Continua a chulisse.
Computadores para os putos - podem ir para a escola meio grogues porque o pequeno almoço foi só um copo de vinho tinto; podem ter de ir a pé uns largos Km porque a escola mais perto foi encerrada (para dar origem a casas de campo dos PSezinhos); podem ter as aulas enregelados ou a suar porque a escola não tem as condições mínimas; podem não ter aulas durante 2 meses porque a pofessora foi de parto (por enquanto ainda podem!!!) e a substituta ainda não chegou porque não há €€€€;podem não saber escrever uma redacção, somar dois números de mais de 2 algarismo, saber um mínimo da história de um país com quase 900 anos (os amerdicanos só têm 300), etc.... MAS VÃO COM UM COMPUTADOR DEBAIXO DO BRAÇO!
IDIOTA DE POVO - adivinhem lá quem são os chulos que vão comer os 30% do 500 milhões?
Empregos de futuro - querem-nos? vão para o partido/governo e quando sairem, a mal ou a bem vão encontrar sempre um grande tacho. Não há um merdas de um jornalista que analise a vida dos membros dos PARTIDOS (sim, de todos os que passaram pelo governo) e publique o que eram antes de estarem no governo e o que são agora. CHULOS.
Não se consegue construir uma empresa em Portugal sem PAGAR directa ou indirectamente para ela arrancar, crescer ou ter bons clientes.
Para onde vão os impostos - Exemplo: departamentos do estado com advogados relativamente bem pagos mas que nada fazem e acumulam por fora. O membro do governo/partido (ir)responsável contrata a muito bom preço empresas externas de Familia/Amigos/Partido para fazer o que os advogados que já estão pagos não querem/podem/deixam fazer. Depois levam o dobro do tempo, só fazem merda porque não conhecem a "casa" e o que fazem não é utilizavel e vai para a gaveta - venha o próximo estudo. O mesmo acontece com outras profissões.
E isto é pago com os nossos impostos. E isto É ASSIM - JÁ ASSISTI. CHULOS.
Administração Pública - Porque não trabalha.
Vem Ministro -> nomeia Secretários de Estado -> Nomeia Gestores das Empresas do Estado e Directores Gerais (todos da Familia/Amigos/Partido e cada um mais incompetente que o outro)
Ministro: Vamos embasbacar o Zé Povinho - quero "qualquer coisa" feita antes das eleições.
Depois de muitos estudos e comissões a "qualquer coisa" é apresentada - levou muito tempo a "desenhar" porque a maior parte do tempo foi gasto na preparação da publicidade necessária para o Zé pensar que aquilo é indispensável e só daquela maneira é que o país avança.
Mas, na realidade é um mamarracho que antes de terminado já não serve para nada.
Vem a ordem por aí abaixo até que chega aos chefinhos quem têm de começar a trabalhar (um mínimo) e aqui começa o baile:
1º - o chefinho já está integrado na engrenagem (ou foi lá colocado por ela) - diz que sim a tudo, não levanta ondas, chuta para baixo e desenrasquem-se procurando sempre fugir às responsabilidades ou arranjar um testa de ferro. (esta é a grande maioria dos chefinhos da AP).
2º - o chefinho já sabe como trabalha a engrenagem mas ainda tenta ser honesto e na medida do possível, faz pequenas correcções para tornar o mamarracho menos... mamaracho. (chefinho a ser despromovido a médio prazo).
3º - chefinho competente - diz que aquilo está mal e que seria mais eficiente, com maior utilidade e futuro se fosse feito da maneira..... e já está na RUA. (portanto eles não existem na AP).
Depois como o mamarracho era mesmo isso e não serve para nada, não se pode construir, etc. é contratada um empresa de consultadoria (dos FAP claro) que faz um estudo que é dada a outras empresas (FAP) que o constroiem gastando 10 vezes mais.
E é assim que são gastos os nossos impostos e se arranjam empregos de futuros para os "bois".
