quinta-feira, novembro 11, 2010

Este Povo Não Presta!

Na imprensa regional também existem verdadeiras pérolas

quarta-feira, novembro 10, 2010

ATÉ QUE ENFIM ! A crise explicada pela TM

De facto, este blog não tem interesse nenhum, ninguém, ou quase, escreve aqui, e o que publicamos não presta para nada. Mas este é o "Cagatório da TM", donde é mesmo assim e ponto final.
Eu próprio tenho andado arredado deste blog, não por falta de assunto, mas antes porque me ausentei em viagem transcendental desde que a "crise" assentou arraiais. Achei por bem aguardar para ver o que isto dava quando a "crise global" obrigasse a justificar a "crise" neste país, ou seja, até que chegássemos ao "país crise". E chegámos. Claro que sempre vivemos em crises, daí já estarmos habituados e nem sentirmos orgulho nacional se não tivermos uma crise em cima.
Mas agora temos uma a sério, daquelas que fazem um bom título para um livro, do tipo "Crónica De Uma Crise Anunciada". Agora temos a certeza que dentro de alguns meses a crise anunciada passa a ser não do país mas das pessoas que se dão pelo nome de portugueses, excepto para os já desempregados, para os pobretanas, para os velhos, para os que já andam na sopa dos pobres. E claro para aqueles que vivem à custa das crises e cada vez estão melhores.
A crise anunciada vai chegar quando os funcionários públicos e outros virem diminuido o valor no verbete do ordenado, quando forem à farmácia e tiverem de pagar um balúrdio pelos medicamentos fundamentais, quando tiverem de entregar a casita comprada ao banco por falta de pagamento, quando o fisco lhes retirar o carrito comprado a prestações ou com o dinheirito que uma tia-avó da província lhes deixou por morte.
A crise anunciada vai chegar no rigôr do inverno, quando o tempo obriga a um ar macambúzio e a um desespero que só o sol pode apaziguar.
E tudo isto porquê? Claro, por culpa dos mercados. Eu sempre disse que os mercados deviam acabar e serem todos substituídos por supermercados. A culpa é das peixeiras deste país, dos vendedores de batatas e feijão a quilo, dos negociantes da couve-flor e rabanetes.
Mas o problema principal não são os mercados nacionais mas sim os do estrangeiro. Estes eu não conheço, mas sei que há um bem grande de flores na Holanda e outro ainda maior de petróleo em Londres, e na amérdica nem faço ideia de quantos haverá. De certeza que não têm peixeiras a regatear o quilo da sarda ou vendedores a venderem um quilo de feijão-frade por oitocentos e cinquenta gramas. Nesses do estrangeiro os vendedores são profissionais honestos e não brincam em serviço nem andam aos beijinhos ao Paulo Portas.
Com o anúncio da crise que aí vem, a inventividade deste povo luso foi mais uma vez posta à prova e provou ser capaz de inventar os pec´s e os orçamentos nacionais como mais ninguém ousaria descobrir. Porque a massa não nasce do céu, excepto para alguns iluminados pelas sagradas escrituras que fazem milagres que até o deus deles coraria de vergonha, a crise anunciada obriga aos que tiveram o infortúnio de decidir pelos outros a tomarem medidas, ou melhor, a inventarem uma vez mais novas medidas. Assim, um quilo passa dentro de meses a valer menos que mil gramas, o metro passa a ter oitenta e sete centimetros, o cavalo passa a burro e até mil passa a quinhentos e setenta. Os cortes orçamentais anunciados vão levar ao anúncio dentro de meses de falta de verbas para o ensino, para a cultura, para a saúde, para a segurança social. Afinal coisa menores, pois os bancos e os donos do país não serão molestados e continuarão a assegurar um futuro promissor, aliás, como sempre têm sido o garante de mais e melhor país.
Como os tais mercados são zelosos com o bem público dos países, e em especial com o nosso, pois não se esquecem que fomos nós, os portugas, que inventaram o sistema monetário e demos novos mundos ao mundo, irão continuar a dar boa ajuda e daí a uns meses os nossos não menos zelosos decisores lá terão de inventar mais uns pec´s e orçamentos rectificativos que, finalmente, retirem por completo os orçamentos aos diversos sectores despesistas, tipo saúde, ensino, cultura e apoios sociais. Então sim, o país começará finalmente a traçar o futuro para que está destinado, sem mais mas nem meio mas. Uma colónia com assinatura reconhecida da germânica imperial e até com sorte, mais um estado da unidade amerdicana. E se formos rápidos, ainda teremos a senhora Merkel e o Obama a virem inaugurar o TGV.
Até que enfim!

quarta-feira, outubro 27, 2010

Este post não tem mesmo interesse nenhum...


