Depois do famoso arrastão provocado por 500 individuos de origem africana, vulgo pretos, na praia de Carcavelos, a minha prima Ossétia ficou tão excitada que telefonou de imediato ao namorado que por acaso é da Polícia de Intervenção, a perguntar o que se tinha passado. O tipo, assim como quem quer desvalorizar os factos, falou em apenas 30 ou 40 individuos de origem africana, vulgo pretos. O resto era o exagero do costume dos orgãos de comunicação social. Eu, que sempre fui um céptico nestas coisas, apontei não para 500, 30, ou 40 individuos de origem africana, vulgo pretos, mas aí para uns 60 a 100. Mais disse o namorado da prima Ossétia, que apenas tinha sido apresentada uma queixa por um roubo de um telemóvel. Apenas? Acaso o namoradinho bronco da prima Ossétia não saberá que roubar um telemóvel a um português, vulgo branco, é pior que lhe arrancarem o fígado para contrabando?
A não ser que o dito objecto estivesse fora de moda (com uns 6 meses de uso) ou não fosse topo de gama (+/- 300 euros) quem é que iria queixar-se do roubo de tal ninharia?
E agora vêm aí aqueles rapazes simpáticos da Frente Nacional, vulgo skinheads, ou cabeças rapadas, ou cérebros raspados, ou brancos, manifestarem-se contra o arrastão, contra a criminalidade, contra (o quê?) o racismo, e já com a manif autorizada pelo Governo Civil, que estes rapazes bem merecem esta forma de lhes dar alguma importância já que o preço da fama anda pelas ruas da amargura, coitados. E é bem possível que entre eles esteja o infeliz a quem gamaram o telemóvel, coitado. Se eu fosse governo dava-lhe já um para compensar, pois com o IVA a subir aos 21% num instante reporia o dinheiro nos cofres do estado.
Mas estas merdas de existirem individuos de origem africana, vulgo pretos, nas praias, nos supermercados, nos centros comerciais, a chatearem cada um, digo, um branco, é que está mal. Então a gente não lhes pagou as casinhas novas com o nosso dinheirinho, para eles lá viverem todos juntinhos, quentinhos no inverno, fresquinhos no verão, em sítios aprazíveis para lá ficarem tipo condomínio fechado, não chatearem e não serem chateados? O que direi eu, que não vivo num condomínio fechado?
E será que aquele sr. Deputado do CDS, o Nuno Melo vive num condomínio fechado? Para ele a solução é simples, quem comete um crime deve ser preso, julgado e condenado, independentemente de ser preto, vulgo individuo de origem africana, ou branco, vulgo sem abrigo, desempregado, trolha ou militante do Bloco de esquerda.
E devem existir mais polícias nas praias, nos supermercados, nos centro comerciais, nos campos de golfe, na Quinta da Marinha, tantos que às tantas a segurança seria feita por civis, tipo contínuos do BES ou seguranças da Prósegur. Por cada 100 polícias um segurança à civil, já!
Bem pode o Sampaio ir à Cova da Moura dançar o funáná e ouvir hip-hop que o pessoal não gosta de músicas primitivas tocadas por individuos de origem africana, vulgo pretos, cá o pessoal prefere a intelectualidade do Quim Barreiros e a sinceridade do Marco Paulo. Bem diz a minha prima Ossétia, que andam a dar pérolas a porcos, deixando os pretos, vulgo individuos de origem africana, frequentar as praias das pessoas honestas, vulgo brancos, e logo eles que até nem precisam de se bronzear!
Por isso é que esta história de 500 tipos, ou 30 ou 40 ou 100, me cheira mal a léguas de distância. E não venha o tótó do polícia namoradinho da prima Ossétia dizer que são só 30 ou 40 indíviduos de origem africana, vulgo pretos.
E se este polícia bacano der uma saltada à manif dos skinheads quantos é que ele vai dizer que lá estavam? É pá, eram apenas uns 5 ou 6, nada dos 32000 que a TV divulgou, o povo português é um povo pacífico, tás a ver?
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