Como dizem os anarcas - Tragam as Putas. Em geral são mais honestas que os filhos.
Adeus e da próxima vez tirem a merda do cravo do cano da G3.
quinta-feira, julho 31, 2008
O horror...o horror...
Larguei a mulher às voltas no centro comercial, abandonei os putos no infantário, esqueci o assado no forno, deixei a avózinha no meio da rua. Quando este Presidente anuncia que vai falar toda a gente devia interromper o que está fazer, e ter a melhor faca da cozinha à mão para cortar os pulsos se for caso disso. Quando estamos à beira de invadir as praias com guarda-sóis e caroços de pêssego, quando já temos o “Magalhães”, quando o Jardim acaba com a liberalização dos preços do gasoil na Madeira, só mesmo um discurso surpresa do “first man”. Que ainda por cima interrompeu o churrasco na vivenda Mariani para falar ao país. Preparem-se, portugueses, o país nunca mais será o mesmo!
Etiquetas:
vou mazé bazar daqui pra fora
sexta-feira, julho 18, 2008
Porque é que ninguém repara em nós?
Ainda mal refeito da bebedeira da semana passada, acordei com o som que a cabeça do Elias fazia contra a parede exterior do prédio, única forma de chamar algum inquilino dado que a campaínha da porta está avariada desde o terramoto. Por isso é que eu deixo a chave no canteiro de malmequeres à entrada, mas é evidente que o Elias não sabia disso. Embora cambaleante e com a testa ensanguentada, lá subiu os 14 andares do edifício, porque o elevador está avariado desde o 28 de Maio de 1926, e embora a sua vontade fosse enfiar-me a chave da porta no traseiro, chegou tão cansado cá acima que depressa a vontade se lhe esgotou.
Depois de uma sessão de massagens cardíacas e choques eléctricos, o Elias lá recuperou o seu estado normal embora com a testa um pouco mais recuada. A gaguejar e a revirar os olhos lá me informou que o Big Chefe ordenara que todas as investigações em curso fossem abandonadas. Como é possível? O que iria acontecer aos Loureiros? E ao Pinto da Costa? E ao Ferreira Torres? E ao processo Casa Pia? E à Operação Furacão? Quem seria afinal o nosso representante no festival “Gangster Europeu 2008”? O António Vitorino vestido à Al Capone?
E o esforço de toda esta gente, não seria recompensado? Pelo menos que o estado lhes pagasse as despesas com os advogados mais os subornos, para haver alguma justiça na decisão.
Bem tentei sacar mais informação ao Elias, mas o gajo é todo coisinho com o Big Chefe, um lambe-botas do piorio e nem com a tortura das canções do José Cid se abre.
Desconsolado, juntei os dossiers das investigações, as fitas gravadas, e as despesas de representação, e de uma acentada atirei tudo para a lareira. O quarto ficou um pouco mais quente, o que me fez acalmar o suficiente para libertar o Elias que já se babava com as canções do José Cid a tocarem sem parar nos auscultadores que eu, com técnica profissional, tinha colado aos seus ouvidos.
Quase cheguei a ter pena dele, mas foi só o quase que não sou dado a sentimentos.
Vai daí saímos os dois de casa e fomos beber uns copos ao Boca na Botija para esquecer.
A meio caminho o Elias pergunta-me em tom amigável:
“-Achas que o Berlusconi vai ganhar outra vez o Festival?”
Pensando bem até é possível que sim. Os verdadeiros vencedores não escondem a cara, vão até ao fim de peito aberto e sem se escudarem em organizações, associações ou fundações.
É por estas e por outras que ninguém repara em nós e o país não vai para a frente.
