segunda-feira, fevereiro 28, 2005

T-mail #3

Já consegui tirar o pai da prisão... mas agora há mais.

Dos cinco sentidos: audição, visão, sabor, olfacto e tacto, já te falei no controlo que actualmente existe em relação aos 3 primeiros (T-mail#2), mas há melhor.
Segundo parece, depois de há 5 anos os americanos terem introduzido os filmes com cheiro, começaram agora a cobrar direitos de autor pelos cheiros criados.
Portanto, a curto prazo, o cheiro a sovaquinho ou aos peidos do Tom Cruise (que apesar de velho ainda é um chamariz de bilheteira), passa a ter direitos de autor.
Se o esquema for o mesmo para os direitos de autor dos 3 primeiros sentidos, então vão começar a aparecer nas ruas detectores de cheiros e as sanitas já virão com detectores incorporados e isto tudo ligado ao Sistema de Obediência aos Direitos de Autor (SODA).
Assim, se os meus peidos forem iguais aos de qualquer famoso que já os tenha registado, poderei ir parar à prisão se me peidar na rua ou se o fizer em casa mais de um numero definido de vezes (do estilo: "só pode emitir 2 vezes por dia, odores semelhantes entre 90% e 100% a quaisquer dos odores registados na nossa base de dados dos direitos odorais"). Estou para ver como vai ser em relação a outros odores mais comuns na rua (a chulé, a sovaquinho, os arrotos com cheiro, etc.).
Nessa altura tenho mesmo que levar o pai para a província, longe do SODA porque senão, aposto que ele vai passar a andar na rua a peidar-se continuamente. Ou então junta-se com os amigos da TM no jardim e vão tentar tocar músicas com os sons dos peidos (e cheiros respectivos).

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

OLARILÓLÉ !

Ontem acordei mesmo bem disposto. Não sabia porquê, mas sentia uma disposição quase idêntica à sentida quando os tugas deram não sei quantos aos bifos no Euro2004.
De facto, só muito mais tarde e por acaso, vim a perceber qual o motivo de tão aprazada boa disposição que me fez andar a assobiar o dia todo diversas melodias portuguesas, e que me lembre foram ?Uma pomba branca? do Max, ?A garagem da vizinha? do Quim Barreiros, ?Óh tempo volta para trás?, para além doutras igualmente famosas. Também o sorriso de orelha a orelha com que não conseguia disfarçar a minha boa disposição, contrastando com o ar carrancudo dos dias anteriores, tem explicação ao perceber o que se passava.
De facto, temos um sexto sentido notável e que ainda não tem explicação científica.
E foi precisamente esse sexto sentido que originou toda essa boa disposição de ontem, pois só hoje tive conhecimento do facto que influenciou tal estado de alma.
É que ontem o PR deu posse ao 1º ministro!!!
Desde que o destemido, desavergonhado, paraplégico mental, coninhas, aldrabão do anterior 1º foi despedido que eu andava completamente à toa. Eu e mais todo o pessoal deste país. Não chovia, um frio do caraças, os tomates mudaram de cor, os bifes sabiam a peixe e o peixe a bróculos, a vidinha andava para trás.....
É que se não há um 1º, mesmo do pior que se imagine, tudo fica virado do avesso. Até nas coisas mais simples e banais, como é o caso da Stéfana ter deixado de chupar o caramelo, da Sheila recusar-se terminantemente a fornecer os seus favores de alcôva, da Brigite ficar horrorizada só de ouvir falar em sexo, e muitos mais sinais de atrofiamento compulsivo-repulsivo.
Acabado esse sofrimento de não termos um 1º ministro, logo tudo voltou ao normal e até já tive de reforçar o stock de viagra para conseguir dar resposta às solicitações.
Agora sim. Temos de novo um 1º e com ele voltou a boa disposição.
Dirão alguns que o melhor é esperar para ver. Pois cá por mim não preciso de esperar nada porque basta-me ter um 1º para saber que a vidinha vai andar para a frente, na boa!
E depois este não é um qualquer. Este 1º é do melhor que há e com uma maioria absoluta de correlegionários à sua disposição, vamos ter uma nova vida. Olá se vamos!
Eu, pelo sim e pelo não, até já comprei várias caixas de anti-concepcionais não vá o diabo tecê-las e ainda engravidar de tanta fornicação que se avizinha.
Olarilólé!!

