quarta-feira, novembro 24, 2004

Quem ri por ultimo

Ele estava junto da mãe, bem juntinho e sentia-se bem, protegido, aconchegado, o que não era nada mau no meio de todo o medo e violência que existia na cidade.
Os seu pai e tios conversavam enquanto as mulheres coziam, fazendo tempo para o jantar.
Começou a relembrar a visita que tinha feito no dia anterior ao hospital, com o seu pai que era lá enfermeiro. Os doentes, os gemidos, as feridas e mesmo as mortes não o afectaram muito pois a sua vontade, logo desde a primeira vez em que acompanhou o pai, foi descobrir maneiras de tratar e curar toda aquela gente.
Ele não sabia mas o seu cerebro estava preparado e como que pré-programado para aquele tipo de actividade - era como que uma mistura do cerebro de Albert Schweitzer, de Louis Pasteur e de Alexander Flemming, só que com um potencial muito maior devido aos conhecimentos entretanto acumulados no campo da medicina.
E continuou a sonhar, viu-se a curar doenças estranhas, a acalmar doent

NOTICIA: Heli-canhões das forças americanas destruiram um pequeno complexo habitacional no norte da cidade de Bagdad onde, segundo os serviços secretos, estavam reunidos dirigentes terroristas. Morreram, para além de 5 homens e 3 mulheres, 2 crianças, uma de 1 ano e outra de 7.

Noroeste dos Estados Unidos, um lago com águas ... nojentas, verde agoniante, com espuma castanha e um cheiro impossível de suportar. No fundo, bactérias, micróbios e outros organismos estranhos cuja existência talvez não fosse possível noutro ambiente.
Na margem a alguma distância dois homens.
- Mas não pensas que isto pode ser perigoso no futuro, toda esta poluição das fábricas a virem para aqui sem tratamento?
- Pode ser, mas no futuro, quando for necessário, teremos capacidade de tratar tudo isto ou então, ainda melhor, vendemos aos pretos do Iraque e dizemos que faz bem à pele...
- É pá no Iraque não há pretos, são árabes.
- Tanto faz, é tudo escumalha que devia ser morta. O que interessa é que o nosso presidente Bush diz que os tratamentos da água, ar e terra para reduzir a poluição é para maricas. Os outros gajos estão todos vendidos aos comunistas e querem é que nós gastemos dinheiro em coisas desnecessárias e assim não possamos saborear a nossa "american way of life".

NOTICIA: No Norte dos Estados Unidos estão a surgir variantes muito estranhas de doenças actuais. Embora não tenham atingido um nível minimamente alarmante, os técnicos dos serviços de saúde já começaram a sua analise para verificar a toxicidade, condições de propagação e possível preparação de vacinas.

Costa do Pacífico, um porto de embarque, um navio de passageiros chinês.
Na alfândega dois funcionários:
- Mas o que é isto? Só chinas a voltarem para a China e alguns já com várias gerações na América.
- E o que interessa? Deixa os amarelos voltarem para a terra deles. Desde que a china se tornou na 2ª potência mundial e ultrapassou os Japos e os maricas dos europeus, que estes gajos dizem que lá se vive melhor e têm mais oportunidades. Que se fodam, não precisamos deles para manter a nossa "american way of life". Olha aquela familia - o puto é esquisito, com uma cabeça muito grande.
- Estive à bocado a falar com eles. Dizem que o puto já nasceu assim devido à poluição no local onde viviam. Mas o puto está bem de saúde só que ao olhar para os olhos deles fez-me impressão - apesar dos seus 7 anos pareciam cheios de inteligência.
Quando eles passaram estava a jogar xadrez no meu tabuleiro portátil e o miudo olhou para o jogo, perguntou se podia jogar e depois derrotou-me em 7 jogadas. Estranhos e têm um nome também estranho que não é chinês nem americano - Rhitler.
- Olha, que se vão todos embora. O nosso presidente Bush é que tem razão, temos de cerrar fileiras nós americanos de raiz e chutar todos estes estrangeiros que só nos querem roubar e destruir o "american dream".