Depois de uma sessão de massagens cardíacas e choques eléctricos, o Elias lá recuperou o seu estado normal embora com a testa um pouco mais recuada. A gaguejar e a revirar os olhos lá me informou que o Big Chefe ordenara que todas as investigações em curso fossem abandonadas. Como é possível? O que iria acontecer aos Loureiros? E ao Pinto da Costa? E ao Ferreira Torres? E ao processo Casa Pia? E à Operação Furacão? Quem seria afinal o nosso representante no festival “Gangster Europeu 2008”? O António Vitorino vestido à Al Capone?
E o esforço de toda esta gente, não seria recompensado? Pelo menos que o estado lhes pagasse as despesas com os advogados mais os subornos, para haver alguma justiça na decisão.
Bem tentei sacar mais informação ao Elias, mas o gajo é todo coisinho com o Big Chefe, um lambe-botas do piorio e nem com a tortura das canções do José Cid se abre.
Desconsolado, juntei os dossiers das investigações, as fitas gravadas, e as despesas de representação, e de uma acentada atirei tudo para a lareira. O quarto ficou um pouco mais quente, o que me fez acalmar o suficiente para libertar o Elias que já se babava com as canções do José Cid a tocarem sem parar nos auscultadores que eu, com técnica profissional, tinha colado aos seus ouvidos.
Quase cheguei a ter pena dele, mas foi só o quase que não sou dado a sentimentos.
Vai daí saímos os dois de casa e fomos beber uns copos ao Boca na Botija para esquecer.
A meio caminho o Elias pergunta-me em tom amigável:
“-Achas que o Berlusconi vai ganhar outra vez o Festival?”
Pensando bem até é possível que sim. Os verdadeiros vencedores não escondem a cara, vão até ao fim de peito aberto e sem se escudarem em organizações, associações ou fundações.
É por estas e por outras que ninguém repara em nós e o país não vai para a frente.
terça-feira, julho 08, 2008
BOIAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER - III
P is for PIMP not for PARTIDO
Tábem eu sei que isto é uma granda misturada mas os putos já misturam inglês, pretoguês, e outras coisas que não entendo, portanto...
Quando se fala em PS, PSD, PP (e PCP embora menos) o P não corresponde a Partido mas sim áquele termo americano que quer dizer.... CHULO.
Os partidos são constituídos por uma cambada de chulos.
Senão vejamos. Temos uns putos coiros que na universidade/faculdade mal se desenrascammas logo que entram para uma J qualquer começam a justificar as baldas. Depois com uns favorzinhos aqui e ali o presidente da J ou um membro do partido mete uma cunhazinha ao prof e tá o ano passado.
Bem, depois com o canudo começa-se a trabalhar para o partido e para alguns biscatos que os amigos do partido arranjam. Se for um bocado esperto até arranja um job baita fixe onde pode ganhar uns belos cobres enquanto faz mais uns favores ao partido ... e assim sucessivamente até que se chega a sub-secretário, secretário e ...ministro.
Olhando para os vários ministros deste e de outros desgovernos a maior parte, antes do governo pouco eram na vida. Só depois de fazerem a merda e quando sairam é que foram para gestores e outras merdas que os compadrios políticos, as leis à medida, etc. pagaram.
E isto claro, à custa do Zé Povinho que pagou para eles antes, durante e depois.
Mas a culpa é destes patêgos que se deixam enganar pelos srs. dr. e eng. pois eles é que têm os cursos portanto é que sabem - grandas cavalgaduras.
Os gajos que estão nos governos nem uma mercearia de aldeia sabiam gerir sem ser com cunhas e negociatas. Em casa deve ser a governanta que governa aquilo.
Excepto no caso de advogados (que só servem para enredar a lei com o seu paleio de cona) todas as outras profissões que estão no governo pouco fizeram na vida "civil".
Vão mas é trabalhar.
Adeus e tirem masé o cravo do cano da G3
Tábem eu sei que isto é uma granda misturada mas os putos já misturam inglês, pretoguês, e outras coisas que não entendo, portanto...
Quando se fala em PS, PSD, PP (e PCP embora menos) o P não corresponde a Partido mas sim áquele termo americano que quer dizer.... CHULO.
