Nesta era de modelos e estéreotipos, em que tudo é formatável e normalizado, em que os anuncios publicitários mostram aqueles meninos e meninas com todos os milímetros no sítio certo, o cabelo mal penteado todo da mesma maneira, o mesmo sorriso branco com os dentinhos todos certos, em que a adolescência se entrega a esta virtual linha de montagem de Adónis e Vénus sem imperfeições, se sacrifica a esta lei enchendo a boca de aparelhos metálicos de correcção, entrando em regimes de dieta agressiva até à anorexia, frequentando ginásios até à exaustão, copiando os tiques e as frases feitas dos seus ídolos que se deixam fotografar em poses pseudo-erótico-práfrentex para as revistas cor-de-rosa, decidi, por minha conta e risco, adoptar também um ídolo. E o meu ídolo, depois de muita escolha e ponderação, é nem mais nem menos que o Alberto, esse mesmo, o Jardim da Madeira.
E porque não o Tom Cruise? Ou o Brad Pitt? Ou o Nuno da Câmara Pereira? Ou o Nobre Guedes? Porquê o Alberto João?
Eu explico:
Por detrás daquele semblante de frequentador de tascas manhosas, bordéis de beira da estrada e congressos do PSD, esconde-se um modelo que é a soma de muitos modelos, ou seja, o barro com que Deus moldou Adão. Reparem, por exemplo, naquela papada normalmente chamada de duplo queixo: Nero deve ter tido uma assim, a Brancafiore dos livros do Tintin tem uma papada igual, Mussolini exibia com orgulho a sua. O seu semblante, entre o depravado e o rasca, lembra Carlota Joaquina com os genes de Henrique VIII, o seu discurso eloquente tem laivos de Hitler, de novo Mussolini, Papa Doc, Le Pen e Pinto da Costa. Repare-se na forma de estar: entre o palhaço, o bobo da corte, a padeira de Aljubarrota, e o Bibi, tudo junto. O homem é um modelo a seguir, que o digam os seus admiradores como Durão Barroso que por muito que tentem chegar-lhe aos calcanhares não passam da sola dos sapatos. Imaginem o Alberto João numa passerelle com a roupa interior desenhada por Augustus ou Ana Salazar, na televisão a publicitar uma nova marca de dentífrico ou de água de colónia passeando a prancha de surf pela praia do Guincho, imaginem isso e muito mais. O homem é o arquétipo de todos os modelos, o limbo da perfeição, o catavento da insularidade.
José Saramago, se soubesse escrever tão bem como Jardim fala, escreveria de novo a Jangada de Pedra, ou seja a Jangada de Pedra II, com a ilha da Madeira a aproximar-se do continente e a ficar por cá eternamente colada, entre a Ponta de Sagres e a barra de Sines, com Jardim a presidir em todas as câmaras municipais, áreas protegidas cheias de ananazes resplandecentes e bananeiras anãs, e o dinheiro dos contribuintes continentais a chegar mais depressa à Madeira, sem custos para o utilizador, com a travessia oceânica eliminada.
Por isso já comecei a fazer um regime para engordar, a levar massagens no pescoço para aumentar a papada, a tomar hormonas para fazer cair o cabelo, a frequentar lições de dicção para agarrar o sotaque característico do grande estadista. Quero ser como o Jardim. Quero gozar com esta merda toda como me apetecer e gastar o dinheirinho dos portugueses de qualquer maneira e pedir mais, cada vez mais, e continuar a chamar-lhes cubanos e colonialistas.
Mas na minha opinião Jardim devia ir mais longe, ser mais exigente. Devia exigir uma ilha só para ele, e mais ninguém. Jardim e a sua ilha seriam o cúmulo do cúmulo da perfeição. E até poderia mudar o nome para Robinson Crusoe Jardim?para sempre.
terça-feira, maio 25, 2004
Brusho o super amerdicano
Embora não concorde com a premissa base de "guerra ao terrorismo" da maneira como está a ser efectuada, o texto em http://www.theregister.co.uk/2004/05/24/us_security_fiasco/
merece ser lido.
merece ser lido.
sexta-feira, maio 21, 2004
Auto-estima, sempre!
