quinta-feira, dezembro 22, 2011

por favor, acabem com o feriado de natal




Bem pode a troika e os seus capangas cá do sítio bombardear o rebanho com austeridades, cortes e desemprego que o pessoal parece que se está marimbando e invade os centros comerciais e hipermercados à cata da última posta de bacalhau ou da última barbie de silicone para comemorar da única forma que conhece aquela época do ano que um chona qualquer um dia baptizou de natal. 
Vem a propósito que este ano me calhou a triste sina de contribuir para a noite de consoada, pelo que me vi amassado no meio de hordas assassinas de zombies carregando embrulhos com jipes todo o terreno, puzzles de caravelas, garrafas de whisky marado, quilos de camarão congelado do vietname, postas de bacalhau seco, demolhado ou congelado, bonecos que dizem mamã papá e mijam na fralda, livros de autores que nada devem ao talento para leitores com uma esponja em vez de cérebro, toneladas de cd´s de toda a família carreira, edredons de penas de andorinha, lcd´s xpto para ver a casa dos segredos, e-books, ipods, ipads, iphones, ai a puta que os pariu a todos mais as prendas, o sapatinho, a lareira, o pai natal e a chaminé.
Não devia esta gente já estar na fila para emigrar para angola, guiné-bissau ou burkina-fasso, seguindo o conselho dos nossos tão realistas governantes, em vez de me reduzirem a pó o rabinho de bacalhau que me custou um olho da cara e o restante do subsídio de natal? Mas toda esta gente recebeu o seu subsídio por inteiro menos eu? Não pode isto ser considerado desobediência civil? Onde estão as câmaras de vigilância, o sis e o miguel macedo?
Pelos vistos só eu é que tenho de dividir o famigerado rabo de bacalhau pelas 15 pessoas da família, e se me calhar a espinha do meio já vou cheio de sorte, se entretanto o gaspar não inventar outro imposto que me leve as espinhas e os ossos até ao tutano.

Desejo aos leitores (se existir algum o melhor é enforcar-se) um natal à medida do rendimento familiar pois não convém gastar mais do que aquilo que se deve.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

segunda-feira, dezembro 12, 2011

TAMOS NO BOM CAMINHO, PÁ!

Isto vai de vento em popa. Para os menos conhecedores dos termos da marinhagem, que não os valorosos tripulantes da TM, vento em popa quer dizer, vento pelo cú, ou numa mais vernácula aproximação, levar na peida e não bufar!
E o vento trás as taxas moderadoras, com o Paços Rabitt a vociferar que estes aumentozitos não é nada comparado com o que ainda vem aí. Sim, que não é por acaso que estas taxas se chamam de moderadoras, ou seja, se és um pelintra o melhor é moderares os teus estados de doença e vai mas é adoecer para outro lado, que aqui ou moderas as gripes, as dores na espinhaça, a caganeira fulgurante ou outra maleita qualquer, que a crise não tem nada a ver com os teus excessos. A empresa que trata destes assuntos não é o ministério da doença, mas antes o ministério da saúde. Daí, que ou tens saúde e estás de acordo com a organização política do país, ou tens massa para pagares seguros de saúde e não te vais meter nas filas das urgências, centros de saúde e outros locais onde o estado gasta balúrdios para aturar as tretas de meia dúzia de pobretanas.
E o vento trás a novíssima confederação de serviços de portugal, que em boa hora aparece para pôr ordem nesta trapalhada da negociação social, com os malandros da cgtp e ugt. Sim, que só com a confederação da industria, do comércio, etc, isto não vai lá. Ou seja, o vento tem dificuldade a entrar nas entranhas.
E o vento trás a venda do sector energético nacional aos gajos que sabem da poda, ou seja, aos que podem fechar o interruptor se o pessoal não se portar bem, e continuarem a gastar energia eléctrica para ver os programas de tv e rádio que dizem mal disto, em vez de a gastarem apenas com futebol, telenovelas e outros consumos energéticos de valôr.
E o vento trás as Merdels e os Sacanosky para porem ordem nesta coisa da europa e darem instruções de valor e oportunas aos cães de fila que andam a salivar e de língua de fora devido ao Pavlov.
Enfim, como este blog é digno e não está para mandar à merda todos esses tipos e tipas que fazem o vento e todos os que puseram a cruzinha nos clubes mafiosos do ps, psd e cds, fico-me por aqui.

Será que já tenho acesso a isto?

É só para estes gajos não chatearem a dizer que só coloco bocas no FB e não aqui. Portanto ... copy-paste.


No decreto lei Nº496 de 1980 assinado pelo 1ºministro Francisco Sá Carneiro (PSD) e Presidente Ramalho Eanes diz-se, no seu art.17 que:
"OS SUBSÍDIOS DE NATAL E DE FÉRIAS SÃO INALIANÁVEIS E IMPENHORÁVEIS"

Por aqui se vê a falta de honestidade deste governo (e não só) assim como a falta de TOMATES deste povo que não questiona nada, quando até tem a lei pelo seu lado.
Juntem-se e ponham o governo em tribunal. Não quer dizer que se ganhe mas os tribunais é que decidem (mas não esperem grande coisa dessa cambada)

quarta-feira, novembro 02, 2011

Esclareçam-me, por favor.


Portugal está endividado e tem que ter austeridade para voltar aos mercados. Portugal tem de ter a confiança dos mercados. Não se podem fazer muitas ondas porque senão os mercados…blablabla.
Ora como o único mercado que conheço e frequento é o de Algés, mais precisamente a banca da D. Amélia que tem sempre bom peixe fresco para bons clientes, pergunto: mas que raio de merda são e para que servem esses tais mercados que não convém chatear? Serão assim uma espécie de Sopranos?
Existe um Toni Mercado como existe um Toni Soprano? Os mercados são da Mafia, Camorra, Cosa Nostra, Goldman&Sachs ou da Quinta da Coelha? Se estamos mal é porque pedimos dinheiro emprestado aos mercados, e porque não conseguimos pagar os mercados vão-nos partir as pernas com uma marreta, ou, pior ainda, calçar-nos uns sapatos de cimento armado e dar-nos um banho no Tejo?
Esclareçam-me, por favor, se António Borges está no FMI por ser cumplíce da aldrabice das contas gregas para entrar no euro quando pertencia à Goldman&Sachs. Se o Moedas, secretário de estado adjunto do Coelho, está nesse lugar por ter pertencido aos quadros da (oh, coincidência!) Golman&Sachs. Se a dita Goldman&Sachs é ou não uma espécie de casa de putas onde os mercados coabitam, chafurdam, ruminam, regurgitam e escarram todas as formas sofisticadas de foder quem tem o azar de lhes sair ao caminho.
Esclareçam-me, por favor, se devo desconfiar do peixe que a D. Amélia da praça de Algés me vende.
É que nos últimos tempos paira no ar um cheiro a peixe podre sempre que me aproximo do mercado.
De qualquer mercado, o que não me deixa lá muito satisfeito.

terça-feira, outubro 18, 2011

O Ministro da Finanças é um Zombie!!!


O homem não está vivo e já cheira a cadáver, a mosca que ontem o importunou durante toda a entrevista na rtp1 não engana. E prepara-se para nos esquartejar e chupar o cérebro com uma palhinha.
Vamos deixar que nos transformem em zombies?

