sexta-feira, janeiro 21, 2011

Vou estar em reflexão, portanto não chateiem

Confesso que ainda não decidi em quem votar, mas de uma coisa estou certo, não votarei naquela coisa chamada Cavaco, que tem um efeito sobre mim como uma unha a raspar num quadro de ardósia. Alegre teria algumas hipóteses, exactamente por ter sido “desertor” e “traidor à pátria” como o classificam as alimárias de direita, e por ter escrito “Trova do vento que passa”. Fora isso Alegre continua a ser o tal que andou calado no parlamento durante mais de 30 anos, sem a tal coragem para desertar ou ser traidor ao partido em que milita, apesar das inóquas tentativas de marcar diferença. Nobre anda a arrastar o justo prestígio pelas lamas da amargura, mas para além destes erros de campanha ainda teria algumas hipóteses de levar o meu voto. Já Coelho merece toda a minha consideração por ter a coragem de enfrentar sózinho a aberração Jardim, assumir-se comunista mesmo sendo dissidente do partido, e por fazer uma campanha diferente e bem humorada. Tem francas hipóteses de ser o escolhido. Lopes é só para os indefectíveis do PCP, Defensor Moura não sei quem é nem sei se existe.


Outra hipótese é o voto nulo, branco, ou simplesmente mandar as eleições às urtigas. Como o tempo anda manhoso e o frio ameaça voltar, passear no domingo está quase posto de parte, de modo que certamente lá irei cumprir o “dever cívico”, e fazer de conta que vivo em democracia.

De uma coisa estou quase certo: a cavacada vai festejar no domingo a reeleição do seu dono, Alegre recolherá às boxes assumindo a derrota, Nobre irá decidir a criação de um partido, Lopes terá uma “votação extraordinária”, Coelho regressará à Madeira pronto para outras lutas, ou talvez não, Defensor Moura não sei quem é nem sei se existe. A abstenção baterá todos os recordes em eleições presidenciais, e o país continuará na mesma como à lesma, em lento afundar em águas turvas e com os mesmos filhos da puta ao comando e a guardarem os salva-vidas só para eles.

Mesmo sem Cavaco, ou com ele e apesar dele.





Nota: Este texto não foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico, e deve conter erros devido à ileteracia militante do autor.

4 comentários:

  1. Se, tal como no facebook isto tivesse um like, eu carregava 2 vezes.

    O Timoneiro

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  2. Mais um belo texto do Ukabdsinais, simples mas profundo, claro mas complexo, escuro mas verdadeiro. Melhor é impossível! Parabéns pela fértil imaginação e clarividência com que te bafejaram os deuses do Olimpo!!

    2ºremador

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  3. muito bom pena è os eleitores nao terem um pingo de senso !!!! like

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  4. Nós temos o direito ao voto. E para aperfeiçoar a democracia temos de ter o direito ao veto. Pondem falar o que quiser o veto tem que fazer parte da rotina eleitoral do povo brasileiro. Não é satisfatório dizer que ele deve escolher outro canditado ou votar no mesmo pior, pois o menos pior hoje será o pior mesmo amanhã.
    Alé disso em uma democracia séria o voto não pode ser obrigatório. Obrigar alguém a gostar de uma ideologia política é uma forma de tortura mental. O voto facultativo é um forma de respeito a decisão do povo. Também dizer que o voto nulo não é certo é conversa para boi dormir. Pois o eleitor tem o direito de não considerar as opções apresentadas certas. Em nome do não ao voto nulo não se pode aceitar a corrupção, como até agora tem acontecido. Temos que aceitar a democracia e não ficar nesta falsa democracia que fazem de tudo para que ela continue assim, falsa!

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