Agora é que fiquei mesmo confuso. Bem, não é só de agora que estou um pouco confuso, só que agora fiquei ainda mais confuso ao ler o texto ?Auto-estima?!
Estou perfeitamente de acordo, e comungo precisamente do mesmo pensar que o autor deste texto, que se dá pelo nome de Ukabodesinais, apresenta duma forma clara e objectiva, a que já nos habituou.
Não tenho qualqur dúvida quanto ao Miguel Sousa Tavares e sou mesmo um dos seus sequiosos leitores, pela frontalidade e temas escolhidos, pela coragem que demonstra em quase todos os seus escritos, sendo mesmo um dos poucos atiradores de pedras para o charco de merda deste país, possivelmente até o único que tem aceitação pública para o fazer e como tal ainda consegue ver publicado o que escreve.
Deste país, não. Do charco deste país cheio de portugas de merda.
Nunca imaginou o Afonso Henriques que, com o seu altruísmo e determinação, era o iniciador de uma coisa destas ao obrigar um grupo de ibéricos a deixarem de pertencer ao reino de Castela, fundando uma coisa assumida como independente, a que mais tarde vieram a chamar um país, com nome, bandeira, hino e bilhetes de identidade próprios para os seus nativos.
Sobre isto, não tenho qualquer confusão na cabeça.
Agora ao falar de ?auto-estima?, sinceramente, não entendo patavina do que tão ilustre Ukabodesinais quer dizer.
Eu sou totalmente a favôr da ?auto-estima?, mesmo com os gênêrrês cada vez mais a chatearem-nos, mesmo com os diversos governos passados e futuros deste charco a servirem-se da ?auto-estima? para obterem os fundos necessários à compra de submarinos, para financiar as acções de ?paz? em terras do Iraque, para se auto-aumentarem, para construirem os estádios euro2004, para distribuirem os fundos necessários aos ?boys? y ?bôyas? que os aplaudem e lhes mantêm a chama viva, para desenvolver as políticas de dar o milho aos pombinhos cultivado pelos portugas de merda em regime de ditadura democrática, para mandarem para as couves quaisquer iniciativas de humanismo ou de bem estar global, para poderem garantir que o futuro já nem adeus pertence.
Sinceramente, não entendo como alguém de bom senso pode pôr em causa a tal ?auto-estima? que, afinal, ainda é das raras coisinhas que os portugas de merda ainda conseguem manter com elevado gabarito e fruto de muitos e sacrificados esforços.
Por isso estou mais confuso quando me pareceu, ao ler este texto, que me querem criar dúvidas onde elas não existiam.
Será que agora, também fruto da globalização económica e destes tempos modernos, em que finalmente temos pela primeira vez na história da humanidade um império absoluto mundial democrático e que pauta todas as suas acções apenas para criar um mundo mais civilizado e em paz, será que agora até o que para mim era ponto assente como ?auto-estima?, me querem fazer crer que é outra coisa, que nada tem a ver com o que sempre me ensinaram?
Óh meus amigos, sendo que pertencem a este charco de país e que fazem parte destes portugas de merda, pelo menos sejam mais atentos às palavras que usam, e façam até um esforço para se cultivarem um pouco mais, pois usar termos desajustados à lingua portuguesa só contribui para dar confusão. Veja-se o que era dizer ?vaca? sempre que se quer dizer Manuela F. Leite, ou ?putanheiro? quando queremos dizer D. Barroso, ou ?sexualmente alternativo? quando nos referimos a Paulo P., ou ?casa de meretrizes? se nos quisermos referir à sede do PSD, ou ?prostitutas atávicas? se queremos nomear as mães de Bragança, ou ?chulos? se queremos referirmo-nos aos dirigentes do futebol, ou ?capo mafioso? se falamos do Pina Moura, ou "papa peidas" se a conversa incluir o ministro da segurança social......
E isto apenas para pôr os pontos nos iis, que eu não quero mais confusões: ?auto-estima? é, em bom português quer queiram quer não, apenas a expressão que significa ter-se estima pelo automóvel, pelo pópó, pelo carrinho, pelo objecto mais importante que hoje em dia ainda dá alguma felicidade, daí a junção abreviada em ?auto-estima?!