Ainda bem que somos governados por gente tão inteligente e preocupada com o nosso bem-estar





Anda um gajo ensimesmado com esta merda toda, eu que já tenho idade mais que suficiente e com um invejável curriculum de salazarismo, guerra colonial, 25 de abril sempre ou de vez em quando, 25 de novembro o caralho, fmi´s, soares, cavacos mais toda a corja infecta que saltou da latrina mal o carcanhol das europas entrou por vilar formoso aos turbilhões, eu, que a esta hora poderia e deveria como tantos outros estar a gozar de uma choruda reforma antecipada ou na reserva territorial por incapacidade intelectual, ando aqui a chatear-me com políticos e economistas ranhosos, que se isto fosse um lugar frequentado por gente com algum pingo de vergonha nas ventas e coluna vertebral de aço inox nunca teriam passado da junta de freguesia de santa pachacha de assobio ou  da contabilidade da única mercearia de algodres de baixo. Como sou masoquista, vou vendo ouvindo e lendo as escarradelas dos ilustres comentadores que poluem o éter, cada qual com a sua solução mágica para arrumar de vez a crise, tipo tira agora o coelho da cartola que já vais ver como é que te vão ao traseiro.
E como sou, na opinião de tão desbragadas criaturas, um dos muitos milhões de responsáveis que andaram a viver acima das suas possibilidades, pergunto se esse porventura meu pecado foi assim tão grave que tenha agora de levar com o inferno, o purgatório e o vítor gaspar em cima como castigo e penitência.
Por isso peço desculpa por ter comprado uma casinha a crédito quando os bancos andavam a oferecer empréstimos ao desbarato, ter comprado um carrito de merda a suaves prestações mensais aproveitando uma promoção da treta que a marca oferecia, ter trocado o meu velho televisor por um lcd pago em 10 vezes sem juros, ter comprado um frigorífico novo quando o velho deu o peido-mestre, e isto só para citar o mais relevante. Pois, sou culpado da crise, e o que deveria ter feito era ter entrado para um partido do arco do poder, militado na jota, aparecer, qual emplastro, ao lado do líder, atirar umas bojardas para a comunicação social e ganhar um lugar de deputado, secretário de estado ou até de ministro, com algumas alcavalas pelo meio em administrações de empresas públicas, público-privadas e bancos da treta, somando meia-dúzia de pés de meia em negócios de alto valor acrescentado na minha conta bancária na suiça, e vivendo à grande e à francesa em moradias de luxo rodeado de veículos topo de gama e putas de todas as cores, feitios e sexos.
Tem muita razão a senhora merkl em exigir-me o pagamento de dívidas que eu nunca tive, especialmente aquelas contraídas com a aquisição de coisas que a senhora me obrigou a comprar, têm muita razão os que apontam o dedo à minha exagerada despesa com o sns, principalmente quando fiquei doente, e o meu abuso das instituições de ensino, pois deveria ter permanecido alegre e analfabeto evitando gastos inúteis ao estado.
Para quem andou tantos anos a levar com crises em cheio nos cornos, embora com alguns muito pequenos intervalos respiráveis, mais crise menos crise pouco importa a quem já está malhadiço, calejado e habituado. No fim vamos todos voltar à terra e ao mar como quer o sr. presidente, que é onde está o nosso futuro. Enterrados bem fundo ou a nadar junto à costa até os tubarões darem conta do que ainda sobrar.
Ainda bem que somos governados por gente tão inteligente e preocupada com o nosso bem-estar.

Imagem retirada do 15 de Outubro na cidade do Porto

sexta-feira, outubro 07, 2011

Os Régulos


Cidadão interessado, leio, vejo, oiço, vou-me informando como posso dos males que afligem o país. Males que para mim não são novidade, pois os previ – tenho provas escritas – em fins de 1975 e pelos anos adiante.
Exigem agora os credores que se pague o devido e os governantes tomam a si o papel de homem do fraque, batem a horas mortas à porta do cidadão a lembrar-lhe a dívida. A lembrar-lhe também que foi tolo, não devia ter acreditado em histórias da carochinha.
Na confusão de responsabilidades e obrigações uma coisa surpreende: nos centros onde o poder reside, as únicas cabeças que mudam são as dos títeres engravatados que, ora anunciam pomposamente medidas de salvação, ora assustam com profecias de pragas bíblicas. Os senhores que de facto mandam são, mais cabeça menos cabeça, os que vêm do antigamente pré-revolucionário. Seguram eles com mão firme os cordelinhos e agem a seu bel-prazer, de modo que constantemente me ocorre a pergunta: que democracia é esta, que me dizem existir e mal consigo enxergar?
Porque vamos lá a ver: temos todos os mesmos direitos? Não temos. As mesmas oportunidades?  O mesmo tratamento? Olham os juízes de modo igual para o senhor Isaltino e para o Manel que roubou uma carteira? Goza o pobre que deve quinhentos euros ao fisco uma impunidade de sucateiro ou empreiteiro? Se me falta a sopa dá-me algum benefício a liberdade de expressão, "esse grande bem"?
Pode ser que Portugal se salve, mas com os meus oitentas anos já não estarei cá para ver. Uma certeza tenho: sem mudança radical de mentalidade  nos que mandam, mas sobretudo nos mandados, nada impede que, melhor que qualquer banco americano,  Angola ou o Brasil nos colonizem.
Por isso, como os reis e os ditadores já se foram, corra-se então agora com os régulos que temos. Formem os jovens uma verdadeira Oposição. Esforcem-se por construir o país que merecem, um país decente, recusando este de corrupção, dependência, subserviência e mendicidade.



quarta-feira, julho 06, 2011

Carta de um cidadão luso às agências de rating


Caríssima Agência de Rating,


Espero que esteja bem de saúde que eu por aqui vou andando. Peço desculpa por tirar algum do seu precioso tempo, pois não é essa a minha intenção, mas sim tentar chamar um pouco da vossa atenção antes de amarrotar a carta e atirá-la para o cesto do lixo, se entretanto não tiver papel na casa de banho. Devo dizer que seria uma lisonja e um excelente motivo de orgulho se acaso a digníssima agência limpasse a merda que brota do seu excelso cú a estas minhas humildes palavras, mas caso não o faça e caso tenha a paciência de a ler ficarei desde hoje até todo o sempre orgulhoso e prometo-lhe que botarei uma velinha em sua honra no santuário de fátima. Ou num qualquer balcão do BES, se preferir.

Pois o que pretendo que a sra agência saiba é que o povo português rejubila de orgulho pela sua recente atribuição de “lixo” às nossas tão parcas finanças apesar de nós, a maioria dos que trabalham, que estão no desemprego ou recebem pensão de sobrevivência, não termos mexido uma palha para merecermos tão digna distinção. Eu sei, nós portugueses somos assim, uns madraços, uma corja de ingratos que só querem boa-vida e cuja contribuição para o sucesso não passa de um prato de caracóis como petisco, um cozido à portuguesa, ou até uma mísera feijoada. Comparado com os vossos pratos gourmet e o vosso dom perignon, no fim de contas o que todos nós ansiamos, somos uma cambada de crianças terceiro-mundistas daquelas que correm atrás das galinhas em África como testemunhou o sr. doutor Fernando Nobre. Por isso é que venho aqui agradecer este vosso esforço de bondade e por tudo o que este vosso gesto altruista representa para os governantes deste país, que tanto se têm esforçado (esses sim!) para que esta distinção fosse, finalmente, uma realidade. O apoio dado pelos competentes governos aos desgraçados dos banqueiros e dos grandes empresários, bem como a todos aqueles que desinteressadamente abifaram uma parte dos nossos impostos e proventos do trabalho para compensar a nossa falta de iniciativa foi realmente a cereja no topo do bolo que fez com que V. Exª, minha cara Agência de Rating, promovê-se este nosso país à categoria de “lixo”. Relembro que este lixo pode ainda ser reciclado, o que me faz olhar para o futuro com muita esperança, e almejar um novo patamar para todos nós, tipo “lixo tóxico”, por exemplo.