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

O futuro escrito pelo "poeta" facho Vasco Graça Moura.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Não querendo expressar de forma a ferir susceptilidades os meus sentimentos relativamente aos resultados eleitorais, porque quero ser uma pessoa moderada, respeitadora, enfim, um exemplo de democracia, deixo aqui os meus sinceros e controlados desabafos sobre o evento:

FINALMENTE A MERDA FOI CORRIDA DO GOVERNO DESTE PAÍS!

No entanto, para os vencedores convém mostrar alguma prudência e contenção, pois todos sabemos que os próximos tempos se adivinham difíceis e todos somos poucos para ajudar:

ESTAMOS TODOS DE PARABÉNS PORQUE O PRÓXIMO GOVERNO VAI TRAZER MAIS UM BALDE DE MERDA PARA CADA PORTUGUÊS!

Devemos respeitar sempre os derrotados, pois hoje foram eles, amanhã podemos ser nós...

PAULINHO, VAI LAMBER A RATA ÀS PEIXEIRAS!
PEDRINHO, JUNTA-TE AO PAULINHO E LAMBE O RABO AO SARNENTO!

Quanto aos verdadeiros vencedores:

Jerónimo venceu o quê? A CDU parece um doente terminal a quem ligaram mais um balão de oxigénio e,

o BE atingiu o limite que o separa de ser um partido incómodo e exigente de um partido moderado e contemporizador.

Posto isto, apresento as minhas condolências antecipadas ao povo português.
Havemos de chegar ao abismo! Agora vai demorar um pouco mais de tempo, mas havemos de lá chegar, caramba!

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Este homem é o máximo! Merece por isso um lugar de destaque neste blog: o de papel higiénico!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

O Debate

Isto está a aquecer. E vem mesmo a calhar a irmãzinha ter batido a bota nesta altura. Deus não dorme e não esquece os seus fiéis. Bem me dizia o Bagão por entre a reza do terço no concelho de ministros: Pedro, vai por mim. Quanto mais pecares maior o teu arrependimento. E quanto mais te arrependeres mais Deus se lembrará de ti.
E assim foi. Quantas vezes me arrependi na vida? Tantas quantas as vezes que desisti de fazer alguma coisa. E agora vem este milagre, ouro sobre azul.
Como 1º ministro decretei luto nacional e suspendi a campanha. Claro que os bispos comunas não perderam a oportunidade, e vai de chamar oportunistas a quem, como eu, sente uma enorme tristeza no peito pela morte de um ser tão importante, como se chamava a fulana? Vai daí, gravata preta sobre camisa branca e toca a ir ao debate na TV que se faz tarde. O Paulo traíu-me, não traz gravata preta. Começo a ficar desconfiado com a defesa que ele faz dos seus ministros. Então não andámos todos no mesmo barco a fazer o mesmo frete? O que andavam esses ministros a fazer enquanto eu curtia nas boites? Iam à missa? Começo a sentir mais uma facadinha nas costas...
O filósofo atira-se a mim com todas as unhas e dentes e eu perco-me no decote da moderadora...O que disse o gajo? O fuínha com voz de padre também começa a desancar-me. Irrita-me este gajo. Onde estará o fazedor de boatos? Este gajo bem merece um, tipo pedófilo, pederasta ou coisa assim. Ainda bem que o comuna errouqueceu. É menos um a chatear. E além do mais o homem tem mau aspecto, com aquela fuça cheia de rugas, mais parece um operário. É a minha vez de falar. Ainda bem que trago a lição bem estudada. Estas frases custam um pouco a decorar, já o dedinho da mão dobrado a fazer um zero (porquê um zero?) não me custa tanto a fazer. É quase um tique. O fuínha fala não sei quê da fusão de bancos, da isenção fiscal, coisa complicada. O filósofo atira-se a mim, últimamente anda muito atiradiço. Intervalo.
Telefono ao Elias que já teve alta do Júlio de Matos. O que é isso da fusão de bancos, que merda é essa que fizeram que eu não sei de nada? O Elias, como sempre bem informado, explica que no passado o governo do filósofo fez o mesmo. Este Elias é magnífico! Sabe tudo! Não sei se fiz bem em admitir o Delgado...
O debate prossegue. Respondo ao filósofo que o governo de que ele fez parte também arranjou umas benesses à banca. O fuínha diz que eu estou a desculpar o meu erro com os erros dos outros e que isso é muito feio. Será que este gajo pensa que eu sou algum puto malcriado? No meio de tudo isto o Paulo continua calado, e só fala para se elogiar e elogiar os seus capangas: o Bagão para aqui, a Zézinha para acolá, não sei quê, não sei quê...
Final do debate. Respiro de alívio. A moderadora continua a provocar-me com o decote. Cumprimento democráticamente os meus adversários, dá sempre um bom efeito na TV quando passam o genérico final. Telefono ao Elias para lhe agradecer. Mas o gajo está de novo internado, parece que se esqueceu de tomar os comprimidos.
Meto-me no Jaguar, seguido pelos guarda-costas no Mercedes, os mercenários no Toyota, o general no BMW, os bombeiros no carro de bombeiros, os paramédicos na ambulância, as coristas no Clio. Pelo canto olho vejo o Paulo a sussurrar qualquer coisa ao filósofo. Engato a 1ª e saio dali com os pneus a chiar. Encontro-me com o professor no Boca na Botija, e não resisto, começo a chorar no seu ombro. O professor enxota-me, nada de confiança, diz, deixa-me ler os 386 livros que me restam esta semana. E eu que fiz tudo o que ele me pediu para que fosse para a TV pública ganhar um balúrdio! Ingrato!
Despeço a comitiva e fico só com as coristas. Combino com elas um programa especial para dia 20 à noite. Largo a gravata preta no contentor do lixo e rezo uma ave-maria, não vá alguém estar a ver.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