E quanto ao Público de hoje, não percam a única coisa que deve ser lida de ponta a pavio, para além do artigo do M.S.T.: o ?Inimigo Público?, sempre publicado às sextas!
Pois cá para mim, ?auto-estima? sempre!
Estou perfeitamente de acordo, e comungo precisamente do mesmo pensar que o autor deste texto, que se dá pelo nome de Ukabodesinais, apresenta duma forma clara e objectiva, a que já nos habituou.
Não tenho qualqur dúvida quanto ao Miguel Sousa Tavares e sou mesmo um dos seus sequiosos leitores, pela frontalidade e temas escolhidos, pela coragem que demonstra em quase todos os seus escritos, sendo mesmo um dos poucos atiradores de pedras para o charco de merda deste país, possivelmente até o único que tem aceitação pública para o fazer e como tal ainda consegue ver publicado o que escreve.
Deste país, não. Do charco deste país cheio de portugas de merda.
Nunca imaginou o Afonso Henriques que, com o seu altruísmo e determinação, era o iniciador de uma coisa destas ao obrigar um grupo de ibéricos a deixarem de pertencer ao reino de Castela, fundando uma coisa assumida como independente, a que mais tarde vieram a chamar um país, com nome, bandeira, hino e bilhetes de identidade próprios para os seus nativos.
Sobre isto, não tenho qualquer confusão na cabeça.
Agora ao falar de ?auto-estima?, sinceramente, não entendo patavina do que tão ilustre Ukabodesinais quer dizer.
Eu sou totalmente a favôr da ?auto-estima?, mesmo com os gênêrrês cada vez mais a chatearem-nos, mesmo com os diversos governos passados e futuros deste charco a servirem-se da ?auto-estima? para obterem os fundos necessários à compra de submarinos, para financiar as acções de ?paz? em terras do Iraque, para se auto-aumentarem, para construirem os estádios euro2004, para distribuirem os fundos necessários aos ?boys? y ?bôyas? que os aplaudem e lhes mantêm a chama viva, para desenvolver as políticas de dar o milho aos pombinhos cultivado pelos portugas de merda em regime de ditadura democrática, para mandarem para as couves quaisquer iniciativas de humanismo ou de bem estar global, para poderem garantir que o futuro já nem adeus pertence.
Sinceramente, não entendo como alguém de bom senso pode pôr em causa a tal ?auto-estima? que, afinal, ainda é das raras coisinhas que os portugas de merda ainda conseguem manter com elevado gabarito e fruto de muitos e sacrificados esforços.
Por isso estou mais confuso quando me pareceu, ao ler este texto, que me querem criar dúvidas onde elas não existiam.
Será que agora, também fruto da globalização económica e destes tempos modernos, em que finalmente temos pela primeira vez na história da humanidade um império absoluto mundial democrático e que pauta todas as suas acções apenas para criar um mundo mais civilizado e em paz, será que agora até o que para mim era ponto assente como ?auto-estima?, me querem fazer crer que é outra coisa, que nada tem a ver com o que sempre me ensinaram?
Óh meus amigos, sendo que pertencem a este charco de país e que fazem parte destes portugas de merda, pelo menos sejam mais atentos às palavras que usam, e façam até um esforço para se cultivarem um pouco mais, pois usar termos desajustados à lingua portuguesa só contribui para dar confusão. Veja-se o que era dizer ?vaca? sempre que se quer dizer Manuela F. Leite, ou ?putanheiro? quando queremos dizer D. Barroso, ou ?sexualmente alternativo? quando nos referimos a Paulo P., ou ?casa de meretrizes? se nos quisermos referir à sede do PSD, ou ?prostitutas atávicas? se queremos nomear as mães de Bragança, ou ?chulos? se queremos referirmo-nos aos dirigentes do futebol, ou ?capo mafioso? se falamos do Pina Moura, ou "papa peidas" se a conversa incluir o ministro da segurança social......
E isto apenas para pôr os pontos nos iis, que eu não quero mais confusões: ?auto-estima? é, em bom português quer queiram quer não, apenas a expressão que significa ter-se estima pelo automóvel, pelo pópó, pelo carrinho, pelo objecto mais importante que hoje em dia ainda dá alguma felicidade, daí a junção abreviada em ?auto-estima?!
