terça-feira, julho 03, 2007

Antes queria ser rico

Enquanto o pessoal vai contando os tostões do parco subsídio de férias para trocar de telemóvel, daqueles que além de tirarem fotos, dão música e coçam as costas, e ainda permitem que se façam e recebam chamadas como bónus, os nossos distintos governantes repartem a cégada entre reuniões e conclusões a níveis europeus com os cocktails da praxe. Mas é vê-los, a eles, aos portugueses no meio da fanfarra geral agarrados ao telemóvel como se de cotonetes para limpar a cera dos ouvidos fosse. Alguém disse, e muito bem, que os portugueses empranham pelos ouvidos. Mas para parir qualquer coisa de jeito, népia. Nem pelos ouvidos, nem pelas narinas. Apenas de vez em quando lhes sai pela boca algum vaticínio em forma de vómito. Nesta Europa da qual agora vamos ser reis durante seis meses, o circo parece assentar arraiais com os espectadores do costume na fila da frente à espera da palhaçada. Estou até convencido que os renitentes e fascistóides dirigentes polacos não irão perder pitada do regabofe. O espectáculo prevê escatologia geral e dejectos servidos em loiça das Caldas com Mateus rosé à mistura. E já se anunciam 21 mil milhões de euros em prol da subserviência lusa e da patobravice alimentada a soro de partidos políticos e autarquias manhosas. Alguém irá cobrar a sua fatia em nome do desenvolvimento sustentado, das novas tecnologias, do novo espaçoporto para Marte e da nova central de teletransporte para o infinito. Até ao último cêntimo, em verdade vos digo.
Não interessa que a saúde e a educação continuem a dar preocupações a quem delas necessita. Isso são só ninharias comparadas com a grandeza de uma Europa governada pelas mãos calejadas dos portugueses, mesmo que seja a mando da Dona Merckl e do Senhor Sarkovsky. O destino já está traçado, do Minho ao Allgarve.
Para o ano o pessoal irá trocar o telemóvel que coça as costas por outro que provoca orgasmos, e lá iremos todos cantando e rindo no meio da depressão geral rezando a Nossa Senhora para que não nos cortem no subsídio nem deixem sair o Simão do Benfica.
Antes queria ser rico...

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