Cá para mim, isso da gripe das aves é uma grande treta. Pelo menos aqui por perto não existe e mesmo que venha a existir, seguramente apenas afectará animais com penas de menor porte ou de condição mais frágil e portanto já por si postos à margem da cadeia de preservação da espécie.
Ainda tive alguma ténue esperança que essa tal de gripe da passarada se transformasse em rápida epedemia avassaladora dessa espécie, e que se propagasse em tempo útil à união europeia e particularmente a este país, onde a passarada sempre encontrou as condições perfeitas para o seu rápido desenvolvimento e preservação. Mas afinal, mais uma vez tenho de me resignar com a triste realidade de que nem uma simples gripe selectiva faz o favor de aqui chegar, fulminante e transformadora da capoeira a que chamam Portugal.
De facto, os passarinhos e passarões que por aí proliferam estão e continuam sem um espirro, sem as asas caídas, sem sequer diminuirem as forças que lhes permitem os voos, quer razantes quer altos. E continuam a defectar cá para baixo como muito bem lhes apetece, em alegre rodopio de cacarejos, em bandos de animais à solta.
Engalanadas na sua plumagem, as aves que proliferam neste país são de diferentes famílias mas todas pertencem à mesma espécie, pelo que tendo traços genéticos comuns, seria fácil uma gripesinha entrar-lhes pelo bico ou pela cloaca e zás...adeus aves!
E não se pense, como eu pensei durante algum tempo, que são aves raras. De facto em tempos muito antigos foram raras, mas hoje face às condições de habitat natural e capacidade de reprodução assistida, existem aos milhares neste grande aviário nacional, embora mantenham capoeiras próprias a cada família.
Claro que nem todas estas aves têm o mesmo porte e altivez, pois enquanto algumas são os instrutores de vôo, garante de chegarem cada vez mais longe e mais alto, a maioria das restantes são o garante da continuação da espécie, mantendo as capoeiras em perfeitas condições e o aviário nacional como permanente fornecedor de melhores e mais alimento.
Vejam-se alguns exemplos de famílias de aves que, conhecendo-se uns quantos passarocos, logo é fácil identificar muitos outros que andam por aí a cagar-nos em cima da cabeça e a dar-nos bicadas.
Da família dos "grosnaris falorum baratis", conhecidos no vulgo por papagáios de asa listada, temos os Marcelos, Pachecos P., directores de informação de TV´s e jornais, etc.
Da família dos "avis superioris", mais conhecidos como águias supremas, temos os Balsemões, P.Portas, L.Delgados, etc.
Da família dos "sapiem aldrabis", na gíria popular conhecidos como picansos reais, temos os Barrosos, Sócrates, Marques M., S. Lopes, Joões J., Isaltinos, Marias, etc.
Na família dos "canora absolutis rapinus", estes os passarões dignos desse nome e por isso mesmo designados pelo povo como águias-reais-que-nos-fodem-tudo ou abutres de bico longo, encontramos sub-classes tais como os Sotto Mayores, os Espíritos Santos, os Belmiros, os Cravinhos, os Jardins, etc, etc.
Claro que a lista de aves de rapina é extensa, tal não fosse esta capoeira nacional um priviligiado local de culto, mas apenas se dá uma ideia sobre a passarada que deveria contrair a dita gripe.
Desgostoso que uma epedemia a sério não venha varrer com todos esses passarinhos e passarões, fica-me a esperança que o H5N1 possa rápidamente transformar-se num vírus mais eficaz, tipo H100ApeloNemAgravo, e lhes entre pelos buracos das suas fuças transformando rápidamente toda esta corja de aves em yogurte líquido light.
Eu nada farei para lhes encontrar uma vacina.
Saiste cá um bom pardal!
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