FUTURO - ENCICLOPÉDIA - 2050 - A QUEDA DO IMPÉRIO AMERICANO

A queda do império americano que no princípio do Séc.XXI era a única potência mundial, foi mais que uma queda, foi uma derrocada.
Primeiro foram enfraquecidos por epidemias contínuas de doenças estranhas para as quais só um génio do nível de Pasteur, Flemming ou Schweitzer poderia arranjar cura e que reduziram a população branca em 3/4.
A seguir foram invadidos pelos chineses, comandados pelo Grande Lider Rhitler, um homem com uma cabeça descomunal e uma capacidade estratégica superior à de Gengis Khan, Alexandre Magno e Napoleão juntos.
Apresentando como desculpa de que não necessitavam de tanto espaço para tão pouca gente.
As forças armadas americanas ainda tentaram resistir mas uma táctica de guerra completamente desastrada do general responsável pela defesa (Bush IV que se dizia ser atrasado mental) acelerou a derrocada.
Actualmente os chineses são a única potência mundial e dos americanos só temos os antigos filmes de cowboys.

QUEM RI POR ULTIMO... É PORQUE TODOS OS OUTROS MORRERAM

sexta-feira, novembro 19, 2004

O Polvo

Levantei-me cedo. Tomei as habituais papas de sarrabulho ao pequeno almoço, dei a comida ao rinoceronte e sai porta fora. O trânsito, como é hábito, transbordava. Apanhei a diligência 4x4 dirigida pelo cocheiro zarolho e rumei ao Palácio de S. Bento. Pelo caminho, alguns transeuntes tentavam fugir à frente dos carros, não se livrando mesmo assim dos habituais atropelamentos. Três horas e vinte e dois minutos depois estava em frente à escadaria do palácio. Nada mau, para quem mora no Rato. Paguei a taxa ao cocheiro, contornei o imenso buraco que o mais recente meteorito deixou a meio da escadaria, e enfrentei pela primeira vez os manifestantes de tanga que exigiam as facturas do condomínio. Tropecei numa velha inconsciente no décimo quarto degrau, desviei com o punho o marciano que distribuia o jornal ?O Imobiliário?, dei uma cabeçada na senhora com a latinha dos donativos para a compra de mais dois submarinos, e já ao cimo da escadaria abati a tiro o último pigmeu de Sumatra que se atirou a mim a guinchar. O GNR de serviço à entrada levantou os olhos do exemplar dos ?Cahiers du Cinema?, saudou-me com os habituais 22 tiros de canhão que desta vez acertaram em cheio no Cristo-Rei, atirei-lhe 50 cêntimos para o alegrar e entrei no Palácio.
A secretária Elvira cumprimentou-me levantando a saia, deixando à mostra uma bela parte dos seus 208 quilos, o contínuo Zacarias surgiu do nada lambendo o chão pisado pelos meus sapatos, e de pronto abriu a porta do meu gabinete. Dei-lhe o osso da praxe e tranquei-me no gabinete completa e definitivamente só.
Liguei o fax, a ventoínha e o motor a dois tempos. O motor não pegou à primeira. Fiquei fulo e chamei o Zacarias para empurrar. Já não estava. Fora lamber as pégadas ao Ministro da Defesa. Desiludido, deitei-me no sofá e preparei-me para dormir a sesta, apesar de ser ainda manhã. O telefone tocou. Tocou outra vez ainda. E ainda mais uma vez. Levantei-me a custo e fui atender: - Está lá?
Do outro lado o silêncio gritou-me aos ouvidos. ?- Está lá?? ? repeti.
Não sei como foi. Só sei que de repente me vi todo espalhado pelo gabinete. Haviam bocados de mim no tecto, em cima da secretária, no candeeiro, às voltas na ventoínha.
Peguei num rim que estava próximo com a única mão que estava à vista e tentei identificá-lo com o olho que milagrosamente tinha ficado no cinzeiro. - Bonito ? pensei com o que restava do meu cérebro estratégicamente espalmado no centro do mapa de Portugal. - Só me faltava ter pedras nos rins. O segurança entrou a correr no gabinete e estatelou-se ao comprido quando enrolou um pé num bocado de intestino delgado. Bateu com a cabeça na bigorna que estava milagrosamente intacta e ficou-se por ali.
A secretária Elvira entrou de rompante com um batalhão de G.I.´s de colete à prova de bala e lanças de bambu. Reparei que a saia dela já não estava subida.
- Senhor 1º Ministro, o que lhe aconteceu? O Polvo estava lá fora à espera e quando ouviu a explosão enfiou-se no buraco do meteorito. Ninguém o tira de lá agora. O atentado já foi reinvidicado pela Liga de Protecção da Natureza. Quer que chame um médico, sr. 1º ministro?
Foi aí que me apercebi que qualquer coisa estava errada. Gosto muito de estender os tentáculos ao Polvo no meio da desordem do caos de todos os dias. Nunca pensei que ele se escondesse logo à primeira explosão, pois sempre o tive em conta de ser um molusco corajoso. ? Chame o Alberto João. Ele que tire o polvo do buraco. ? ordenei à Elvira que saiu porta fora. Entretanto os G.I.´s estavam entretidos a recolher os meus bocados e riam que nem uns alarves. E logo agora que o Polvo estava tão bem ensinado! Por sorte, o enfermeiro Sampaio não estava em greve e fez-me o curativo. Apesar de estar um pouco combalido, fui ter com as coristas. Quanto ao Polvo, o Alberto João conseguiu meter-lhe o açaime e levou-o para a Madeira.
Lá como cá o Polvo é quem mais ordena.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Crónicas da Sanita (4)

