segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Meu Nome é Ninguém




Não sei de quem é a culpa nem me interessa. Excelsos pensadores de aqui e de sempre esmifraram-se para encontrar um culpado, um só culpado que fosse. Nem Afonso Henriques, nem a puta da mãe dele, nem os espanhóis, nem a Inês de Castro, nem o picolho do D. Sebastião, nem o afectado D. Miguel, nem o balofo rei D. Carlos, nem o bafiento Salazar, nem o Partido Comunista, nem o Cavaco, nem o bochechas, nem o Sócrates, nem o Pinto da Costa, nem os juízes, nem os doutores, nem os engenheiros, nem o José Cid. Podem ser todos eles e mais alguns, como pode não ser ninguém. E aqui é que bate o ponto. NINGUÉM é culpado. O que me leva a concluir que somos todos culpados. Culpados como povo, que levamos porrada e gostamos, que nos cortam na ração e gostamos, que nos apertam a trela e gostamos. O que faz de nós fiés e pulguentos animais domésticos para todo o serviço. E os animais não têm sentimento de culpa. Tal como NINGUÉM que eu conheça tem. Nem eu próprio.

Meu Nome é Ninguém (1973) de Tonino Valerii e Sergio Leone, com Terence Hill e Henry Fonda. Música de Ennio Morricone (claro!)

Sem comentários:

Enviar um comentário