Prometo que tudo farei para o conseguir. Voltarei a votar nos mesmo governantes, se tal for necessário. Irei assistir a todos os jogos de futebol, telenovelas e pic-nics com o Toni Carreira para evoluir culturamente e votar com ainda maior certeza e consciência. Por si, querida Agência de Rating, farei tudo, e se não o fizer o governo fará por mim, a bem da nação.

Agradeço a atenção dispensada e uma longa vida na companhia dos seus. Aproveito para enviar cumprimentos aos mercados e a todos aqueles que sofrem para que este mundo seja cada vez mais uma lixeira onde apetece viver e conviver.

Bem haja!





terça-feira, junho 28, 2011

Carissímos amigos, companheiros, marinheiros, palhaços…

É com muito sacrifício que abandono a gruta onde tenho meditado sobre as contas do sub-prime e as mentiras do inginheiro, o risco ao lado do coelho e os pintelhos do cartoga. Muito tenho investido em purgas e cházinhos para entender o que se passou no período pré-eleitoral, mas nem com dez sessões de tai-chi e contorcionismos de yoga isto lá foi. E para agravar a questão das troikas, e dos empréstimos, e dos juros, e se pagamos ou não pagamos, eis que a UE surge neste final de ciclo como uma entidade gastadora em hotéis de luxo, jactos privados e putas finas. Mas por aí fico descansado, o “nosso” barroso já veio dizer que a coisa está muito mal contada…

Agora, e depois de ter botado o voto na urna, escrevo aqui o meu alívio por Sócrates e seus capangas deixarem de me atormentar o sono cedendo o lugar a Coelho e sus muchachos. Se por um lado passei a dormir melhor, por outro acordo com comichões sempre que me lembro “do que aí vem”, e a “troika”, e “vamos passar muito mal mas é para nosso bem” e o caralho que os foda a todos. Mas a coisa já começou a aquecer com o chumbo do Nobre, que ainda não percebeu a diferença entre a AMI e o Cabaret da Coxa. E eu a pensar que era agora que me retirava, muito sossegadinho, porque esta merda assim já não tem qualquer interesse. Nos últimos tempos há um secretário de estado que já não é por causa de uma codrilheira que debita na tvi, um ministro que gosta de ser tratado pelo nome próprio, um primeiro ministro que voa em económica para não gastar mas afinal o bilhete é oferecido, enfim, isto promete risota até mais não. Por isso vou continuar a andar por aqui de vez em quando. Seria bom que a restante marinhagem larga-se o lastro e se pusesse a jeito. Isto teria muito mais interesse.

sexta-feira, maio 06, 2011

O acordo é um bom acordo, é um bom acordo, é um bom acordo...

Descansem os portugueses que o acordo foi um bom acordo. Descansem que assim já podem gozar as fériazinhas na praia da Cruz Quebrada, passear no Columbo ao fim de semana, ver as novelas da TVI, ouvir o Marcelo e o Goucha, comer uma sardinhada Bom Petisco, ler a Bola pelo menos 7 vezes por semana. No pasa nada...
Segundo Catroga (o avôzinho simpático, Marcelo dixit) o acordo, que foi um bom acordo, foi assim graças às boas graças do PSD e também do PPD. Pedro Passos Coelho ainda não sabe se foi bom ou mau, pelo sim pelo não compromete-se a cumpri-lo caso seja eleito. A troika diz que Sócrates não é de fiar, tem piada, nunca me tinha apercebido disso, nem acredito nisso, mas se a troika o diz é porque a troika não é de fiar. Se calhar diz isso do Sócrates porque o Sócrates é fã do Dexter, que é aquele serial-killer simpático que gosta de reduzir as vítimas a carne para hamburger, e eu que pensava que o Sócrates só via o Malato.
Agora sim, está tudo explicado.
Já agora, alguém me consegue explicar onde carga de água fica este país maravilhoso? É que ainda guardo religiosamente um cinto com um S na fivela, pelo sim pelo não.

sexta-feira, abril 29, 2011

Feijão Carrapato...

Bem sei que eu, ao pé deste ilustre personagem, não passo de um borra-botas e de um total desconhecido. Que nunca me licenciei na Católica nem leccionei por lá, nunca obtive um mestrado na Universidade Nova nem em Wharton, nunca fui administrador da Quimigal, da Colgate Palmolive, do Espírito Santo, da Vodafone nem pertenci ao concelho editorial do Diário Económico nem à Apritel (Associação dos Operadores Privados de Telecomunicações). Eu, como trabalhador por conta doutrem há trinta e tal anos devo ser visto como um verme que se esmaga com o tacão da bota por este cavalheiro, cujas benesses em popós de luxo, cartões dourados, e prémios adminstrativos devem suplantar centenas de vezes o meu orçamento familiar anual. Pois este cavalheiro preside ao movimento “Mais Sociedade”, entidade reciclada do “Compromisso Portugal” que ele também fundou e acarinhou. Pergunto o que leva este indivíduo, a quem não nego o mérito de ser o que é e a ganhar o que ganha, a botar discurso, adiantar sugestões e propor soluções que são autênticas escarradelas na cara de quem anda a contar os tostões uma vida inteira para sobreviver. O que entristece é que indivíduos deste calibre aparecem sempre que a crise se agudiza, contribuindo para afundar mais o que já está no fundo, mas enfeitando o discurso canalha com esguichadelas de chantilly para não parecer tão amargo. Que necessidade tem este fulano e outros como ele, que se abifaram de mordomias sem qualquer sentido para o exercício da sua actividade profissional, de engrossar o caudal da pulhice nacional, bem expressa nos vomitórios institucionais do PS, PSD e CDS e de todos os indigentes que os rodeiam? Terão medo do FMI que nem sequer lhes vai cobrar um cêntimo ou a coisa é muito mais complexa? Esta mania de quem está bem na vida mostrar protagonismo e sabedoria aos da estranja diz bem da sua própria natureza. São eles que sabem tudo, pois são os vitoriosos da vida, bem acima da escumalha que não soube aproveitar as vantagens e benesses que o capitalismo pôs à sua disposição. Vejam, senhores do FMI, não nos confundam com os tugas que frequentam a escola pública, o hospital de Santa Maria, a Carris e a CP, e moram na Amadora. Nós, como inteligentes que somos, só andamos de BMW para cima e moramos em condomínios de luxo com vista para o mar ou a Serra de Sintra.


