Confesso que ainda não decidi em quem votar, mas de uma coisa estou certo, não votarei naquela coisa chamada Cavaco, que tem um efeito sobre mim como uma unha a raspar num quadro de ardósia. Alegre teria algumas hipóteses, exactamente por ter sido “desertor” e “traidor à pátria” como o classificam as alimárias de direita, e por ter escrito “Trova do vento que passa”. Fora isso Alegre continua a ser o tal que andou calado no parlamento durante mais de 30 anos, sem a tal coragem para desertar ou ser traidor ao partido em que milita, apesar das inóquas tentativas de marcar diferença. Nobre anda a arrastar o justo prestígio pelas lamas da amargura, mas para além destes erros de campanha ainda teria algumas hipóteses de levar o meu voto. Já Coelho merece toda a minha consideração por ter a coragem de enfrentar sózinho a aberração Jardim, assumir-se comunista mesmo sendo dissidente do partido, e por fazer uma campanha diferente e bem humorada. Tem francas hipóteses de ser o escolhido. Lopes é só para os indefectíveis do PCP, Defensor Moura não sei quem é nem sei se existe.
Outra hipótese é o voto nulo, branco, ou simplesmente mandar as eleições às urtigas. Como o tempo anda manhoso e o frio ameaça voltar, passear no domingo está quase posto de parte, de modo que certamente lá irei cumprir o “dever cívico”, e fazer de conta que vivo em democracia.
De uma coisa estou quase certo: a cavacada vai festejar no domingo a reeleição do seu dono, Alegre recolherá às boxes assumindo a derrota, Nobre irá decidir a criação de um partido, Lopes terá uma “votação extraordinária”, Coelho regressará à Madeira pronto para outras lutas, ou talvez não, Defensor Moura não sei quem é nem sei se existe. A abstenção baterá todos os recordes em eleições presidenciais, e o país continuará na mesma como à lesma, em lento afundar em águas turvas e com os mesmos filhos da puta ao comando e a guardarem os salva-vidas só para eles.
Mesmo sem Cavaco, ou com ele e apesar dele.
Nota: Este texto não foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico, e deve conter erros devido à ileteracia militante do autor.
Se, tal como no facebook isto tivesse um like, eu carregava 2 vezes.
ResponderEliminarO Timoneiro
Mais um belo texto do Ukabdsinais, simples mas profundo, claro mas complexo, escuro mas verdadeiro. Melhor é impossível! Parabéns pela fértil imaginação e clarividência com que te bafejaram os deuses do Olimpo!!
ResponderEliminar2ºremador
muito bom pena è os eleitores nao terem um pingo de senso !!!! like
ResponderEliminarNós temos o direito ao voto. E para aperfeiçoar a democracia temos de ter o direito ao veto. Pondem falar o que quiser o veto tem que fazer parte da rotina eleitoral do povo brasileiro. Não é satisfatório dizer que ele deve escolher outro canditado ou votar no mesmo pior, pois o menos pior hoje será o pior mesmo amanhã.
ResponderEliminarAlé disso em uma democracia séria o voto não pode ser obrigatório. Obrigar alguém a gostar de uma ideologia política é uma forma de tortura mental. O voto facultativo é um forma de respeito a decisão do povo. Também dizer que o voto nulo não é certo é conversa para boi dormir. Pois o eleitor tem o direito de não considerar as opções apresentadas certas. Em nome do não ao voto nulo não se pode aceitar a corrupção, como até agora tem acontecido. Temos que aceitar a democracia e não ficar nesta falsa democracia que fazem de tudo para que ela continue assim, falsa!