Já tinha decidido não continuar com estas crónicas, mas tenho a impressão que estou a tomar o gosto pela escrita. Começo a perceber porque há tanta gente importante a escrever livros e que por acaso não são escritores, como o Santana Lopes, o Cavaco, o Mourinho, o Padre Borga, e a julgar pela qualidade demonstrada pela concorrência acho que terei grandes hipóteses de escrever um best-seller. Penso que a experiência da minha vida é muito mais interessante que as fanfarronices do Mourinho, as orações em forma de música pimba do padreca, ou os grandes devaneios sebosos do 1º ministro e a filosofia de cuspo do autoconvencido Cavaco. E estou a pensar em fazer como o Santana, meter os escritos na caixa do correio de cada português. Cá por mim, eu diria que o melhor era o 1º ministro meter os escritos num sítio que eu cá sei, no dele ou de um outro ministro à sua escolha, mas eu entendo esta forma de comunicar com as massas, e o gozo que daria encher as caixas de correio dos portugas com relatos escandalosos da vida intima de gente importante. Mas isso é um cenário que guardo para outra oportunidade.
Acontece que fui contratada para animar um congresso partidário em Barcelos, cujo nome não posso dizer por motivos de segurança. Haviam mais contratadas, mas baldaram-se à última hora vá-se lá saber porquê, uma tal Manuela Leite e uma Leonor Feiosa ou Beleza, para o caso tanto faz. Pois eu fui contratada quase em cima do acontecimento e não tive tempo de preparar o meu número, mas um senhor muito comunicativo que troca os ?r? pelos ?g? e que eu acho que é ministro ou locutor da TV disse que não era preciso, eu só tinha de bater palmas e dar gritinhos quando um senhor com o cabelo empapado em gel estivesse a botar discurso. O senhor com o cabelo empapado já eu conhecia de outros fandangos, mas este sujeito que troca as letras parece que só faz a barba uma vez por semana, deve ser para parecer que é um ganda machão. E também havia um com cara de bétinho com o cabelinho por cima das orelhas e que tem um nome estrangeiro, e eu começo a pensar que este partido (que não posso dizer o nome) tem dirigentes com tiques muito esquisitos, desde o gel no cabelo ao cabelinho a tapar a orelha. Mas o que é certo é que esta malta encheu o estacionamento de porches, audis, mercedes, jaguares e eu tive de trazer o meu fiat punto que ficou a destoar no meio deles. Eu, que sou uma profissional da vida muito discreta, tive que dar logo nas vistas desta maneira, parecia que estava no meio dos chulos lá do meu bairro. Mas veio o discurso do cabeça de gel, e até parecia aquele velhadas de cuba que nunca mais se cala, mas depois parecia aquele gajo da iurd a querer levantar o astral dos portugas, e depois já parecia o cigano da feira de carcavelos a querer impingir as calças levis fabricadas na china, e eu fiquei tão confusa que já não sabia quando bater as palmas e dar os tais gritinhos, de modo que baralhei o esquema de tal maneira que no final já estava toda a gente levantada a bater palmas, não sei se para mim se para o cabeça de gel, e eu fiquei tão envergonhada que me pirei dali para fora sem receber um chavo, meti-me no fiat punto, e fui direitinha para casa como uma menina bem comportada. Sei muito bem aquilo que sou, não o escondo de ninguém, mas ver tanto gajo com carros à chulo a bater palmas é que alguma coisa estava mal. Eu sou uma trabalhadora liberal, não tenho patrões, e conheço muitos dos tipos que estavam no tal congresso, alguns até são clientes meus (como pensam que eu fui contratada?), e muitos até pareciam estar a ter um orgasmo com o discurso, mas é muito mau para o negócio dar a sensação que não sei o que estou a fazer. Por isso baldei-me sem receber um tusto, mas quando algum destes espertos me cair na rifa vai ter de alargar os cordões à bolsa, olá se vai!