Ainda vão ter cãimbras por andarem tanto em bicos de pés.

terça-feira, abril 12, 2011

O Far-West já não é o que era


Peter Steps Rabbit sacudiu o guarda-pó, ajeitou o chapéu de aba larga de pele de gamo, levou por instinto a mão à coronha do revolver que pendia à cintura, respirou fundo, e conduziu a cavalgadura em passo lento em direcção à rua principal e única de Bethsalem City. Desde que assumira a chefia da quadrilha Orange que ansiava por um duelo que fizesse aumentar o seu prestígio junto dos seus capangas. Mas para isso teria de eliminar o líder da quadrilha Rose, o impiedoso, sádico e resistente Filósofo. A partilha do território entre estas duas quadrilhas tinha sido mais ou menos pacífica e tolerada, contando por vezes com o apoio tácito e oportunista do reduzido grupo de Paul Doors, que ansiava por um lugar à mesa de poker de Days Laurel e Olive Tree of Coast, famosos pela batota às cartas mas que permitia ao dono do saloon ir mantendo o seu negócio de prostitutas e bebidas alcoólicas manhosas sem o xerife a chatear. Os Roses e os Oranges lá iam controlando à vez os negócios, oferecendo território ao caminho de ferro em troca de acções e títulos nas empresas que o exploravam, território esse obtido à custa da expulsão dos Apaches cujo chefe Jerónimo resistia esperando uma oportunidade para ripostar e iniciar a reconquista. Mas apesar do apoio esporádico da tribo Left Block os apaches mal saiam da sua reserva no sul, provocando por vezes uma ou outra escaramuça sem importância ou dançando a dança da chuva. Os Roses controlavam há demasiado tempo todo o território e os Oranges estavam impacientes para ocupar o seu lugar.

Peter Steps Rabbit assumira a chefia da quadrilha Orange depois da derrota de Calamity Nelinha Milk frente ao Filósofo, apesar deste ter levado com um ou dois balázios que deixaram mossa. E Peter já começava a ser contestado pois a sua reputação não ia além de um assalto a uma florista em Bad Mass City. Comparado com o Filósofo, era um menino de coro. O assalto em Freeport City, as suspeitas de envolvimento na seita Hidden Face, a má fama em Guard City e Wool Lair, era um currículo invejado e difícil de bater por um pistoleiro como Peter, que quando disparava acertava quase sempre num pé, que na maioria das vezes era seu. Nem o assédio descarado ao pastor Frank Noble, homem virtuoso que volta e meia ia ensinar os índios da pradaria a comer com faca e garfo, baixou a contestação.
E foi assim que Peter Steps Rabbit em acto de desespero desafiou o Filósofo para um duelo até à morte em Bethsalem City.
O Filósofo surgiu ao fundo da rua principal todo vestido de negro, montado no seu corcel também negro, o que produzia o estranho efeito de não se saber onde começava o homem e acabava a cavalgadura.
No outro lado Peter Rabbit desmontou com elegância, prendeu o cavalo à entrada do salloon, e aguardou. O filósofo desmontou por sua vez, enxotou o cavalo com uma palmada e aguardou.
Enquanto o ponteiro dos minutos do relógio da torre rodava lentamente em direcção meio-dia, os dois homens fitavam-se olhos nos olhos sem pestanejar. Nem um pássaro piava, nem um cão ladrava, nem um mosquito zunia. O embate estava prestes a começar.

Já os dois duelistas suavam que nem porcos e preparavam- se para sacar das pistolas, e o relógio da torre iniciava a contagem das 12 badaladas do meio-dia, quando à décima badalada um grito tronitroante fez parar o relógio: - Alto! E pára o baile!
O famigerado juiz Anibal C. Silver , outrora famoso fora-da-lei, fora o autor do grito que impediu o duelo fatal. Rodeado pelos rancheiros mais ricos do território, Alexis Juarez of Ghosts, Richard Salty, Frank Ulrich e Joe Berard, o juiz Silver, homem seco e anti-social, desarmou os duelistas, pregou dois pares de chapadas em cada um, e botou discurso:

- Acabou-se! Já não há terra arável no território, o caminho de ferro dá prejuízo, os batoteiros viciaram as cartas todas, os xerifes já só aceitam subornos em dólares de papel, os assassinos profissionais só trabalham a pronto-pagamento, os bancos já foram todos assaltados e com tantos bandidos desempregados até os banqueiros viraram malfeitores! Não podemos gastar mais dinheiro em duelos inúteis nem a caçar índios na pradaria. Das duas, uma: ou resolvemos isto de vez a contento de todos, ou mudamos para Leste.
É claro que o Filósofo não gostou do par de chapadas e prometeu vingança, Peter Rabbit corou de vergonha e foi fazer queixinhas ao seu acessor Michael Grass, e até o juiz Anibal C. Silver ficou um pouco constrangido pela sua atitude. O que não impediu que a cavalaria acabadinha de chegar de Washington entrasse pela cidade dentro, esvaziasse o bar do salloon até à última gota, partisse a mobília e o piano, incendiasse a igreja, fodesse as prostitutas, levasse todo o dinheiro que ainda havia no banco e cerrasse fileiras em direcção à reserva índia, onde ainda existiam algumas peles de bisonte, contas e colares para saquear.

Uns dias depois os abutres invadiram o território deserto onde se banquetearam com as poucas sobras existentes. Do que se sabe, tanto o Filósofo como Peter Steps Rabbit dividem entre si um lugar de porteiro na Reserva Federal, o juiz Anibal C. Silver goza de especial reforma no sul do território a conta e despesa dos seus amigos Days Laurel e Olive Tree of Coast, o chefe Jerónimo continua na reserva a dançar para que chova mas sem sucesso, e o esquecido Paul Doors anda de cidade em cidade a vender tónicos contra a queda do cabelo.

O Far-West já não é o que era. Definitivamente.

Em promoção, num supermercado perto de si


(Imagem surripiada daqui)

quarta-feira, março 30, 2011

A Síndrome do Lacaio




A síndrome do lacaio é uma doença do século XXI, que explica o embrutecimento das multidões, a inércia face ao aumento das injustiças e a generalização do egoísmo social.


O lacaio tem um comportamento patológico que o faz defender sempre as classes mais favorecidas, com prejuízo daquela a que pertence. Não tem consciência política e age sempre a favor dos que o exploram, na esperança de atrair benevolência.

O lacaio não escolhe gostar dos ricos (gosta deles precisamente porque é lacaio) e considera que o dinheiro que lhe faz falta é muito mais útil nos cofres de quem os tem já cheios.

O lacaio ou herda a sua condição (depois de tantos séculos de escravatura e de feudalismo, pode ser que exista já uma transmissão genética...) ou sofre de uma patologia que se desenvolve desde a infância mas se agrava quando o sujeito toma consciência da mediocridade da sua condição.

O lacaio desenvolve estratégias inconscientes para estabelecer um equilíbrio cognitivo que ajude a justificar a aceitação da subordinação e a sublimar a desilusão.

O lacaio tem um vago sentimento de injustiça, mas convence-se que está do lado correcto da barricada e encaixa maravilhosamente medidas de austeridade ou restrições de liberdades. É a favor da existência de câmaras de vigilância, mesmo que estas não o protejam do que quer que seja.

O lacaio sente-se perfeitamente seguro pela pertença a uma classe social a que é perfeitamente estranho e considera-se integrado no conjunto de 1% dos cidadãos privilegiados do seu país – tal como 20% dos seus compatriotas, lacaios como ele.

Mais completo aqui.

Original aqui

quinta-feira, março 24, 2011

quarta-feira, março 23, 2011

Não gosto de despedidas, mas esta sabe-me a pouco


Há-de chegar a vez do Coelhinho. E daquele gajo de Boliqueime que não sei o nome...

sexta-feira, março 18, 2011

Sai mais um desabafo pró monte!



