terça-feira, outubro 18, 2011

O Ministro da Finanças é um Zombie!!!


O homem não está vivo e já cheira a cadáver, a mosca que ontem o importunou durante toda a entrevista na rtp1 não engana. E prepara-se para nos esquartejar e chupar o cérebro com uma palhinha.
Vamos deixar que nos transformem em zombies?

Ainda bem que somos governados por gente tão inteligente e preocupada com o nosso bem-estar





Anda um gajo ensimesmado com esta merda toda, eu que já tenho idade mais que suficiente e com um invejável curriculum de salazarismo, guerra colonial, 25 de abril sempre ou de vez em quando, 25 de novembro o caralho, fmi´s, soares, cavacos mais toda a corja infecta que saltou da latrina mal o carcanhol das europas entrou por vilar formoso aos turbilhões, eu, que a esta hora poderia e deveria como tantos outros estar a gozar de uma choruda reforma antecipada ou na reserva territorial por incapacidade intelectual, ando aqui a chatear-me com políticos e economistas ranhosos, que se isto fosse um lugar frequentado por gente com algum pingo de vergonha nas ventas e coluna vertebral de aço inox nunca teriam passado da junta de freguesia de santa pachacha de assobio ou  da contabilidade da única mercearia de algodres de baixo. Como sou masoquista, vou vendo ouvindo e lendo as escarradelas dos ilustres comentadores que poluem o éter, cada qual com a sua solução mágica para arrumar de vez a crise, tipo tira agora o coelho da cartola que já vais ver como é que te vão ao traseiro.
E como sou, na opinião de tão desbragadas criaturas, um dos muitos milhões de responsáveis que andaram a viver acima das suas possibilidades, pergunto se esse porventura meu pecado foi assim tão grave que tenha agora de levar com o inferno, o purgatório e o vítor gaspar em cima como castigo e penitência.
Por isso peço desculpa por ter comprado uma casinha a crédito quando os bancos andavam a oferecer empréstimos ao desbarato, ter comprado um carrito de merda a suaves prestações mensais aproveitando uma promoção da treta que a marca oferecia, ter trocado o meu velho televisor por um lcd pago em 10 vezes sem juros, ter comprado um frigorífico novo quando o velho deu o peido-mestre, e isto só para citar o mais relevante. Pois, sou culpado da crise, e o que deveria ter feito era ter entrado para um partido do arco do poder, militado na jota, aparecer, qual emplastro, ao lado do líder, atirar umas bojardas para a comunicação social e ganhar um lugar de deputado, secretário de estado ou até de ministro, com algumas alcavalas pelo meio em administrações de empresas públicas, público-privadas e bancos da treta, somando meia-dúzia de pés de meia em negócios de alto valor acrescentado na minha conta bancária na suiça, e vivendo à grande e à francesa em moradias de luxo rodeado de veículos topo de gama e putas de todas as cores, feitios e sexos.
Tem muita razão a senhora merkl em exigir-me o pagamento de dívidas que eu nunca tive, especialmente aquelas contraídas com a aquisição de coisas que a senhora me obrigou a comprar, têm muita razão os que apontam o dedo à minha exagerada despesa com o sns, principalmente quando fiquei doente, e o meu abuso das instituições de ensino, pois deveria ter permanecido alegre e analfabeto evitando gastos inúteis ao estado.
Para quem andou tantos anos a levar com crises em cheio nos cornos, embora com alguns muito pequenos intervalos respiráveis, mais crise menos crise pouco importa a quem já está malhadiço, calejado e habituado. No fim vamos todos voltar à terra e ao mar como quer o sr. presidente, que é onde está o nosso futuro. Enterrados bem fundo ou a nadar junto à costa até os tubarões darem conta do que ainda sobrar.
Ainda bem que somos governados por gente tão inteligente e preocupada com o nosso bem-estar.

Imagem retirada do 15 de Outubro na cidade do Porto

sexta-feira, outubro 07, 2011

Os Régulos


Cidadão interessado, leio, vejo, oiço, vou-me informando como posso dos males que afligem o país. Males que para mim não são novidade, pois os previ – tenho provas escritas – em fins de 1975 e pelos anos adiante.
Exigem agora os credores que se pague o devido e os governantes tomam a si o papel de homem do fraque, batem a horas mortas à porta do cidadão a lembrar-lhe a dívida. A lembrar-lhe também que foi tolo, não devia ter acreditado em histórias da carochinha.
Na confusão de responsabilidades e obrigações uma coisa surpreende: nos centros onde o poder reside, as únicas cabeças que mudam são as dos títeres engravatados que, ora anunciam pomposamente medidas de salvação, ora assustam com profecias de pragas bíblicas. Os senhores que de facto mandam são, mais cabeça menos cabeça, os que vêm do antigamente pré-revolucionário. Seguram eles com mão firme os cordelinhos e agem a seu bel-prazer, de modo que constantemente me ocorre a pergunta: que democracia é esta, que me dizem existir e mal consigo enxergar?
Porque vamos lá a ver: temos todos os mesmos direitos? Não temos. As mesmas oportunidades?  O mesmo tratamento? Olham os juízes de modo igual para o senhor Isaltino e para o Manel que roubou uma carteira? Goza o pobre que deve quinhentos euros ao fisco uma impunidade de sucateiro ou empreiteiro? Se me falta a sopa dá-me algum benefício a liberdade de expressão, "esse grande bem"?
Pode ser que Portugal se salve, mas com os meus oitentas anos já não estarei cá para ver. Uma certeza tenho: sem mudança radical de mentalidade  nos que mandam, mas sobretudo nos mandados, nada impede que, melhor que qualquer banco americano,  Angola ou o Brasil nos colonizem.
Por isso, como os reis e os ditadores já se foram, corra-se então agora com os régulos que temos. Formem os jovens uma verdadeira Oposição. Esforcem-se por construir o país que merecem, um país decente, recusando este de corrupção, dependência, subserviência e mendicidade.