É sabido que o desaparecido rei D. Sebastião criou o seu prório mito. E que volta não volta lá temos que levar com o mito (salvo seja) quer em forma de Salazar, que no entender de alguns salvou a pátria, quer agora na forma de Cavaco, que, segundo outros, vai salvar a pátria. Mas de facto isto não me interessa para nada.


Voltando ao D. Sebastião, que foi rei com a módica idade de 14 anos, que foi piamente educado segundo os canones ultra-católicos em voga na época, que como qualquer jovem do século XVI sonhava com heróicos feitos militares, que segundo boatos morreu virgem, ou por opção ou por ter preferências não heterodoxas mal assumidas, enfim este reizinho deitou tudo a perder lá pelo norte de África, onde os mouros lhe fizeram a folha, deixando Portugal sem rei e entregue à barbárie castelhana, por antecipação à profecia de Saramago. Mas de facto, este episódio da História não me interessa para nada.

É sabido que o mito sebastiânico incomodou de tal forma o rei sucessor, Filipe I, (II em Castela) que o homem passou-se e fez entregar em Lisboa um corpo supostamente do rei ausente, seu sobrinho e Sebastião de nome. Ora apesar de na época ainda não existirem testes de ADN, a populaça não acreditou na coisa, e preferiu continuar a arcar com a canga do Desejado em cima do pelo. Este corpo sem nome continua sepultado algures nos Jerónimos e a alimentar as mentes esfrangalhadas dos autótones. Mas isto tem de facto alguma importância?

O que é importante é que se D. Sebastião fosse mulher, teria concerteza as mamas grandes. E um rei, ou por outra, uma rainha, com as mamas grandes, daria de certo um bom governante e teria deixado os marroquinos em paz. E mesmo que tivesse desaparecido em qualquer batalha da treta, sempre era melhor os portugueses suspirarem por uma rainha com as mamas grandes do que por rei efeminado, beato e imberbe, ou por um economista arrogante, convencido e incompetente.



E isto é realmente o que interessa.

sexta-feira, outubro 08, 2010

E agora uma lição de antropologia

Deve ser giro conviver com a burguesia que alterna (literalmente) o poder neste país. Tratam-se por você, ronronam de prazer enquanto se cumprimentam só com um beijo na face, passeiam os audis e armanis por festas, encontros, inaugurações e jantares, discutem a sua política como se o povo fosse uma entidade abstrata algures entre plutão e a nebulosa de andrómeda, aproveitam as circunstâncias para planearem o seu futuro ou de familiares próximos em cargos relevantes de empresas públicas, público-privadas, ou simplesmente privadas, põem-se a jeito do putativo futuro 1º ministro na esperança de obterem dividendos, ou simplesmente notoriedade para planos futuros. Geralmente exibem um penteado de risco ao lado com o cabelo a tapar as orelhas e a cobrir parte da testa (os mais novos), ou compensam a falta de cabelo com uns caracóis a cobrirem a parte de trás do colarinho, o que lhes dá um ar supostamente marialva (os mais velhos). Já os de meia idade apresentam uma sobriedade que lhes dá um ar mais respeitável, qualidade imprescindível para ascenderem a secretário de estado ou mesmo ministro.


Estes seres camaleónicos, que dão pelo nome de democratas-cristãos, liberais, sociais democratas e até socialistas, enxameiam as catacumbas do poder sempre que o cheiro da podridão lhes roça pelas ventas.

São os chamados abutres do regime, ou hienas do erário público. Não fosse este senão e seria um divertimento perfeito assistir ao convívio macilento entre estes espécimens.

Desde que estivessem devidamente enjaulados, está bom de ver.

Publicado também aqui

quarta-feira, setembro 01, 2010

De volta à latrina


Depois de uma ausência de apenas duas semanas, contrariando o sábio conselho de s. exa o sr. presidente da república de sofrer as férias cá dentro, cá estou de volta à latrina a que chamam país. Já me tinha esquecido das ultrapassagens à queima, do carro colado à minha traseira, dos excessos de velocidade, das manobras perigosas, da caça à multa, da má sinalização, das dezenas de carros engalfinhados na A25. E também dos incêndios, do desemprego crescente, dos despedimentos por sms, dos comentadores políticos, desportivos e outros atrasados mentais, do futebol, da sra. de fátima, da casa pia, do freeport, dos escroques de pacotilha que passam por políticos, dos políticos que são escroques de pacotilha, dos teóricos economistas cheios de vento e soluções milagrosas, e de tudo o mais que deixa um rasto de merda que nem o cif limão consegue limpar.