Agora no rescaldo na manif à rasca, e depois de alguns iluminados desancarem nos putos, ou porque tinham rastas, ou brincos, ou roupas da zara, para além de uns cursos superiores que não interessam ao menino jesus (só é economista quem pode, e quem tem amigos bem colocados), e porque não têm direito a refilar porque a precaridade veio para ficar, e vai de se habituarem aos recibos verdes, amarelos e azuis, e aos call-centers, e aos estágios sem carcanhol, e quem os mandou assim de sopetão tirarem cursos de ralações internacionais, e animação cultural, e artes plásticas, e psicologia, e antropologia, e sociologia, tudo coisas esotéricas que não dão graveto, nem status social, nem desconto nas lojas armani, e nem sequer fazem parte do programa da católica, e depois estes tipos com rastas e brincos em sítios estranhos não têm pinta para entrar num campo de golfe, nem no tavares rico, nem no porto de santa maria, foda-se, quem os mandou tirar cursos daqueles mesmo que isso fizesse parte dos seus sonhos, já não se pode sonhar, sonhar já é proibido? E não se pode ter filhos, nem criar família, ah, mas isto seria propagar a peste dos enrascados, criar gerações e gerações de brincos na orelha, rastas e mal vestidos.


O que está a dar é economistas, gestores, advogados, contabilistas, gente com nível para ajudar o soares dos santos a fugir ao fisco e dar a volta aos trabalhadores polacos, gente com nível para intermediar as parcerias púbico-privadas e engrossar as fileiras das mota-engiles, gente com pinta para comentar na tv os meandros da economia e propor soluções que possam servir os interesses de quem lhes paga.

E é assim que nos querem obrigar a trabalhar mais e por menos dinheiro, e aumentar a idade da reforma, e ao mesmo tempo despedem o pessoal, defendem a precaridade, por causa da longevidade e da competitividade, e do caralho. Não há outra solução, dizem eles, o mundo agora é global, a economia é global, global é a tua tia, como dizia o outro. Se não há solução fabrica-se uma, por exemplo, uma central nuclear só com uma entrada e sem qualquer saída. E metia lá dentro todos estes economistas, advogados, charlatões, vendedores de banha da cobra, escrevinhadores de semanários, comentadores do mário crespo, mais o soares dos santos, o belmiro e o berardo, e aqueles banqueiros todos, mais os defensores do nuclear, e dava-lhes um taco de golfe e uma bola e um buraco e iam todos jogar golfe com iva a 6% para dentro da central, de preferência bem perto do núcleo para ficarem mais quentinhos, e fechava aquela merda e deitava a chave for a.

Dizem os estudiosos destas coisas que isto é assim há centenas de anos, que estamos perante a sobrevivência dos mais fortes, que ricos e pobres sempre houve e haverá. E eu que pensava que isso só existia em novelas da tvi.

Daquelas frases que não dão jeito nenhum...

Tivemos o feudalismo, o fascismo, o comunismo, o socialismo. Agora temos o abismo.

quinta-feira, março 10, 2011

PUTA QUE O PARIU...PIM, MORRA!

Acordei bem disposto. Chovia por baixo de um céu cinzento lindo de morrer, o frio entrava nas frestas, o dia apresentava-se como radiante e promisor. E foi!
Caí na tentação de ligar a tv e....pumba, o sol apareceu, o calôr aqueceu a alma e secava a lama à frente da minha porta. Só desgraças para dar cabo de um promisor dia.
Vá lá que se fez alegria ao ouvir pela quinquagésima nona vez o mui elaborado discurso da tomada de posse do amado Cavaco S.! O homem, besta, mormon, geová, gay sem cú, pilantra, aventesma, alien de saturno, dinosauro putrefacto, cadela com cio, anjo do demo, espírito fantasma do c. castro, agiota do leste, tia de alterne, fufa arrependida, cara de cona de andorinha, dívida pública, merdell sem tomates, bercusloni panasca, sarkonas do terreiro do paço,....aí estava a repetir sem se engasgar ou sem gaguês que isto tá mal, que o mar é o destino para afogar os subditos que ainda continuam vivos, que os jovens que não pularem são panascas, que os políticos têm feito merda, que a maria ainda consegue fazer uns broches dignos de uma constituição europeia refinada pelo seu tratado de lisboa, que a crise é uma prostituta vip, que isto tá mal por coisa e tal, que agora é que os ceguinhos vão ver com a distribuição gratuita dos mesmos medicamentos que há uns tempos lhes deram por engano!
O sinhôr, todo aperaltado e com ar de grávido a quem lhe rebentaram as águas pelo cú, aí estava a receber palmadinhas dos seus correlegionários embevecidos com suas doutas palavras, apontando o dedo ao futuro, qual imagem da estátua do grande estaline, mostrando que a partir de agora a balburdia no oeste vai passar a noroeste, que o país dos bananas vai passar a ser o país dos rabanetes. E olhando para as câmeras da tv, enchendo os microfones de saliva corrosiva, mostrou ao mundo que o belzebu não tem nada, mas mesmo nadinha a ver com o que ao que isto chegou! Fez-se luz, qual buda no nirvana, neste dia promissor: PUTA QUE O PARIU...PIM, MORRA!

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Desempregados de todos os países, uni-vos!


Anuncia o governador do Banco de Portugal que o país entrou em recessão. Finalmente! Significa que muitos dos desgraçados 88,4% de trabalhadores irão aumentar a hoste dos 11,4% de felizardos desempregados. Gente que ainda atura patrões, directores e chefinhos, deveria pura e simplesmente ser despedida ou obrigada a despedir-se. Para tal é de louvar as propostas de simplificação dos despedimentos no código laboral. Só assim, aumentando a percentagem de desempregados é possível desenvolver o país. Mas tem que se exigir um desemprego de qualidade, com passeios organizados e estadias no INATEL. Nada de visitas regulares ao centro de emprego, nem cursos de formação em higiéne vaginal. Um desempregado, como elemento importante no progresso e desenvolvimento da sociedade capitalista deve levar uma vida tranquila, sem stress, sem preocupações. Bem bastam os milhões de empregados que andam por aí ao deus-dará, nas filas de transito, dos autocarros, do metro, no IC19, na 2ª circular, dando uma imagem de gente trabalhadora, descontente, invejosa, traiçoeira, imagem de que o país deve livrar-se quanto antes, fabricando e aprovando leis que facilitem o despedimento desta canalha. As fábricas, os bancos, os serviços, os hospitais, as tascas, os concursos da televisão, pululam de excesso de trabalhadores. Imaginem o dinheiro que os empresários poupariam se toda esta malta estivesse no desemprego. E o que faria o país com todo esse dinheiro! Qualquer dia até poderíamos emprestar dinheiro à Alemanha!


Faça um favor ao país: despeça-se já!

Por um milhão de desempregados no olho da rua!

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Os putativos novos ministros (depois de Sócrates, q.e.d.)

 

Passos Coelho já se prepara para suceder a Sócrates. Assim, já correm por aí rumores de possíveis ministriáveis, e que, mesmo sendo rumores, não dispenso uma análise pura, descomplexada, desinteressada e imparcial de alguns nomes vindos a lume.