terça-feira, novembro 16, 2004

SECRETO (III)

De facto ?Fuga?, o documento orientador desde 1974, foi objecto de diversas emendas e adendas donde destaco o ?muito secreto? documento Adenda X aceite por unanimidade no Conselho Superior dos Superiores do Gabinete de Desenvolvimento Para o 4º Mundo, em votação secreta efectuada em Agosto de 1995, e que delineou os factos mais recentes da vida nacional.
É nessa adenda que ficou definido que o sr. António Guterres deveria abandonar o poder e, assim, permitir a continuidade da alarvice nacional de que iria ser o garante e baluarte, pois o que viria a ser apelidado de presidente da república tornaria as coisas simples e com a capa democrática necessária a encher o olho dos papalvos ditos portugueses. É por essa linha orientadora que, no enredo previsível da estupidez nacional, já na época perfeitamente assumida como um triunfo nacional, que o Zé Pacóvio vai mais uma vez às urnas para, sentindo-se democrático e moderno, votar a legitimidade do poder político a um fulano que ninguém conhecia antes, a não ser o tal anteriormente já focado Durão Barroso Tio, e isto apenas por ser um seu familiar.
Refiro, neste particular, e os documentos em meu poder assim o atestam, que dois meses antes das referidas eleições ? democráticas? foi nomeado um grupo de peritos em política alheia, sob a orientação da Casa Branca tendo como mordomo o sr. Bush Filho, para renovar o documento ?Fuga? e suas adendas num outro panfleto definidor de linhas orientadoras, sendo cometida tal tarefa ao Departamento de Vigilância e Alerta do Pentágono Para as Regiões Com Deficiência Cerebral.
Como resultado de tal estudo, foram desenvolvidas as teses definidoras da continuidade e aprofundamento da estupidez nacional no país apelidado pelos EUA como ?That?, condensadas num documento que, para além de já incluir os termos hoje em voga utilizados nas mensagens de telemóveis e com uma escrita na linha dos informáticos modernos, é denominado por Focal Observer Development Approach. Aí podemos ler claramente que o governo a sair das ditas eleições teria de ter figuras do PP, sendo mesmo aconselhado o nome de Paulo Portas para dele fazer parte em conjunto com uns quantos mais ministros e secretários daquele partido minoritário, que encabeçados pelo sr. Durão Barroso que iria para a União Europeia após dois anos como primeiro-ministro, legitimaria a passagem a primeiro-ministro dum cidadão perfeitamente adequado à continuidade e afundamento, aliás de há muito em preparação para tal desígnio nas casas de alterne fino do jetset nacional, e com provas dadas de grande virilidade nas entranhas da Figueira da Foz e no intestino de Lisboa, a capital da região.
De facto, este actual documento ?F.O.D.A.? apresenta em pormenor todos os factos que hoje em dia são notícia da vida deste país, donde não se poder mais admitir a estranheza que muitos indígenas nacionais apresentam com os factos que são noticiados na chamada comunicação de massas, aliás pertença de um dos permanentes garantes das tais linhas orientadoras, não fosse o sr. Balsemão um especialista formado na antiga União Nacional da ex- Assembleia Nacional.
Só os que não quiserem ver, ou tenham receio de poderem vir a ser enviados para Guantanamo, é que viverão na obscuridade da realidade portuguesa.
E para terminar, digo-vos que sei de fonte seguríssima e ultra secreta que o ?F.O.D.A.? está a sofrer pequenas alterações de forma, permitindo que o futuro desta região a que deram o nome de Portugal, para os EUA ?That?, rapidamente se transforme ?democraticamente? num verdadeiro e autêntico refugio de parasitas acéfalos, onde regalias sociais deixarão de existir pois serão sinónimo de ?fragância comunista?, a ideia de um amanhã melhor seja abolido radicalmente por ser conotado com ?ideias fundamentalistas de esquerda folcrórica?, e a insegurança seja o denominador comum aos cidadãos cuja capacidade económica esteja abaixo da possibilidade de terem 5 carros topo de gama pelo menos, avião particular, e umas casitas com piscina e montes por aí. Esta ultima linha orientadora, aliás, já deu frutos comprovados em vários países que tentaram furar o sistema fundamentalista do capital, seja o caso do Chile ou doutros que nem sequer sonhamos.
Assim, e espero com estes três textos ter contribuído para um melhor esclarecimento, fico de consciência tranquila por ter divulgado o que, face ao secretismo existente, pode tranquilizar o comum dos denominados portugueses, alertando-os que não devem ficar atónitos quando já não tiverem dinheirito para mandar cantar um cego ou quando o vasculhar das lixeiras perto dos aldeamentos dos mais poderosos se tornar o único trabalho onde não existirá desemprego.
Claro que existe sempre a eterna pergunta: ? E os nossos filhos??
A resposta, embora já esteja a ser arquitectada nas tais adendas e alterações ao actual documento que, após tal, se denominará como Focal Observer Development Approach ? Seculorum Est , em versão de sms denominado ?FODA-SE?, tem sempre alternativa, ou seja, recorrer-se à formula inventada pelos Monty Pyton: ?Dêem-nas para experiências laboratoriais!?
Adeus e até ao meu regresso, pois vou estar durante quatro meses num programa de TV denominado Quinta dos Papalvos II, incomunicável.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Crónicas da Sanita (3)

