produzido e realizado pode ser considerado como de muito bom, embora me penetencie pelo fraco conhecimento que tenho da sua obra.
Agora que alguém se espante pela "terra de contradições" que se dá pelo nome de EUA, América para quase todos, isso aí já me preocupa.
Vejamos apenas para aguçar os espíritos: Será que os EUA são mesmo uma "terra de contradições"?
Digam-me onde há contradição, mesmo ao de leve que seja, na história dum país de história recente em que a sua origem, como país, se deve à conquista a tiro, facada e pulhice de gentes sem instrução, muitas das vezes escorraçados de países com culturas e pensamento evoluído, que começando por exterminar com os naturais seres humanos que habitavam essa parte do planeta Terra, os Índios, deram continuidade plena ao negócio da escravatura humana como meio a custo mínimo de enriquecer os mais dignos representantes do piorio da raça humana!
Digam-me onde há a mais pequena contradição na sequência lógica do anti-natural que serve de guia aos desígnios dum país em que, custe o que custar em vidas humanas e jogos sebentos de aldrabice pelo recurso à força, o poder do dinheiro é factor primeiro e único para justificar os meios. Acho desnecessário descrever esses factos, bastando apelar à memória, mesmo que fraca, das inumeras desgraças criadas em toda a América do Sul, Cubas, Iraques...
Digam-me onde há a mais ténue ponta de contradição na reeleição do jumento apelidado de Bush filho depois de ter havido um Bush pai e todos os outros iguais só que com outros nomes de família...
Poderia ir por aqui fora, mas por ora chega, pois apenas quero deixar claro que, lá por aparecerem uns quantos que, sendo naturais desse país, têm a coragem e o poder de demonstrar o que muitos não querem ver, não significa e muito menos justifica dizermos que os EUA são um país de contradições.
Mentira absoluta e embuste criado na amálgama do confusionismo reinante nestes tempos, aliás, demonstradamente aceite como um dos parametros fundamentais para criar e manter essa capa de garante da "liberdade libertina", qual Vaticano Papal.
O que é, vem, aparece, nasce, se alimenta, cresce ou desenvolve na panela dos EUA é MERDA, qualquer que seja o embuste em que se veste.
Ao Clint Eastwood falta-lhe o não ser dos EUA para que eu lhe batesse palmas e dissesse obra-prima. Não apenas por isso, mas principalmente porque não é assim tão exemplar e directo na simplicidade de nos pôr à frente dos olhos o óbvio: a merda dessa sociedade nojenta! E não apenas no âmbito do tão bem retratado no seu filme, mas também em tudo o que o envolve, nas muitas facetas que um Papa que nunca existiu, pelo menos desde que eu existo, deveria ter dito e actuado como missão única e suprema do seu reinado, mesmo sabendo que tal apostolado lhe daria por certo o inferno.
Mas, do mal o menos, ainda bem que existem e aparecem estas poucas execepções, a maior das quais, na actualidade se dá pelo nome de Michael Moore. Este sim, que nú e crú, mostra em simples linguagem o de mais pôdre está na origem duma sociedade denominada EUA. Ao ponto de levantar suspeitas de como é possível fazê-lo e continuar vivo.
E já agora, pode ser uma falha minha, mas o fulano que o Michael Moore apresentou ao mundo como sendo um digno representante do diabo, não foi o Clint Eastwood mas sim o também cowboy do farwest Charlton Heston.
Ou estou falho de conhecimento ou o tal embuste que a larga maioria de gentes dos EUA criam e alimentam é tão poderoso que até levam alguns que eu dou como esclarecidos a dizerem "país de contradições".
Sugiro, e já agora porque não utilizar um dos recentes instrumentos que os EUA criaram para dominar os papalvos, a consulta do site www.michaelmoore.com na internet.
E que apareçam rápidamente e em força muitos mais Michael Moore !
Por coincidência fui ver Million Dollar Baby no dia da morte de Terri Chiavo.Saí do filme emocionalmente arrasado mas de alma cheia por ter o privilégio de ter assistido a uma obra-prima, coisa rara nestes dias. Não falo dos magníficos actores principais (Clint Eastwood, Hillary Swank, Morgan Freeman), na realização sóbria, simples e sensível de um realizador (Eastwood) que não sabe fazer maus filmes, mas, que raio!, afinal quem é o republicano Clint Eastwood que ameaça correr a tiro Michael Moore se o apanhar a filmar à sua porta, e que nos dá neste filme um retrato humano e radical do problema da eutanásia, sem esquecer aquela América profunda, ignorante e racista que raramente vemos em filme mas que está tão presente na figura real e caricata do presidente Bush?Eastwood disse mais num só filme do que Michael Moore em dez, sem retirar mérito a este último.De facto a América é um país de grandes contradições...