Vamos começar por Eduardo Catroga, o "avôzinho simpático que meteu Teixeira dos Santos no bolso", citando o irreparável prof. Marcelo ao comentar a negociação do PREC entre as duas quadrilhas de malfeitores, os dois principais partidos políticos. Pois Teixeira dos Santos deixou Catroga à espera dele como se estivesse nas urgências do Santa Maria, o que a meu ver foi a única coisa de jeito que o ministro fez até agora. Sendo Catroga um cavaquista assumido, seu vizinho na urbanização da Coelha, possívelmente habitué lá de casa e apreciador dos rissóis da Maria, a escolha de Passos Coelho parece-me, no mínimo, estranha, dada a aparente ausência de simpatia entre Cavaco e Coelho. Ou então é só para português ver, e para dar emprego a dezenas de comentadores que vivem da dissecação destas tretas e quezílias como se falassem de prostitutas baratas.




Segue-se Vítor Bento, que marca presença regular na tv, e cujas análises económico-financeiras deixam transparecer que o senhor tem tanta coisa dentro daquela cabeça como tem de fora, mas só por ter ouvido o senhor uma única vez seria incorrecto da minha parte deixar cair aqui esta opinião, e corrijo desculpando o senhor pelos excessos ao jantar desse dia.


Finalmente João Duque, colega de Bento na tv, e creio que escrevinhador no Expresso. Cada atoarda deste senhor é repetida pelo inefável Passos Coelho como se dele fosse eco. Duque tem aquele arzinho muito muito liberal, tão liberal que não deve pagar o condomínio há seis meses. Infelizmente apenas o ouvi dissertar uma única vez, e mais valia ter batido uma sarapitola a assistir ao programa da Catarina Furtado.


Posto isto, se algum destes personagens vier a ser ministro da Economia ou das Finanças ou tudo junto, é mau sinal, pois significa que ainda não conseguimos atingir o fundo dos fundos, o buraco da extrema profundidade, o infinito da eterna cloaca.

Pôrra, são precisos tantos anos de sofrimento para lá chegarmos?











sexta-feira, janeiro 28, 2011

Enfi'ó Barreto!


Depois de engolir o batráquio de alcunha Presidente da República, depois de assistir às sucessivas tropelias dos socretinos a raspar o bolso ao pessoal, depois de assistir aos protestos das escolas privadas que ai jesus o estado nos anda a gamar e vamos fechar o clube de hipismo, e o campo de ténis, e as aulas de boas maneiras da Paula Bóbó, e a missa ao domingo, e o terço nos intervalos, e o caralho que os foda, e mais os analistas salpicados de trampa que dissecam as eleições, a economia, as finanças, a educação, a saúde, e mais a sociedade em geral, e a produção, e a preguiça, e o fmi, e a aventesma da merckl, e as agências de rating, e os juros que não param de aumentar, e mais o discurso sacana do cavaco, sim, depois de tudo isto e mais além, ouço e vejo, e até acredito porque da ave que se segue só podia vir tal esguicho de merda, ave essa que dá pelo distinto nome de António Barreto, ex-ps, ex-ministro da agricultura de má memória, e agora opinador de patacoadas a engrossar o longo rol de bestas que escreve e debita nos jornais e tv, " É preciso fazer reformas para evitar uma revolução", Barreto dixit, como quem remata a frase derradeira que há-de acabar com o mundo.
Ora não posso deixar de me espantar com mais esta arrochada:
1º A haver reforma só quando me passarem a certidão de óbito, e mesmo assim com uma talhada de 50% ou mais, e não recebo porque entretanto deixei de pertencer ao mundo dos vivos.
2º Se o Barreto se refere àquelas reformas que os governantes fazem e em que tudo fica na mesma ou pior, sobre essas já está tudo dito.
3º Se o Barreto quer evitar uma revolução aqui neste cantinho, não precisa de reformas por muito boas que elas sejam. Basta analisar o resultado das ultimas eleições para entender que aqui não é preciso fazer nada para as evitar. E se não chegar há sempre um saca-rolhas como arma do crime, um bibi que andou a mentir porque o drogaram, um Goucha e uma Pinheiro a rebolarem-se no imaculado chão da tvi. É preciso mais?
4º Por último, e para fantasiar um bocadinho, imagine-se uma revolução aqui e agora, com greves generalizadas, cortes de estradas, porrada de criar bicho, coisa horrorosa que está a acontecer no Magreb, mas como são árabes e um pouco escuros pode passar na tv que é para a gente apreciar a selvajaria daqueles ímpios, mas o que se vai passando aqui ao lado na Galiza e no País Basco, népia. Perigo de contágio, não é filho?
Mas dizia eu, imaginem uma revolução aqui no quintal, com o governo deposto, os socretinos a fugirem para o Azerbaijão, o cavaco a nadar até à Madeira, o portas e o coelho mais os dejectos-set (esta não é minha mas está bem apanhada!) a sujaram as delicadas gânfias na recolha do lixo ou na apanha do tomate, imaginem então que destino teria o "suciólogo" Barreto neste cenário idílico.

Aguentem-se. Enquanto a imaginação não chegar ao poder é por aqui que se afirma. Ainda que saiba mal e cheire ainda pior. Coisas da vida.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

A POUCO A POUCO SE CONSTRÓI UM GRANDE AMÔR...

O título acima remete para uma famosa canção da Tripulação Maravilha. Veio-me à ideia porque depois de amanhã temos a eleição do presidente de todos os portugueses, claro que mais de uns do que de outros. Até aqui nada de especial, digo eu agora muito diferente do que diria até há 35 anos atrás. Só que a pôrra, desculpem-me se este termo faz parte do novo acordo ortográfico ou se se mantém no vocabulário do burgo, pois a pôrra é que vou apanhar com mais do mesmo, vamos ser obrigados a continuar a ver quase todos os dias nas tvs e jornais o mesmo cara de pau de laranjeira com míldio, vamos ter de mentalmente tomarmos doses cavalares de prosac para não darmos em doidos varridos de vez com as alarvidades que a pôrra deste cara de cú nos vai enfiar pelos ouvidos, cabeça e bolsos dentro pelo menos mais uns cinco anos, e ainda por cima servidas, as alarvidades, em bandeja apresentada por um próximo primeiro de um governo da sua maioria!! Vai fazer história, neste país de maltrapilhas, o bingo que previsivelmente vamos ter: os direitinhas assumidos todos em unísseno e a uma só voz no côro de uma assembleia da república maioritária, com um primeiro deles a dar passos de dança na coelheira e o seu presidente da mesma côr! Salva-me a sanidade mental hoje o ter a leve esperança que o côro, de tão afinado, leve isto para as urtigas à força toda e de vez. Pode ser que então alguma coisa aconteça para mudar à séria, nem que seja à porrada. Fica-me a esperança.
Mas deu-me para defecar aqui umas análises que andei a majicar, precisamente porque depois de amanhã vou às urnas, embora não seja muito do meu agrado andar a caminhar por cemitérios deste tipo, sem flores, sem relva, sem cheiros que não a mortos. E quero partilhá-las convosco, se tiverem a pachôrra de lerem o que se segue.
Pois bem, estas eleições para PR de há muito que são um best-seller nos escaparates das livrarias que não são frequentadas pelos que sabem ao menos ler, com o plagiado título "Crónica de Uma Votação Anunciada". O pôrra do Cavaco lá vai ganhar isto com bué de votos, para usar um dos novos vocábulos pós-acordo, pois basta vermos que nas últimas presidenciais em 2006, este pôrra ganhou à primeira e tinha pesos-pesados na corrida, pois o Soares+Alegre+Louçã tiveram 40,4%. O Alegre+Louçã tiveram 26% e os outros menos Cavaco e aqueles tiveram 9%. Assim, é fácil de entender que a vitória anunciada do Cavaco é uma certeza anunciada à primeira, pois na melhor das hipóteses, agora o Alegre+os outros menos Cavaco vai andar entre os 25% a quarenta e tal, nunca chegando a mais de 50%.
Daí que a remota hipótese de haver uma 2ª volta com Alegre, é coisa de meninos, e mesmo que houvesse, a pôrra ia dar ao mesmo do mesmo. O zé portuga ainda tem de comer muita azeitona e palha até tirar as pálas.
Quanto a votos nulos e brancos, após consultar a constituição e leis afins e confirmar com os resultados oficiais de eleições anteriores, a coisa é assim, para que não restem dúvidas: nas eleições presidenciais, os brancos e nulos não contam para os 100%, tal como a abstenção, logo só contam os votos válidos nos candidatos que tem de perfazer os 100%. Logo, nestas votar branco ou nulo é igual ao litro e apenas pode ser um consolo de alma para os que acham que um sistema democrático é o correcto, mas querem que se lixem os candidatos mais as suas mãezinhas. Já nas eleições legislativas, os votos brancos e nulos entram para os 100% e aqui interferem na % de cada partido, mas pena é que não contem como lugares em vazio no parlamento!
Portanto, nas presidenciais de 2006, os brancos e nulos foram apenas de 1,84% dos votantes, e nas legislativas de 2009 foram 3,08% do total dos votantes. Coisinha pouca, digo eu, na esperança de ver numeros muito maiores nas próximas.

