sexta-feira, junho 25, 2004

Ainda o Euro

Apesar das criticas ao Euro por todas as razões que a gente conhece, não é possível ficar mais tempo indiferente a esta onda que varre o país de norte a sul a que alguns oportunistas insistem em chamar de patriotismo. Face ao que este (des)governo tem vindo a fazer a milhões de portugueses, é justo que a tristeza dê lugar à alegria, pois entendo que todos nós a merecemos mesmo que ela surja através do futebol, espectáculo que tanto tem de aliciante como de alienante. E prefiro muito mais este povo que vibra, sofre e grita, dando livre curso à sua alegria do que o povo triste e subserviente que enche o santuário de Fátima todos os anos, autoflagelando-se e dando de si a mais deplorável das imagens de povo atrasado e analfabeto.
Sem entrar na questão de que os seleccionados do Scolari estão lá para nos dar alegrias, pois é para isso que nós lhe pagamos, a eles jogadores e a ele seleccionador, quero registar aqui o oportunismo pacóvio do Primeiro Ministro que, no final do jogo emocionante contra a Inglaterra, vem arrotar postas de pescada em frente às câmaras da TV como se fosse um avançado-centro da selecção, como se fosse ele a marcar os golos e a trazer a vitória a todos os portugueses. De gravata às riscas verdes e vermelhas o primeiro botou faladura dizendo que enquanto durar o Euro não mudará de gravata.
Pois por mim pode ficar eternamente com ela e com o nó bem apertado.
Espero que a justa euforia que neste momento nos invade se transforme em onda de indignação contra estes individuos que povoam os ministérios de oportunismo e incompetência, e que levem Portugal a encontrar um bom caminho para outras vitórias em outros Euros. Mas isso é pedir muito, com certeza.
Resta-nos este Euro, que certamente nos vai sair caro mesmo que a taça fique por cá.

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