T-mail #2

O meu pai está preso.

Eu sei que ele é casmurro e ainda não aceita (ou sequer compreende) as leis mais recentes sobre a PI (Propriedade Intelectual) mas, fazer o que fez em local público, com os "spyeyes" e os "wallears" é levar as coisas a um extremo... muito extremado. Talvez sejam restos das maluquices que fazia com o seu grupo de amigos - parece que se chamavam "a TM".

Então não é que ele se pôs a contar, na roda de amigos que estavam no jardim, um episódio de uma série qualquer que tinha visto na TRISENS (TRISENS é o antigo formato constituído por VÍDEO a 3 dimensões, som sexofónico (6 vias) e cheiro, mas que foi abandonado quando os piratas começaram a interferir no canal do cheiro....).

Será que ele se esqueceu que tudo o que vê nos meios de comunicação não pode ser discutido, comentado ou falado em público, excepto se tiver a ?bolinha verde?? Eu sei que nos tempos dele nada era assim e (vejam lá a doidice) até na rua podiam assobiar e cantarolar qualquer música, podiam discutir filmes, séries, etc. Ele até diz que era aceitável comprar músicas num suporte qualquer e mudá-lo para outro (ele fala em Discos LP para cassetes ? não sei o que isto será).

Como já te disse no T-mail anterior (TMail#1) , agora até muitos dos pratos de comida típica estão sujeitos a PI e inclusivamente o WORD3000 tem um verificador de PI que nos desconta automaticamente uns cêntimos quando utilizamos frases sujeitas a PI.

Felizmente estou a escrever isto num velho computador LINUX (que é isto?) que o meu pai diz ser à prova destas verificações, mas mesmo assim não o ligo a nenhuma rede e tenho um filtro na ligação à fonte de energia. Claro que foi difícil aprender a trabalhar com isto ? é preciso usar uma maquineta com as letras (um ?teclado? segundo me parece) - pois é impossível o reconhecimento de voz, o que torna muito mais lenta a escrita de qualquer coisa (levei 2 horas para escrever este mail).