Para ajudar aqueles que ainda andam um pouco à nora sobre o que fazer neste Domingo de urnas, aqui vai uma pequena ajuda à decisão:

Se tem um candidato por quem morre de amores, vote no candidato!
Se nenhum dos candidatos lhe serve, vote nulo!
Se nenhum candidato lhe serve mas mesmo assim quer dar a hipótese de uma 2ª volta, então tem 5 hipóteses à escolha:
1ºnunca voto num direitinha, então voto Nobre ou Lopes!
2ºnunca voto num esquerdinha, então voto Moura ou Coelho!
3ºtanto faz mas nunca voto Cavaco ou Alegre, então voto num qualquer menos nestes!
4ºtanto faz mas nunca voto Cavaco, então voto Alegre ou noutro qualquer menos aquele!
5ºtanto faz mas nunca voto Alegre, então voto noutro qualquer menos naquele e Cavaco!
Se nenhum candidato serve mas quero baixar % no Cavaco e Alegre, não quero dar esperanças ao Nobre para ainda ser tentado a fazer um partido mais tarde e aproveito para meter uma farpa no Jardim: voto Coelho!
Se não concordo com este tipo de democracia, voto nulo!
Se não concordo com qualquer sistema de democracia, então abstenho-me de votar!

Atenção ao voto em branco, pois não devemos esquecer que o pessoal que está na mesa de voto é convidado ou militante de um dos candidatos, e nada nos diz que uma cruzinha no nosso voto pode ser lá posta. Até porque já estão habituados às pequenas trafulhas, pelo memos alguns deles!
O voto nulo pode sempre ser bonito, pois um desenho lindo no local apropriado do boletim poderá fazer corar o elemento da mesa que o vê!

Voltando à canção, um dos hinos da maravilhosa tripulação, só vos digo que a letra acaba em bacanais!
E por aqui me fico, sem antes vos pedir para lerem os textos anteriores. No Cesto da Gávea, os tripulantes estão sempre defecando para todos estes merdólas que se enchem de "sinhores" à custa de todos nós! Boa votação!

Portugal precisa de um bom presidente!!!


Surripiado daqui

Vou estar em reflexão, portanto não chateiem

Confesso que ainda não decidi em quem votar, mas de uma coisa estou certo, não votarei naquela coisa chamada Cavaco, que tem um efeito sobre mim como uma unha a raspar num quadro de ardósia. Alegre teria algumas hipóteses, exactamente por ter sido “desertor” e “traidor à pátria” como o classificam as alimárias de direita, e por ter escrito “Trova do vento que passa”. Fora isso Alegre continua a ser o tal que andou calado no parlamento durante mais de 30 anos, sem a tal coragem para desertar ou ser traidor ao partido em que milita, apesar das inóquas tentativas de marcar diferença. Nobre anda a arrastar o justo prestígio pelas lamas da amargura, mas para além destes erros de campanha ainda teria algumas hipóteses de levar o meu voto. Já Coelho merece toda a minha consideração por ter a coragem de enfrentar sózinho a aberração Jardim, assumir-se comunista mesmo sendo dissidente do partido, e por fazer uma campanha diferente e bem humorada. Tem francas hipóteses de ser o escolhido. Lopes é só para os indefectíveis do PCP, Defensor Moura não sei quem é nem sei se existe.


Outra hipótese é o voto nulo, branco, ou simplesmente mandar as eleições às urtigas. Como o tempo anda manhoso e o frio ameaça voltar, passear no domingo está quase posto de parte, de modo que certamente lá irei cumprir o “dever cívico”, e fazer de conta que vivo em democracia.

De uma coisa estou quase certo: a cavacada vai festejar no domingo a reeleição do seu dono, Alegre recolherá às boxes assumindo a derrota, Nobre irá decidir a criação de um partido, Lopes terá uma “votação extraordinária”, Coelho regressará à Madeira pronto para outras lutas, ou talvez não, Defensor Moura não sei quem é nem sei se existe. A abstenção baterá todos os recordes em eleições presidenciais, e o país continuará na mesma como à lesma, em lento afundar em águas turvas e com os mesmos filhos da puta ao comando e a guardarem os salva-vidas só para eles.

Mesmo sem Cavaco, ou com ele e apesar dele.





Nota: Este texto não foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico, e deve conter erros devido à ileteracia militante do autor.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

ATÉ À DESGRAÇA FINAL!