Saltou-me a tampa! Vejam lá quem ganhou as eleições nos EUA! Nada mais nada menos que aquele americano baixinho e a cheirar a bourbon que me apalpou a mama na cimeira dos Açores! E agora? Se eu soubesse mais cedo nunca mais teria lavado a mama, nunca mais lhe punha um soutien em cima, e se calhar passaria a andar com ela de fora (quando estou vestida, claro, embora isso seja uma raridade) e a cobrar ao pessoal por uma espreitadela na mama que o Bush apalpou. A esta hora já estaria rica e a fazer compras no Corte Inglês, e andaria de Audi a falar ao telemóvel e a manobrar o volante só com uma mão aberta, e um apartamento num condomínio fechado chamado Valle das Thilias ou Colinas del Sol. É claro que o senhor nunca mais se lembrou de mim, ele nem sabe que apertou a mão sebosa de gel de cabelo do Santana, quanto mais de mim, profissional do sexo sem direito a segurança social! Mas é bom a gente sonhar um bocadinho, porque a realidade se parece cada vez mais com um pesadelo, e os pesadelos cada vez se parecem mais com os políticos, e os políticos cada vez se parecem mais uns com os outros, já não sei se o Santana é o Sampaio, se o Sócrates é o Barroso, se o Bush é o Bin Laden! Se tivesse ido com todos eles para a cama saberia quem era quem, quem sofria de ejaculação precoce, quem tomaria Viagra, quem gostaria de se acorrentar à cama e ser chicoteado, quem se vestiria de mulher, quem usaria trela de cão, e por aí fora. Vão por mim, estes tipos não enganam uma gaja como eu, que já vi de tudo desde que privei com alguns tripulantes deste blogue, cala-te boca!
Mas não pensem que por conhecer alguns tripulantes eu seja alguma galdéria! Nada disso. Sou uma senhora, vou aos centros comerciais, vejo as montras, falo ao telemóvel, leio o Código da Vinci, aprecio o ar de macho latino engordurado do 1º ministro, compro a Caras e tenho uma TV Sony 16:9 que comprei a prestações na loja Singer para ver a Quinta das Celebridades. Como vêm sou uma pessoa com classe e quando estou à civil ninguém adivinha a minha profissão. É como o Santana Lopes, olhando para ele ninguém adivinha se ele é mesmo 1º ministro, dançarino de tango ou chulo rasca, quem vê o Bagão Félix não sabe se é um bispo dado a preversões, um chefe de repartição de finanças ou um personagem do filme Shrek, quem não conhecer o Paulo Portas pensa logo que aquele gajo é o Paulo Portas, que é parecido com o Paulo Portas, ou que dá ares ao Paulo Portas.
Mas isto de alguém nos confundir com outra pessoa é uma coisa grave e pode ser muito embaraçosa. Outro dia um gajo qualquer perguntou-me se eu não era a Cinha Jardim. Bom, tive que puxar dos galões e responder que não, porque 1º não sou loura 2º nunca andei com o Santana Lopes 3º nunca andei com o Paulo Portas para disfarçar e 4º sou mesmo aquilo que sou. Só sei que o gajo ficou embasbacado, pediu desculpa, ajeitou com as mãos o cabelo empapado em gel, e retirou-se dando um ar de chulo rasca e dançarino de tango.
Não é para me gabar, mas a minha clientela é seleccionada e só vou com quem eu quero, e só me enganei uma vez quando fui na conversa destes tripulantes. Saibam que estou certificada pela ISO9001, e que sou sujeita a auditorias constantes, em média umas 27 vezes por dia, e que só recebo elogios dos auditores, que ficam tão satisfeitos que voltam cá a auditar outra vez. Portanto não é um tipo qualquer com pinta de galo capão que me dá a volta. Eu topo-os a todos!
Bom, agora vou ouvir o discurso daquele senhor simpático com o cabelo cor de cenoura que anda sempre a pedir para agente ter calma, para sermos tolerantes e moderados,
e que se parece com o presidente Sampaio. Mas eu não acredito!



