De vitória em vitória, até à desgraça final!
É assim aqui pelo burgo. Ainda ontem, os Sócrates e Teixeiras alarvemente davam gritos de contentes apregoando que a mais recente venda de títulos da dívida soberana tinha sido uma coisa fantástica. Apenas com juros de 6,7%, tinham conseguido obter umas massa valentes na ordem de 1,5 mil milhões de euros.
Fantástico! Lindo! Maravilhoso!
Eu, que destas coisas de empréstimos económicos ou financeiros sempre fugi como o diabo da cruz, pois desde muito cedo apreendi que, se pedir hoje emprestado, vou ter mais tarde de pagar muito mais do que o valor pedido, a bem ou a mal. Ou seja, a necessidade no momento de obter umas massas por qualquer motivo, obrigatóriamente vai implicar uma necessidade muito maior uns tempos mais tarde. Assim, apenas ganho uma coisa: ganho uns dias com o problema adiado, e por esses dias vou ter de pagar o carmo e a trindade.
Por isso, na minha qualidade de portuga, ainda fico espantado com as alarvidades desses senhores. Se conseguisse deixar de ser portuga por um momento que fosse, não ficaria espantado, pois nem outra coisa seria de esperar vindo de quem vem, vindo dos tais senhores que têm dedicado a sua vetusta inteligência a fornicar de qualquer forma a vidinha dos papalvos deste país, que somos todos nós excepto os tais senhores e suas putativas famílias mais chegadas.
Parece-me exercício fácil o imaginar o futuro deste país, e muito mais importante do que o país, as pessoas que tiveram, têm ou venham a ter a infelicidade de aqui viverem. É que a enorme quantidade de dinheiro que já está em dívida, portanto que os portugas já devem a outros, é por demais avultado para fazer com que isto seja não apenas um país adiado por décadas, no mínimo, mas um país que não mais pode ter independência económica e portanto, qualquer outra independência.
Mas o mais giro desta brincadeira é que a dívida de nós todos não é por culpa de todos nós, mas para alimentar o sistema financeiro em que os bancos e donos das finanças nacionais teimam em manter, para seu prazer e engordar os proventos.
E os Sócrates e Teixeiras apregoam vitória!
Mas como não bastando, aí temos os candidatos a PR deste país, Cavacos e Alegres, a vociferarem que querem vitória. Alegre, figura grada do PS, há trinta e cinco anos que anda ligado ao poder político deste país, assistindo impávido e sereno do seu lugar de deputado e dirigente partidário ao desmoronar das promessas e ideias que nasceram com o 25 de Abril, dando cobertura às aprovações legislativas mais abjectas que na AR têm atirado para o lixo o que sobrou do estado social, dando aplausos e concordância às leis mais capitalistas que têm infestado a nossa sociedade. Agora, como candidato a PR, apregoa com corôa de anjinho que, se ganhar, vai fazer isto e aquilo, precisamente o contrário do que tem andado a votar, permitindo que os seus correlegionários desfaçam em três tempos o que nem a direita tinha tido oportunidade de fazer.O Cavaco, pôdre de ter sido PM largos anos e sempre ligado ao poder e estrutura partidária do PSD desde o início da chamada democracia, e sendo ainda PR em fim de mandato, apregôa a torto e direito que, se ganhar, vai fazer o que nunca fez, embora tenha tido mais do que poder e oportunidade para o ter feito. Embora mesmo isso seja, na melhor das hipóteses, igual a zero.
Para mal dos pecados dos portugas, quer um quer outro será a continuidade da desgraça, e o sabido Cavaco por certo será o próximo PR com todo o conjunto de correlegionários PSD´s a serem governo mias dia menos dia. Outra vitória anunciada!
E asim vai o burgo, de vitória em vitória até à desgraça final!
Sem apelo nem agravo, aos portugas apenas lhes cabe continuarem cantando e rindo, embora dentro em pouco de tanto cantarem irão ficar roucos e quanto a rirem, já falta pouco para sentirem na pele que o último a rir é quem ri melhor!
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