Os partidos são constituídos por uma cambada de chulos.
Senão vejamos. Temos uns putos coiros que na universidade/faculdade mal se desenrascammas logo que entram para uma J qualquer começam a justificar as baldas. Depois com uns favorzinhos aqui e ali o presidente da J ou um membro do partido mete uma cunhazinha ao prof e tá o ano passado.
Bem, depois com o canudo começa-se a trabalhar para o partido e para alguns biscatos que os amigos do partido arranjam. Se for um bocado esperto até arranja um job baita fixe onde pode ganhar uns belos cobres enquanto faz mais uns favores ao partido ... e assim sucessivamente até que se chega a sub-secretário, secretário e ...ministro.
Olhando para os vários ministros deste e de outros desgovernos a maior parte, antes do governo pouco eram na vida. Só depois de fazerem a merda e quando sairam é que foram para gestores e outras merdas que os compadrios políticos, as leis à medida, etc. pagaram.
E isto claro, à custa do Zé Povinho que pagou para eles antes, durante e depois.
Mas a culpa é destes patêgos que se deixam enganar pelos srs. dr. e eng. pois eles é que têm os cursos portanto é que sabem - grandas cavalgaduras.
Os gajos que estão nos governos nem uma mercearia de aldeia sabiam gerir sem ser com cunhas e negociatas. Em casa deve ser a governanta que governa aquilo.
Excepto no caso de advogados (que só servem para enredar a lei com o seu paleio de cona) todas as outras profissões que estão no governo pouco fizeram na vida "civil".
Vão mas é trabalhar.
Adeus e tirem masé o cravo do cano da G3
quarta-feira, julho 02, 2008
O Atentado
Estava eu tranquilamente a sonhar que era raptado e violado por 15 amazonas ucranianas quando a sirene irritante do meu despertador de emergência se lembrou de tocar, o que só acontece quando alguém sabe o código e actua o interruptor respectivo. Muitos anos de treino fizeram-me saltar de imediato da cama e desembainhar a cimitarra em estado de alerta. Na semi-obscuridade do quarto reconheci o vulto que esperava aos pés da cama, e que eu, no meu despertar violento, quase degolara. Nada mais nada menos que o Elias, lacaio profissional a recibos verdes. O homem estava esbaforido, vermelho que nem um pimentão e assobiava enquanto respirava. Foram precisos dois tabefes para o acalmar.
- Vem depressa, - disse ele - o Filósofo sofreu um atentado!
Notícias destas até despertam um morto. Não é todos os dias que alguém tenta matar o Filósofo e uma oportunidade destas pode dar direito a uma promoção e uma boa reforma com dez anos de serviço. Vai daí vesti o fato cinzento por cima do colete à prova de bala que mais não era que uma chapa quadrada de ferro de três milimetros de espessura sobre o peito, coisa que copiara de um filme com o Clint Eastwood, verifiquei o carregador da Beretta, pus os óculos escuros, atirei um beijo à loira em estado de choque que partilhara os meus lençóis nessa noite, e saí porta fora arrastando o Elias e gingando os ombros à Mickey Spillane.
Quando chegámos à Residência Oficial já o jardim estava repleto de gnr´s de metralhadora a beberem minis, e foi um sarilho para convencer o capitão da guarda que tanto eu como o Elias éramos simples funcionários públicos do Gabinete de Segurança e não sindicalistas comunas e gays. A coisa ia dando para o torto não fora a intervenção do Chefe Silva, amigo pessoal do Filósofo e ministro nas horas vagas.
