Não queria acreditar. O meu amigo e fiel conselheiro Josep Ratzinger, mais conhecido pela alcunha de Bento XVI, veio a público mostrar as partes intimas sem o devido consentimento da Imaculada Confraria dos Beatos do Vaticano e, mais grave ainda, sem a opinião pertinente deste vosso escriba. Voei que nem um tiro para o Vaticano e à sombra da 3ª coluna a contar da esquerda desanquei no Josep toda a minha discordância pelo seu acto irrefletido. O tipo ouviu, cabisbaixou, engoliu em seco e jurou pela alminha de Nossa Senhora e do III Reich que haveria de reparar o mal cometido. Deixei que uma lágrima deslizasse do olho até ao queixo, dei-lhe uma palmadinha nas costas para o reconfortar e fomos juntos acender uma velinha pela vitória do Benfica, mais umas imperiais e tremoços na messe da Capela Sistina.
No dia seguinte o Josep retratou-se pela TV, disse que sim senhor, o Maomé não sei quê, e não sei que mais, que era tudo a fingir, ele só queria brincar um bocadinho pois a vida de Papa não é nada fácil, e aquilo que ele diz não é aquilo que ele pensa e foi de tal maneira convincente que às tantas pensei estar a ouvir o meu amigo Mahmoud Ahmadinejad a desancar nos ocidentais e a apelar à guerra santa, e depois a dizer que não senhor que foi tudo um equívoco.
Regressei nessa mesma madrugada e ainda a tempo de assistir ao último discurso do meu amigo George Bush, que, não sei se conhecem, é um mestre na arte de representar. Se algum dia o George for eleito Papa, irei propôr à Imaculada Confraria dos Beatos a transformação do Vaticano em teatro de fantoches. Tanto talento desperdiçado, meu Deus!
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