terça-feira, novembro 02, 2004

SECRETO (II)

(cont. de SECRETO (I) )
Sempre na estrita orientação do anterior referido documento A3P, o país denominado na gíria mundial por ?Portugal?, excepcção feita para os EUA onde é denominado por ?That?, foi exímio aluno bem comportado das políticas definidoras da perpetuação da estupidez e da incapacidade de se desenvolver, contráriamente ao que seria de esperar no pós-2ª guerra e foi por demais levado à pratica por diversos países não sujeitos a tais orientações, tal são exemplos, a Suiça, Suécia, Noruega, Finlândia, etc, etc. O caso dos países africanos e alguns outros não se incluem no A3P, mas antes noutro tratado mundial denominado PqP e desenvolvido nos anos de 1943 a 1952 pela NATO/URSS, embora com alguns pontos de convergência de política social ao A3P pelo ?Puta que os Pariu?(PqP).
Assim, o que para muitos era considerado como ?para Angola e em força? ou mesmo ?Goa, Damão e Diu, sempre? expressões de força motivadora, não eram mais do que chavões criados nas embaixadas de propaganda para perpetuar a continuidade do necessário estado latente de saloismo nacional. É mesmo referido em documentação oficial que a atribuição do prémio Nobel antes-Saramago foi uma contribuição invejável para retirar factualmente algumas partes cerebrais que estariam a mais nalguns indigenas deste país, embora os recursos económicos da época não tenham permitido a sua aplicação em larga escala.
De acordo com um documento ?muito secreto? datado de 25 de Abril de 1974, assinado por um representante do grupo de acompanhamento do A3P, sr. Frank Carlucci, verifica-se que foi superiormente determinado em reunião de 17 de Março daquele ano pelo Gabinete de Desenvolvimento Para o 4º Mundo que o A3P deixava de ter validade, sendo substituído pelo então denominado documento orientador Futuro e Portugal, na gíria conhecido actualmente como ?Fuga?.
A particularidade deste novo documento é que, pela primeira vez, aparecem algumas assinaturas de individualidades na rubrica ?tomei conhecimento e aceito?, reconhecidas pelo 56º cartório nacional, onde são legíveis as dos sr.es Mário Soares, Freitas do Amaral, Sá Carneiro, Amaro da Costa, Pinto Balsemão, Paes do Amaral Pai, António de Spinola, Marcelo Rebelo Sénior, Durão Barroso Tio e algumas outras que não estão reconhecidas por serem de menores de idade, de entre as legíveis podemos ver Saldanha Sanches, Luis Delgado, Santana Lopes, Paulo Portas, Nobre Guedes, Morais Sarmento e Manuel Monteiro, e das ilegíveis mas decifráveis, as de Pires de Lima, Álvaro Barreto e José Sócrates Júnior.
Pela leitura do capítulo ?Pregar aos Papalvos, Orientações e Bênçãos?, cujo relator à data é Bagão Félix, é clara a identificação explícita da voz da igreja na orientação espiritual definida na frase:??.e não é por repetidamente afirmarmos que o futuro é risonho que atingimos os objectivos de se perpetuar uma sociedade de papalvos acéfalos, mas antes de o fazermos com convicção e fé.?
O documento Fuga, também classificado em ?muito secreto Nato?, define todas as linhas mestras que permitem entender o momento actual que vivemos. Aí podemos confirmar que se afigura de primordial importância não apenas manter as linhas orientadoras do passado, mas também aprofundar até ao limite os alicerces que perpetuam uma sociedade sem destino, composta por um enorme conjunto de mentecaptos cada vez mais satisfeitos por assim o serem, desejosos de serem comandados por imbecis disfarçados de inteligentes. Aliás, o documento já referido tem mais de 564 páginas, escritas dos dois lados, em forma de manual de consulta simples, mas onde desde o permitir ?umas brincadeiras controladas? (SIC) por alguns militares, numa fase inicial, passando por ?dar ao povo liberdades condicionadas? (SIC), casos da Casa Pia, apitos dourados, mães de Bragança, e outros condimentos que fermentam o fazer acreditar que se vive em ?democracia? (SIC), até perspectivas de futuro mais arrojadas, algumas das quais estão hoje na ordem do dia, tais como Euro2004, Pinto da Costa & C.Lmt SA, Quinta das Celebridades, Marcelo&Média, Tunel do Marquês, Encontro das Lajes, Bush&Outro,etc.
De facto, o destino está traçado com rectidão e ao milímetro no Fuga. E embora correndo grave risco de ir parar a Guantanamo ou à prisão onde está o Sadam, não resisto a divulgar a evidência, sabendo mesmo que poucos de vocês acreditam no que vos relato, atrevendo-me mesmo a pensar que alguns de vós dirão que estou acometido de uma virose rara ou mesmo com cocaína nas veias, em dose superior ao que é politicamente correcto e admissível aos ministros mais yupis, aos secretários e subsecretários mais servis, aos directores gerais e outros assessores que enchem de há muito os poços do poder político e económico desta coisa apelidada pelos americanos como ?That?.
E como preciso de tomar coragem para divulgar o que sei, continuarei no próximo artigo.