O Chefe Silva tratou de nos elucidar sobre os pormenores do atentado, coisa grave segundo ele. Passou-se assim: o Filósofo dissertava para uma pequena multidão de autistas sobre as vantagens de secar de vez o rio Tejo entre Abrantes e Vila Velha de Rodão para semear alguns milhares de campos de golfe com hotéis e spa´s, quando duas detonações se fizeram ouvir. De imediato a Protecção Civil interrompeu o jogo de canasta para acudir à cena, enquanto o Ministro da Defesa mandava acelerar a compra dos submarinos e o Lino ameaçava com mais quatro aeroportos. O Filófoso foi metido à força no rápido das 10 direito à Residência Oficial e por aí ficou, a beber chá e a comer bolinhos, coisa que sempre faz antes do jogging matinal.
A guarda deteve os suspeitos do costume, o Jerónimo e o Chico das Loiças, mais o Madaíl que apesar de não ter nada a ver com o assunto sempre era mais um com ar de suspeito. Os interrogatórios não foram conclusivos pelo que esta gente foi mandada em paz e com promessas de não dar entrevistas à Judite de Sousa, não fosse o diabo tecê-las.
De modo que se estava num impasse, e daí a necessidade de um agente especial, mais dado à inteligência, este aqui que vos escreve.
Sem saber bem o que queriam de mim, dado que o Filósofo estava vivo e bem de saúde para mal de muita gente, resolvi justificar o bónus interrogando a Dama Laranja que não respondeu a qualquer pergunta, o Marcelo que fugiu mal avistou o Ministro da Agricultura armado de ponta e mola, o P. Pereira que começou a dissertar sobre a questão essencial, e o Graça Moura que por pouco não era por mim estrangulado quando se pôs a falar contra o acordo ortográfico. Como não queria deixar ninguém de fora perguntei pelo Presidente, pergunta delicada dado o rasto de migalhas de bolo-rei que larga ao deslocar-se. Mas o homem estava em visita oficial ao Burkina-Fasso, acompanhado de mais de uma centena de empresários e respectivas coristas, pelo que não podia ser apelidado de suspeito.
Impaciente, o Chefe Silva começou a fazer aquele beiçinho que toda a gente conhece e pressionou-me para acelerar o comunicado aos media, pois é pela eficácia da justiça que se mede o ópio de um povo.
E foi ao som da música do José Cid em fundo e os habituais jogos de luzes e fumos brancos que o Elias leu o seguinte comunicado à comunicação social:
“Avisam-se os incautos que o Filósofo sofreu esta manhã um atentado com tiros de pólvora seca disparados para o ar com o único intuito de o assassinar. O Filósofo agradece a todos o empenho na investigação e celeridade da justiça, e avisa que vai mesmo assim participar na reunião anual da Fundação Bilderberg, onde serão tomadas novas decisões que comprometerão de vez o vosso futuro.
O principal suspeito é um cidadão de nacionalidade iraniana com ligações à Al-Qaeda que, juramos a pés juntos, nunca será levado para Guantanamo.
Abaixo o Terrorismo! Viva o TGV! Viva Alcochete!”
Com a missão cumprida, voltei ao aconchego do lar e ao quentinho da cama onde a loira ressonava em cima da minha almofada. Ainda tentei adormecer e retomar o sonho das amazonas no exacto momento em que fora interrompido, mas a consciência profissional por vezes deixa sequelas e não consegui evitar de pensar em como a vida é, por vezes, muito complicada.
- Vem depressa, - disse ele - o Filósofo sofreu um atentado!
Notícias destas até despertam um morto. Não é todos os dias que alguém tenta matar o Filósofo e uma oportunidade destas pode dar direito a uma promoção e uma boa reforma com dez anos de serviço. Vai daí vesti o fato cinzento por cima do colete à prova de bala que mais não era que uma chapa quadrada de ferro de três milimetros de espessura sobre o peito, coisa que copiara de um filme com o Clint Eastwood, verifiquei o carregador da Beretta, pus os óculos escuros, atirei um beijo à loira em estado de choque que partilhara os meus lençóis nessa noite, e saí porta fora arrastando o Elias e gingando os ombros à Mickey Spillane.