De vitória em vitória, até à desgraça final!
É assim aqui pelo burgo. Ainda ontem, os Sócrates e Teixeiras alarvemente davam gritos de contentes apregoando que a mais recente venda de títulos da dívida soberana tinha sido uma coisa fantástica. Apenas com juros de 6,7%, tinham conseguido obter umas massa valentes na ordem de 1,5 mil milhões de euros.
Fantástico! Lindo! Maravilhoso!
Eu, que destas coisas de empréstimos económicos ou financeiros sempre fugi como o diabo da cruz, pois desde muito cedo apreendi que, se pedir hoje emprestado, vou ter mais tarde de pagar muito mais do que o valor pedido, a bem ou a mal. Ou seja, a necessidade no momento de obter umas massas por qualquer motivo, obrigatóriamente vai implicar uma necessidade muito maior uns tempos mais tarde. Assim, apenas ganho uma coisa: ganho uns dias com o problema adiado, e por esses dias vou ter de pagar o carmo e a trindade.
Por isso, na minha qualidade de portuga, ainda fico espantado com as alarvidades desses senhores. Se conseguisse deixar de ser portuga por um momento que fosse, não ficaria espantado, pois nem outra coisa seria de esperar vindo de quem vem, vindo dos tais senhores que têm dedicado a sua vetusta inteligência a fornicar de qualquer forma a vidinha dos papalvos deste país, que somos todos nós excepto os tais senhores e suas putativas famílias mais chegadas.
Parece-me exercício fácil o imaginar o futuro deste país, e muito mais importante do que o país, as pessoas que tiveram, têm ou venham a ter a infelicidade de aqui viverem. É que a enorme quantidade de dinheiro que já está em dívida, portanto que os portugas já devem a outros, é por demais avultado para fazer com que isto seja não apenas um país adiado por décadas, no mínimo, mas um país que não mais pode ter independência económica e portanto, qualquer outra independência.
Mas o mais giro desta brincadeira é que a dívida de nós todos não é por culpa de todos nós, mas para alimentar o sistema financeiro em que os bancos e donos das finanças nacionais teimam em manter, para seu prazer e engordar os proventos.
E os Sócrates e Teixeiras apregoam vitória!
Mas como não bastando, aí temos os candidatos a PR deste país, Cavacos e Alegres, a vociferarem que querem vitória. Alegre, figura grada do PS, há trinta e cinco anos que anda ligado ao poder político deste país, assistindo impávido e sereno do seu lugar de deputado e dirigente partidário ao desmoronar das promessas e ideias que nasceram com o 25 de Abril, dando cobertura às aprovações legislativas mais abjectas que na AR têm atirado para o lixo o que sobrou do estado social, dando aplausos e concordância às leis mais capitalistas que têm infestado a nossa sociedade. Agora, como candidato a PR, apregoa com corôa de anjinho que, se ganhar, vai fazer isto e aquilo, precisamente o contrário do que tem andado a votar, permitindo que os seus correlegionários desfaçam em três tempos o que nem a direita tinha tido oportunidade de fazer.O Cavaco, pôdre de ter sido PM largos anos e sempre ligado ao poder e estrutura partidária do PSD desde o início da chamada democracia, e sendo ainda PR em fim de mandato, apregôa a torto e direito que, se ganhar, vai fazer o que nunca fez, embora tenha tido mais do que poder e oportunidade para o ter feito. Embora mesmo isso seja, na melhor das hipóteses, igual a zero.
Para mal dos pecados dos portugas, quer um quer outro será a continuidade da desgraça, e o sabido Cavaco por certo será o próximo PR com todo o conjunto de correlegionários PSD´s a serem governo mias dia menos dia. Outra vitória anunciada!
E asim vai o burgo, de vitória em vitória até à desgraça final!
Sem apelo nem agravo, aos portugas apenas lhes cabe continuarem cantando e rindo, embora dentro em pouco de tanto cantarem irão ficar roucos e quanto a rirem, já falta pouco para sentirem na pele que o último a rir é quem ri melhor!

Uma caneta NÃO é mais forte que uma arma!

Por verificar cada vez mais, que esta filosofia é a correcta, tenho escrito muito pouco aqui no Cesta da Gávea mas, de vez em quando, lá vai mais uma cagadela.

Agora está a aparecer muito a "fábula" da rã na panela de água quente que se deixa cozer e o aviso associando-nos á rã.
OK, concordo mas para onde saltamos?
Para os outros países da Europa? Em alguns é melhor mas, segundo parece é uma questão de tempo. Além disso já estão cheios de muçulmanos e, segundo os avisos que me mandam, daqui a 20 anos serão eles que mandam.
Para os Amerdicanos? Parece que, "per capita" devem tanto à China como nós, e o "american way of life" já foi chão que deu uvas.
África? Para más condições de vida e corrupção generalizada fico cá pelo burgo que ao menos já sei com o que conto.
América do Sul? A parte espanhola é parecida com África e o Brasil só tem de bom as mulheres (o que não é pouco).
Médio Oriente = África mais clara, acrescentada de bombas a torto e a direito.
Rússia = África clara e com muito frio.
China fico com os olhos em bico. Parece que será o futuro dono do mundo (e nós alimentamos isso cada vez que trocamos a drogaria da esquina pela loja dos 300) mas a maior parte do país vive na idade média. E não me venham falar da cultura milenar. Não me consigo alimentar desta cultura. Além disso a língua escrita é de morrer.
Austrália - Ingleses, xenófobos e.... inundados.
Ilhas diversas pelos vários oceanos? - vão ser inundadas pela subida do nível dos mares.

Portanto fica o quê.

Se não tivesse família provavelmente tornava-me em terrorista (mas não os cobardolas que só atacam o Zé Povinho) e dedicava-me a malhar nos socrates e quejandos, nos grandes patrões que só chulam (não confundir com os empresários que criam e geram riqueza), nos comentadores e apresentadores de TV que por dizerem 30 min. de baboseiras ganham mais que eu num ano, etc.

Claro que não vou votar em Manuel Alegres (embora goste das suas letras) nem em Cavacos, nem em PC. Talvez no Nobre que é um Homem com H grande, mas ainda não sei. MAS VOU VOTAR (é, por enquanto, a única arma que tenho).

Gostava que todas as mensagens de desespero que enviam trouxessem associadas propostas para o caminho de saída e sem ser o trocar da rosa pelo laranja, azul ou qualquer outra cor.

Licking Assholes...



Detesto aqueles automobilistas que se colam a mim na estrada, ande eu depressa ou devagar. Normalmente tento evitar esses lambe-cús encostando à direita e deixando-os passar quando tal é possível. Mas os lambe-cús da política piam mais fino.


Conheço quem ande a lamber o cú de alguns políticos. Não sei se os anús cheiram bem ou mal, nem isso interessa. Um verdadeiro lambe-cús da política não se preocupa com isso.

Em política, o dono do cú lambido não se encosta à direita para deixar passar. Gosta de sentir alguém a passar a língua pelo traseiro. E isto não tem nada de depravação ou tendência sexual. É um estado de espírito.

Mas os lambe-cús não se resumem apenas à política. Existem em todas as áreas onde lamber um cú possa trazer vantagens.

Por exemplo, certos economistas e advogados passam muito bem a língua no traseiro de reconhecidos detentores de riqueza, vulgo empresários com nomes idiotas e consoantes repetidas no apelido. E fazem-no tanto que o acto já mereceu denominação em inglês técnico, que como se sabe é o idioma falado nessas classes profissionais para além do português arrastado (quem não souber o que é o português arrastado, tente ouvir o António Mexia a falar). Assim o termo licking assholes vai ganhando o seu espaço no meio dos vendings, marketings, tradings, sellings, business, crashings, e fica bem em reuniões de alto nível e cocktails com tostas de maionese e atum.

Mas existem alturas mais propícias aos praticantes de licking asshole. Em propaganda eleitoral estes desportistas enxameiam os candidatos, fazendo fila com a língua de fora especialmente quando as televisões estão no ar. Aí sim, o acto de lamber um cú em público pode tornar-se uma mais valia para o futuro. Mais tarde alguém se há-de lembrar se precisar de um cú bem lambido.

Por isso é que os detentores do poder andam sempre de cú bem lavado, que dá muito jeito quando as coisas começam a cheirar mal. Juiz que se preze nunca condenará um cú asseado, mas um lambe-cús pode ficar em prisão preventiva. O que me parece injusto, visto que usar a língua é muito mais perigoso que dar o cú. E não estou a falar dos que o fazem por prazer, refiro-me aos que se põem a jeito.

Mas isso são outras histórias.

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