E quanto ao Público de hoje, não percam a única coisa que deve ser lida de ponta a pavio, para além do artigo do M.S.T.: o ?Inimigo Público?, sempre publicado às sextas!
Pois cá para mim, ?auto-estima? sempre!
A Auto-Estima
Gosto de ler os artigos de Miguel Sousa Tavares no Público, mesmo que por vezes, não concorde com tudo o que lá vai escrito. É dos poucos comentadores que não anda a soldo de poderes nem é lambe-botas. Mas não posso deixar de sentir, de cada vez que o leio, um mal estar pela verdade e frontalidade com que escreve. O artigo de hoje (21/05) é um somatório de desilusões e fracassos, violência, corrupção e esperanças perdidas, cá dentro e lá fora. Se já andamos a bater mal devido ao garrote diário deste governo, pior ficamos depois de ler o Miguel. Apesar de conhecermos a verdade dos seus escritos, e a justeza da sua opinião.
Vem isto a propósito da tão badalada auto-estima dos portugueses. O tema, de tão corriqueiro nos dias de hoje já tem direito a conferência. E não posso deixar de sentir algum gozo e alívio ao ler a notícia de abertura deste congresso em que o principal orador foi Vasco Pulido Valente. Mesmo sem simpatizar com os seus escritos, não resisto a citar a intervenção do dito comentarista. Na sua opinião os portugueses não têm falta de auto-estima, têm é auto-estima a mais! E explica: ao longo da nossa história, os fracassos e a culpa foram sempre dos outros, por exemplo, dos jesuítas, dos judeus, dos absolutistas, dos monárquicos, dos fascistas, dos comunistas, e por aí fora. Ou seja, os portugueses têm tanta auto-estima que não admitem o seu próprio fracasso. E mais: as políticas para melhoria da nossa condição são sempre importadas de experiências no estrangeiro, para que se alguma coisa falhar a culpa não recaia em cima de nós. E conclui Vasco Pulido Valente: para encontrarmos o caminho do progresso temos de perder a nossa auto-estima, pois só se aprende com os nossos próprios erros.
Citando a notícia, parece que esta opinião fez agitar a plateia que reagiu com contra argumentos primários típicos da ?inteligentzia? dominante actual (vide Público de 21/05, pág. 11), e que no final perguntou de que modo V.P. Valente resolveria o actual estado depressivo dos portugueses.
Resposta deliciosa: com um novo ciclo de prosperidade, pois se houver mais dinheiro as pessoas sentem-se logo melhor, a depressão passará, e conferências deste tipo deixarão de ter razão de ser.
Para terminar, esclareço que não sou accionista do Público, nem amigo do Miguel Sousa Tavares, mas se não concordarem com o que atrás foi escrito garanto-vos que a culpa não é minha, é deles.
Vem isto a propósito da tão badalada auto-estima dos portugueses. O tema, de tão corriqueiro nos dias de hoje já tem direito a conferência. E não posso deixar de sentir algum gozo e alívio ao ler a notícia de abertura deste congresso em que o principal orador foi Vasco Pulido Valente. Mesmo sem simpatizar com os seus escritos, não resisto a citar a intervenção do dito comentarista. Na sua opinião os portugueses não têm falta de auto-estima, têm é auto-estima a mais! E explica: ao longo da nossa história, os fracassos e a culpa foram sempre dos outros, por exemplo, dos jesuítas, dos judeus, dos absolutistas, dos monárquicos, dos fascistas, dos comunistas, e por aí fora. Ou seja, os portugueses têm tanta auto-estima que não admitem o seu próprio fracasso. E mais: as políticas para melhoria da nossa condição são sempre importadas de experiências no estrangeiro, para que se alguma coisa falhar a culpa não recaia em cima de nós. E conclui Vasco Pulido Valente: para encontrarmos o caminho do progresso temos de perder a nossa auto-estima, pois só se aprende com os nossos próprios erros.
Citando a notícia, parece que esta opinião fez agitar a plateia que reagiu com contra argumentos primários típicos da ?inteligentzia? dominante actual (vide Público de 21/05, pág. 11), e que no final perguntou de que modo V.P. Valente resolveria o actual estado depressivo dos portugueses.