Quando chegámos à Residência Oficial já o jardim estava repleto de gnr´s de metralhadora a beberem minis, e foi um sarilho para convencer o capitão da guarda que tanto eu como o Elias éramos simples funcionários públicos do Gabinete de Segurança e não sindicalistas comunas e gays. A coisa ia dando para o torto não fora a intervenção do Chefe Silva, amigo pessoal do Filósofo e ministro nas horas vagas.
O Chefe Silva tratou de nos elucidar sobre os pormenores do atentado, coisa grave segundo ele. Passou-se assim: o Filósofo dissertava para uma pequena multidão de autistas sobre as vantagens de secar de vez o rio Tejo entre Abrantes e Vila Velha de Rodão para semear alguns milhares de campos de golfe com hotéis e spa´s, quando duas detonações se fizeram ouvir. De imediato a Protecção Civil interrompeu o jogo de canasta para acudir à cena, enquanto o Ministro da Defesa mandava acelerar a compra dos submarinos e o Lino ameaçava com mais quatro aeroportos. O Filófoso foi metido à força no rápido das 10 direito à Residência Oficial e por aí ficou, a beber chá e a comer bolinhos, coisa que sempre faz antes do jogging matinal.
A guarda deteve os suspeitos do costume, o Jerónimo e o Chico das Loiças, mais o Madaíl que apesar de não ter nada a ver com o assunto sempre era mais um com ar de suspeito. Os interrogatórios não foram conclusivos pelo que esta gente foi mandada em paz e com promessas de não dar entrevistas à Judite de Sousa, não fosse o diabo tecê-las.
De modo que se estava num impasse, e daí a necessidade de um agente especial, mais dado à inteligência, este aqui que vos escreve.
Sem saber bem o que queriam de mim, dado que o Filósofo estava vivo e bem de saúde para mal de muita gente, resolvi justificar o bónus interrogando a Dama Laranja que não respondeu a qualquer pergunta, o Marcelo que fugiu mal avistou o Ministro da Agricultura armado de ponta e mola, o P. Pereira que começou a dissertar sobre a questão essencial, e o Graça Moura que por pouco não era por mim estrangulado quando se pôs a falar contra o acordo ortográfico. Como não queria deixar ninguém de fora perguntei pelo Presidente, pergunta delicada dado o rasto de migalhas de bolo-rei que larga ao deslocar-se. Mas o homem estava em visita oficial ao Burkina-Fasso, acompanhado de mais de uma centena de empresários e respectivas coristas, pelo que não podia ser apelidado de suspeito.
Impaciente, o Chefe Silva começou a fazer aquele beiçinho que toda a gente conhece e pressionou-me para acelerar o comunicado aos media, pois é pela eficácia da justiça que se mede o ópio de um povo.
E foi ao som da música do José Cid em fundo e os habituais jogos de luzes e fumos brancos que o Elias leu o seguinte comunicado à comunicação social:
“Avisam-se os incautos que o Filósofo sofreu esta manhã um atentado com tiros de pólvora seca disparados para o ar com o único intuito de o assassinar. O Filósofo agradece a todos o empenho na investigação e celeridade da justiça, e avisa que vai mesmo assim participar na reunião anual da Fundação Bilderberg, onde serão tomadas novas decisões que comprometerão de vez o vosso futuro.
O principal suspeito é um cidadão de nacionalidade iraniana com ligações à Al-Qaeda que, juramos a pés juntos, nunca será levado para Guantanamo.
Abaixo o Terrorismo! Viva o TGV! Viva Alcochete!”
Com a missão cumprida, voltei ao aconchego do lar e ao quentinho da cama onde a loira ressonava em cima da minha almofada. Ainda tentei adormecer e retomar o sonho das amazonas no exacto momento em que fora interrompido, mas a consciência profissional por vezes deixa sequelas e não consegui evitar de pensar em como a vida é, por vezes, muito complicada.
Etiquetas:
Gostava tanto de ser como James Bond...
Subscrever:
Mensagens (Atom)