Bem, termino por agora e vou tentar falar com o conselheiro judicial na rede (que é uma IA ? Inteligência Artificial) para ver o que posso fazer pelo velhote.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

O Boato

O esquema já estava montado. O Elias fez valer os seus conhecimentos no Brasil e a notícia saiu, como se esperava, no tal jornaleco de Paraguiguagaçu, com direito a site na net e tudo. Por cá, e tal como estava combinado, o pasquim "O Homicídio" copiou para a 1ª página a grande bronca: "O filósofo é picolho!" Evitou-se assim um processo por difamação ao dito jornal, que até aumentou as vendas.
Mas o Elias avisou-me que isto não chegava, pois a internet ainda não tinha chegado a Vale de Palhaços e que pouca gente iria saber que o filósofo afinal gostava da fruta com bicho. Vai daí, e a conselho do Elias, lancei como tema da campanha o referendo sobre casamento dos mariconços, e até o Arnaldo deu uma ajudinha naquela célebre entrevista em que respondeu a uma pergunta sobre economia da seguinte maneira:
- Perguntem antes ao filósofo o que ele pensa sobre o casamento entre fufas e paneleiros.
E para mostrar que não me misturo com essa gente resolvi organizar, a conselho do Elias, uma mega-jantar com cerca de mil gajas minhas apoiantes, creio até que algumas já conhecia de Entre-Lençóis ou do Boca na Botija, e vai daí as garinas desataram todas a elogiar cá o artista, viva o garanhão de Vale de Palhaços, longa vida ao Mete-e-Tira da Lapa, e eu a ver como é que o filósofo iria sair desta, como é que ele iria tapar o buraco em que eu o estava a meter. E o meu entusiasmo foi de tal ordem que, enebriado pelo cheiro tentador de tanta fêmea e a presença das câmaras da TV, não resisti a lançar mais uma farpa à pessoa do filósofo, esta sim para o arrumar de vez:
- O meu adversário organizaria um mega-jantar com mil marinheiros, que depois o levariam ao colo...
Foi o delírio. Isto é, foi até o Elias se aproximar de mim a arrepelar os cabelos e a gritar:
- Conho de merda! Deitaste tudo a perder! Agora vão estar todos contra nós!
Fiquei surpreendido. Então a estratégia não era esta para fugir aos debates sobre politica ou lá o que é isso? Mas o Elias já não me ouvia. Batia repetidamente com a cabeça na ombreira da porta e babava-se abundantemente.
Mas o gajo tinha razão! Ouve um tal estardalhaço na opinião pública que eu tive a necessidade de prestar algumas esclarecimentos. Assim, pus o meu ar mais vitimizado de sempre e neguei tudo, que tudo não passava de um equívoco, o filósofo é que andava a espalhar o boato de ser picolho para no fim aparecer como vítima de uma cabala, e que a vida privada de cada um não era para aqui chamada, pois eu até tinha fama de putanheiro, tanta como o filósofo tinha de paneleiro, e ninguém tinha nada a ver com isso, e que o lixado no meio de tudo isto era eu, que já tinha caído de uma incubadora, levado facadas nas costas, despedido sem aviso prévio, e que não era nenhum queixinhas mariconço como o filósofo, que se ofendia tanto por uma coisinha de nada. Pelo sim pelo não chamei o Delgado para me apoiar, coisa que aliás não preciso de lhe pedir, e o gajo fez logo a comparação entre mim e o Bush, esse grande estadista, cujo nível de competência igualava o meu, que foi atacado por todos os lados e ganhou as eleições, pior ainda, atacado por aviões comandados por sujeitos que andam de mãozinha dada lá na terra deles mas que espalham o terror e a desordem na terra dos outros. É claro que a pergunta que ficou no ar foi com quem andaria o filósofo de mãozinha dada nas horas vagas, nas horas em que não andava em campanha de difamação das pessoas de bem. No meio de tudo isto acabei por despedir o Elias, que passou a usar uma camisa de forças e um capacete de espuma para não amolgar mais a ombreira da porta, e contratei o Delgado que me agradeceu efusivamente com uma tirada magnânima: - No dia 20 é que a gente conversa!
Assim já estou mais descansado e confiante na vitória. Só falta convencer o eleitorado que o Louçã é radical, que o Jerónimo é comuna, e que o Portas é gay.