Cá vamos cantando e rindo…

quinta-feira, agosto 19, 2010

Quem disse que já não existem tripulantes?

Já vem com atraso esta  notícia (férias oblige!) mas não podia deixar de a salientar aqui, quando ainda por cima o escritor tem o apresentador que tem...

quinta-feira, agosto 05, 2010

Sobre viventes

Seremos? Será que os tripulantes conseguem dar a volta por cima (delas ovcórsse).
Felizmente o 2º remador já voltou a dar as suas belas cagadelas.
Então e o assador-mor que nada faz porque tb não escreve mais qq coisa.

De mim já sabem a opinião - a caneta não é mais forte que uma boa espingarda e um tiro nos cornos desta cambada política TODA. E por arrasto também a uns gestores-boys incompetentes e corruptos.
Se os bins-ladens e respectivos "terroristas" não fossem paus mandados dos donos financeiros do mundo, faziam-se era explodir junto aos foruns do G7, G8, G20, etc. e não junto ao Zé Povinho - este já leva dos políticos, dos patrões, dos padres e, às vezes, também da mulher.

O Timoneiro
Pos-scriptum (e nunca PS) - com os detectores de palavras "chave" dos amerdicanos, ainda me apanham pelo que escrevi e vou parar a Guantanamo (ou equivalente) - portanto se não escrever mais já sabem onde estarei ..... de férias.

segunda-feira, julho 12, 2010

Alguém aqui anda a beber vinho estragado



É minha profunda convicção que este desaguar de tripulantes tresmalhados a esta praia deserta será sol de pouca dura, mas não posso deixar de referir o facto mais não seja porque graças a ele a minha vontade de aqui vir defecar regressou embora ainda muito dependente da ingestão de fibra que me vai faltando nestes tempos conturbados.


Coincidindo este nosso extertor muito bem vuvuzelado pelo timoneiro com o extertor geral da “nação”, apenas me resta ir rindo e gozando com os gorgojeios que brotam pela boca fora de algumas distintas figuras públicas da nossa praça, que ao que parece andam meio perdidas no meio da confusão geral tentando descobrir a melhor forma de continuarem à tona de água enquanto esperam pelo salva-vidas que já anda por aí em forma de manequim amestrado com cabelinho à foda-se.

Esta espectacular tirada, vinda de quem vem, chega com 36 de anos de atraso. Alguém faça o favor de explicar ao comendador que pode vir a ser acusado de perigoso comunista, ou ainda pior, de perigoso comunista com sotaque madeirense.
Só mesmo para o gozo. Ou então a colheita deste ano vem com pesticidas a mais, meu caro Joe.