Crónicas da Sanita (2)

Já repararam que a política nacional está de tal maneira comprimida e deprimida que quando alguém se quer a ela referir só fala num túnel? Tudo isto começou porque o 1º ministro antes de o ser foi presidente da câmara de Lisboa, e foi responsável por essa obra magnânima que é o túnel do marquês, que como toda a gente sabe é um túnel sui generis pois só tem uma entrada e não tem uma saída. É assim como um buraco cortado ao meio, estão a ver? Mas agora que o senhor é 1º ministro alguém resolveu fechar o túnel do Rossio, e isto faz-me pensar que a política em Portugal é como um túnel que nunca acaba ou que se fecha, e que assim os portugas nunca mais vêm a luz que deve estar lá para o fundo, e nunca vão saber se a luz é do sol, de uma lâmpada de néon, de uma vela ou de uma lanterna de escuteiro. Cá por mim vou mas é acender uma velinha à Nossa Senhora de Fátima para ver se quebra este enguiço.
Mas o que acontece é que o túnel faz-me sempre lembrar o ministro Paulo Portas, não sei porquê. Talvez que o pelouro do sr. Ministro da Defesa seja uma espécie de buraco sem fundo, ou seja ele mesmo, não sei. Porque isto de fundo também me faz lembrar a história dos submarinos para combater o tráfico de droga, pois toda a gente sabe que os traficantes utilizam submarinos e peixes aranha para introduzirem a droga no nosso país, e também para salvamento de náufragos, imaginem um náufrago a afogar-se e lá vem o submarino do Portas, e pimba!, aconchega-o por baixo e salva-o de morte certa.
Isto de aconchegar faz-me lembrar um cliente que está sempre a dizer que eu sou o seu aconchego, o seu ninho de cegonha, é cá uma seca! Nesta profissão não se pode ser o ninho de ninguém, pois a gente não se pode pegar de amores por um fulano qualquer, seria mau para o negócio. Temos de mostrar frieza, e até algum distanciamento, tipo assobiar para o lado, como faz o presidente Sampaio quando não anda com a lagriminha ao canto do olho.
Não sei porquê, mas hoje estou sinto-me um pouco amarga. Pensando bem não é só hoje, e creio que não sou a unica portuguesa a senti-lo. Creio que é um estado de espírito inerente à condição de ser português e uma coisa inventada por um português que se chama lobotomia. É assim uma espécie de retirar um bife ou coisa assim de ambos os lados da cabeça, e a gente fica com os pensamentos muitos limitados, e a inteligência de um sapo do Amazonas. Devem ter feito tantas lobotomias aos portugas no passado que estes se transformaram em lobotónamos crónicos, sem reacção, sem inteligência, com tendência para a amargura, o fado, o auto suplício religioso.
Só assim se percebe que os portugas continuem a levar na tromba, a ter mais desemprego, menos direitos, pagar mais impostos, vida mais cara, e continuem a viver como se tudo não passasse de um malfadado destino, paciência, o que se há-de fazer.
Às vezes sucede estar a aviar um cliente e apetece-me comer tremoços ou ver a telenovela, e esta indiferença tem muito a ver com a indiferença dos portugas perante o seu destino. Ou seja, em vez de se esforçarem a procurar a luz ao fundo do túnel, inventaram uma tramóia com outro túnel! E agora com dois túneis os portugas já não sabem em que túnel procurar, se procurar num só já era difícil com dois nem se fala.
Imaginem se as mulheres tivessem duas vaginas: os homens não portugas encontrariam maneira de ter dois pénis, os portugas ficariam eternamente indecisos sobre qual buraco usar, e acabariam por desistir encolhendo os ombros.
É triste ser portuga!