domingo, julho 11, 2010

A História Repete-se

“Sabemos que o estrangeiro nos inveja – isto, quando chega a compreender-nos, porque num primeiro contacto, acha estranho que meio quilo não sejam 500 gramas, principalmente se bem aviado, ou que meia dúzia de sardinhas sejam sete, se forem pequenas, ou que andemos na estrada a fazer sinais de luzes uns aos outros, quando passamos por um guarda – mas ao estrangeiro dizemos, com um sorrisinho, que mil anos de experiência, já dizia o outro, demoram pelo menos mil anos a adquirir.
Tudo terá começado, segundo quem estudou o nosso passado, que nós estudámos pouco derivado aos matraquilhos, com Viriato e a resistência às hostes romanas. É evidente que meia dúzia de pastores dos montes Hermínios não podiam fazer frente, de frente, a tão poderoso império. Como é que então o pessoal da Lusitânia fez? Não podendo pegar de caras, foi de cernelha. Moeu a cabeça aos centuriões até eles desistirem e dizerem despeitados que aqui vive um povo estranho, que nem se governa nem se deixa governar.
Depois veio Afonso Henriques, que não lhe chegava ser conde, queria ser rei. Afirmo que desconfio muito da vontade e do entusiasmo dos nossos antepassados do ano 1100, em relação à independência. Se houvesse Pátria, ainda se podia pôr a questão patriótica, mas o que havia era um território que não era do povo, mas de alguns da realeza de então, portanto o interesse de fazer Portugal, cá para mim, era apenas de Afonso e seus camaradas, os quais não queriam prestar vassalagem e pagar impostos, ainda que com o dinheiro do povo, não era com o deles. Eram uma espécie de adolescentes avant la lettre, na idade da rebeldia, com ganas de se emanciparem, para poderem brincar aos pais e às mães, reis e rainhas, sem a supervisão dos adultos. Ó Teresa, vai lá ver a S. Mamede o que é que o miúdo anda a fazer que está tão calado, disse o conde.
Para o povo portucalense, ser explorado pelo rei de Castela, pelo de Aragão, pelos reis magos ou pela nobreza que de Espanha se queria autonomizar, devia ser um pouco indiferente. Quem queres que exerça o direito de pernada, ó jovem noivo, servo da gleba em Guimarães? O sem-borgonha do Afonso castelhano, ou o desborgonhado do filho de Dona Tareja?
Mas o povo portucalense, talvez precisamente porque tanto se lhe dava, ergueu as sobrancelhas, num gesto de o que é que se há-de fazer, este agora quer ser rei, e lá ajudou Afonso Henriques a traçar um Estado-Nação, independente e novinho em folha, com terras e cidades conquistadas aos mouros e tudo. Ok, Afonsinho, se o menino insiste, nós vamos ver se damos um jeito.
E fomos por aí fora, cheios de pachorra, aceitando filosoficamente dias maus e outros bons, a dar jeitinhos e golpes de rins, a descobrir continentes, a folgar as costas enquanto os paus iam e vinham, a sobreviver como nação a um Sebastião e três Filipes, ao desbaratar do ouro em conventos de Mafra e coisas mais desnecessárias, até deus e a geologia nos pôr à prova, de forma brutal, a 1 de Novembro de 1755.
Agora é que eles se passam, pensou o mundo. Qual quê! Com calma, recuperámos do terramoto, saindo com menos traumas do que Voltaire e muitos filósofos, e ainda aguentámos os excessos do marquês de Pombal, certos de que, mais cedo ou mais tarde, o homem cairia em desgraça e nós ainda cá estaríamos prontos para outra. Lagarto, lagarto.
Passados anos, chega o Napoleão, na forma de Junot e, enquanto os outros países tentam conter as invasões e se esfarrapam para resistir ao irresistível, o que é que nós fazemos? Bom, a corte vai até ao Rio de Janeiro ver as escolas de samba e plantar jardins botânicos, como quem não quer a coisa, com a rainha louca e o príncipe regente a arrastar a esposa, a qual, por não ser portuguesa, não estava a perceber nada, desconhecendo essa manobra militar que alguns insistem em classificar de retirada, mas em Portugal se chama piranço estratégico, e toca a embarcar que eles já vêm na 24 de Julho.
Quanto ao povo, na falta de exército e fidalguia que faça frente às hordes napoleónicas, dá um jeitinho para os franceses caberem – entrem, mas não me façam muito mal – ao mesmo tempo que pede uma mãozinha aos compatriotas de D. Filipa, a de Lencastre e boa memória. Sempre fomos amigos. Se eles ficarem convencidos de que mandam na gente, deixa-os ficar. De qualquer maneira já tinham a nossa economia nas mãos e comandavam a nossa política externa, portanto…no problem.
Depois, na guerra civil entre miguéis e pedros, na crise do mapa cor-de-rosa, na decadência da monarquia, na confusão dos sidónios e dos possidónios, na primeira república, na ditadura salazarista, no PREC, na democracia estabilizada, na Europa, até hoje, no Portugal globalizado, foi, é e será sempre igual.
Em que outro país, digam-me lá, os militares fazem um golpe, derrubam um regime, tomam o poder e não descansam enquanto não o passam para a mão de políticos civis feitos à pressa que, salvo honrosas excepções, ainda em menos tempo ignoram, desprezam ou trucidam os libertadores?!”

Isto tudo para dizer que a história passada se repete, mais ou menos, pois os tempos mudam e a modernidade já não é o que era.
Assim, vejamos:
No texto anterior, altere-se o Afonso Henriques pelos Mário Soares e Sá Carneiro. Depois altere-se os Sebastião e Filipes por Paulo Portas, Guterres e Santana e uns quantos mais que vão igualmente desbaratando o ouro que ainda sobrava agora não em conventos e outras coisas desnecessárias, mas por amigos e amigalhaços que calmamente se encarregam de o distribuir pelos que anteriormente tinham fugido não apenas para terras de África, mas mais recentemente também para países civilizados onde o conforto e espera por dias mais felizes asseguravam a sua fortuna e poder.
Porque a história repete-se mas não de forma igual, felizmente não tivemos novo terramoto, mas a destruição material do património nacional foi assegurada pelos tais amigos e amigalhaços que seguiram os ensinamentos do tal marquês de Pombal, com reconstruções de menor qualidade e sem apego a planeamentos que levassem a melhor qualidade de vida, mas apenas e fundamentalmente para melhorar a qualidade de vida desses tais amigos e amigalhaços.
Napoleões já não existem como antigamente, mas substitua-se por Comunidade Económica Europeia e depois por União Europeia, e atente-se na fuga do Durão Barroso para Bruxelas como paga pela benevolência para com a invasão americana, pois sempre fomos amigos e se a Alemanha, França e Inglaterra de qualquer maneira já tinham a nossa economia nas mãos e comandavam a nossa política externa, portanto…no problem.
Guerra civil, nos moldes antigos, também não tivemos na história recente, até porque a república já cá estava e manteve-se, mas reduzidos à sua expressão mais ínfima os maiores inimigos das direitas deixaram de ser problema de peso, donde a vitória socrática veio para aclarar e fortalecer o que outros tentaram sem sucesso, manter o Portugal globalizado no que sempre foi, é e será: um país de merda!

(o texto inicial foi retirado do livro “10 Razões Para Amar e Odiar Portugal”, António Costa Santos)

Estamos a cagar de alto!

Pois de há muito que não vinha aqui por estas paragens dar um ar da minha graça...ou desgraça, mas ao ver o ultimo desabavo do Timoneiro "Estertor da morte anunciada.." e do Ukabdsinais "da via sacra da tripulação ou como o timoneiro imagina o seu naufrágio", não consigo ficar calado.
Para já, parece-me que estes valorosos tripulantes andam um pouco em baixo, como que esquecendo que pertencem à estirpe da Tripulação Maravilha e não a uma qualquer estirpe da gripe ou da sida. Entendo que a idade vai fazendo das suas e não é fácil, mesmo a um marinheiro que já tenha percorrido mundos e fundos e apanhado com mares alterosos e monstros da pior espécie, passar sempre ao lado do desespero moribundo. Mas a força que os motivou a galgarem os mares e intempéries deve ser o estímulo suficiente para não baixarem os braços e muito menos, a sua força interior. Claro que quando alguém, mesmo o mais valoroso dos tripulantes, começa a dedicar-se à leitura de Nietzsche, aos discursos do Sócrates e do Passos Coelho, a dar ouvidos ao Marcelo e outros quejandos da nossa praça, aí a morte anunciada começa a borbulhar.
É evidente que qualquer marinheiro, por mais destemido e valoroso, se deixa embalar pela "crise", esquecendo que a crise existe desde que foram mandadas construir as primeiras caravelas, aí começa a sua via sacra e o naufrágio pode estar próximo.
Claro que a Tripulação já não é assim tão maravilha como já o foi outrora, mas que diabo, a nau catrineta ainda não foi ao fundo e cá estamos para a ir remendando aos poucos.
Podem privatizar o que ainda falta, seja a segurança social, seja os caixotes do lixo, seja o que fôr. Podem até aumentar os iva e irs até 99% do nosso triste soldo. O que um Tripulante nunca permitirá é que o privatizem a ele, pois aqui no Cesto da Gávea o lema é e será:"Esta é a folha de papel higiénico que usamos no Cesto da Gávea, local onde a Tripulação Maravilha (TM) vem despejar o que lhe vai na merda da cabeça, mostrando ao Mundo que estamos a cagar de alto!"
Nem que mais de dez milhões de portugas se deixem apanhar nas malhas das redes da treta, nós, os Tripulantes, sempre gritarão: ESTAMOS A CAGAR DE ALTO!

sexta-feira, julho 02, 2010

aaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrgh

Estertor da morte anunciada.....

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Isto anda aqui ao abandono, já não se pode descansar



Já me esquecia do novo ano, pá, esta coisa andava aqui um bocado ao abandono, faz-me lembrar o Haiti que a gente só se lembra que existe quando aquilo começa a cair aos bocados, e agora as nações ricaças querem todas ajudar ao mesmo tempo, umas a sério, outras a fingir, que aquilo nem sequer conta para a economia mundial, nem para cotações na bolsa, nem para spreads bancários. A gente ajuda, pá, e depois abandona e esquece até dar um tartaranho noutro qualquer lugar do planeta com rendimentos de um dólar diário per capita, a gente ajuda, toma lá mais uns milhões para o governo do sítio construir mais um palácio ou uma casinha de campo na Suiça para curtir quando há mau tempo nos trópicos. Mas isto sou só eu a desabafar, eu nem sequer conto para aqui, quanto mais para o Haiti.


Mas dizia eu que o novo ano já por aí anda e ainda não dei por nada, a crise continua, o governo continua, a oposição continua, o presidente continua, o Constâncio continua, a Julia e o Goucha continuam, foda-se pá, quando é que o ano novo é mesmo novo a sério?