SECRETO (I)

Foi com profunda reflexão que escolhi este blog para divulgar algumas coisas que sei de fonte absolutamente credível por dois motivos principais. Primeiro porque é um blog onde os assuntos são tratados com seriedade e merecem toda a credibilidade, e segundo, porque é um blog pouco acessível à maioria das pessoas deste país, pois a sua consulta implica não apenas o saber ler mas também o necessário descernimento para entender o que aqui é publicado.
Devo confessar que o que vou passar a divulgar é matéria da mais elevada confidencialidade e de importância que em muito ultrapassa a responsabilidade nacional. Espero assim ,convictamente, que os responsáveis deste blog não atraiçoem a confiança depositada e, mesmo sujeitos às maiores sevícias por parte da PJ ou SIS ou da Central de Informações do Governo, nunca permitam que se chegue ao autor destas declarações, cujo resultado obviamente seria desastroso para a minha vida e de todos os meus familiares até, pelo menos, à quinta geração.
Feitos estes reparos introdutórios, passo ao que importa, sabendo que tornando-se público, a sociedade portuguesa sofrerá um abalo tal que a telesérie do Professor Marcelo ficará reduzida a uma simples e banal história da Carochinha.
Que o país está de rastos, até o mais comum dos nacionais o sabe. Agora que o país nunca mais vai deixar de rastejar, isso já é matéria doutra lavra. De facto, chegou-me ao conhecimento, e devo desde já dizer que tudo o que afirmo pode ser verificado por provas irrefutáveis, que a nivel mundial foi traçado em 1926, Junho, o destino deste país. Passando por diversas entidades coordenadoras desta acção, os documentos em minha posse indicam que, na fase inicial, tal tarefa orientadora e de coordenação foi da inteira responsabilidade do Gabinete de Estudos Estratégicos da UDL (União das Democracias Livres), com sede em Londres e secretarias executivas em Baden Baden (Alemanha Ocidental) e Dortmund (Estados Unidos). O Tratado do Rastejo de Portugal, documento também conhecido como o APPP (Arranjinho Para Papalvos e Pacóvios), hoje comumente designado como A3P, refere na sua introdução que este assunto já vêm de 1711, embora não tivesse ainda sido formalizado até áquela data.
Apenas resumindo o tal documento, que está classificado como muito secreto, aí é dito que Portugal seria o país usado, no âmbito mundial, como o observatório da aplicação das medidas que permitiriam criar exemplo da perpetuação da estupidez como factor de sucesso nos restantes países da esfera católica, denominados do 1º mundo na altura.
Para a prática consequente, foi devidamente instruído um homem neutro de cabeça chamado Oliveira Salazar, com a tarefa de dar forma ao estipulado. Não vale a pena desenvolver o que se passou, pois é matéria demais conhecida para necessitar de explicações.
Com o advento da 2ª guerra mundial e o fracasso do modelo germânico, aliás fundamentado no A3P, a execução da continuidade estratégica passou para o Departamento Orientador da OCDE, com sede em Paris,embora a aplicabilidade táctica ficasse na responsabilidade do Gabinete de Desenvolvimento Para o 4º Mundo, organismo da ONU, com sede em Kuala Lumpur. De acordo com as orientações emanadas, foram injectados 3,5 milhões de dollares nos países africanos para que não permitissem o desenvolvimento nas ex-colónias portuguesas de polos pensantes que pudessem pôr em causa as políticas traçadas, donde o reflexo naquelas sociedades de duas castas, a saber, os pretos que ainda estavam no ante-préhistória, e os brancos que para lá iam e se desenvolviam no estrito conhecimento das naturais características denominadas como esperteza saloia, em terra de pretos quem não o é é fixe, o trabalho é pró preto e quanto mais sacar mais importante sou. Claro que com as imprescindíveis manifestações de apoio das classes continentais, mantendo o bacalhau, a sardinha e o tintol como as magnânimes luxúrias garante do atrazadismo nacional.
Para não maçar os respeitáveis leitores, continuarei no próximo artigo.