Resposta deliciosa: com um novo ciclo de prosperidade, pois se houver mais dinheiro as pessoas sentem-se logo melhor, a depressão passará, e conferências deste tipo deixarão de ter razão de ser.
Para terminar, esclareço que não sou accionista do Público, nem amigo do Miguel Sousa Tavares, mas se não concordarem com o que atrás foi escrito garanto-vos que a culpa não é minha, é deles.
quarta-feira, maio 12, 2004
Kill Bill, vol. 2
Viram o vol. 1? Não? De que estão à espera?
Não percam este vol. 2. O sr. Tarantino (lunático, sádico, genial) surpreende-nos com esta dupla dose de Kill Bill. Pode não ser o seu melhor filme, mas é sobretudo o mais cinéfilo e divertido, apesar da violência que desponta entre as longas cenas de diálogo. Por aqui passam citações de filmes de kung-fu e western-spaghetti, e não seria surpresa nenhuma ver surgir em qualquer cena o fantasma de Bruce Lee, Charles Bronson a tocar harmónica, ou Clint Eastwood a fumar o seu charuto enquanto despacha meia dúzia de pistoleiros. Relembro cenas de antologia: o encontro com Bill na cena do casamento, o incrível diálogo da protagonista com a assassina sobre o teste de gravidez, a fabulosa cena do caixão, com o écran todo o negro e o som a espalhar o horror da situação pelo espectador. A banda sonora é magnífica, e também por ela vale a pena ver este filme. Mas, e sobretudo, é um crime não ver Uma Thurman naquele que deve ser o papel da sua vida. A actriz domina todo o filme e todas as cenas, e a qualidade dos secundários mais não faz que realçar a sua presença. Deixem-se de merdas, esqueçam preconceitos e cinefilias de trazer por casa e vão já ver este filme inesquecível.
Não percam este vol. 2. O sr. Tarantino (lunático, sádico, genial) surpreende-nos com esta dupla dose de Kill Bill. Pode não ser o seu melhor filme, mas é sobretudo o mais cinéfilo e divertido, apesar da violência que desponta entre as longas cenas de diálogo. Por aqui passam citações de filmes de kung-fu e western-spaghetti, e não seria surpresa nenhuma ver surgir em qualquer cena o fantasma de Bruce Lee, Charles Bronson a tocar harmónica, ou Clint Eastwood a fumar o seu charuto enquanto despacha meia dúzia de pistoleiros. Relembro cenas de antologia: o encontro com Bill na cena do casamento, o incrível diálogo da protagonista com a assassina sobre o teste de gravidez, a fabulosa cena do caixão, com o écran todo o negro e o som a espalhar o horror da situação pelo espectador. A banda sonora é magnífica, e também por ela vale a pena ver este filme. Mas, e sobretudo, é um crime não ver Uma Thurman naquele que deve ser o papel da sua vida. A actriz domina todo o filme e todas as cenas, e a qualidade dos secundários mais não faz que realçar a sua presença. Deixem-se de merdas, esqueçam preconceitos e cinefilias de trazer por casa e vão já ver este filme inesquecível.
segunda-feira, maio 10, 2004
A DIALÉCTICA DA INCOMPETÊNCIA E A LIBERALIZAÇÃO DA MENTIRA
Os supostos culpados de pedofilia estão todos cá fora menos um.
Esse um é o único acusado que não tem uma conta bancária choruda, nem advogados de nomeada, nem amigos poderosos.
Pergunta-se:
Estarão os outros inocentes? Se estão, alguém mentiu ao acusá-los, ou a investigação se enganou e foi incompetente, ou o Ministério Público não foi suficientemente arguto a elaborar a acusação.
Outra: no verão do ano passado morreram em Portugal mais de 1500 pessoas por excesso de calor.
Na altura, o Ministro da Saúde apenas identificou meia dúzia de vitimas. Agora, quase um ano passado o ministério divulga uma extensa lista de mortes causadas pelo calor excessivo.
Das duas uma: ou o ministro foi incompetente e não investigou na devida altura as causas das mortes, ou mentiu descaradamente.
O Governo foi interpelado pelo deputado do BE sobre alegados financiamentos da CGD a um grupo económico americano ligado à família Bush para aquisição de uma parte da GALP. Ou seja, sendo a CGD a instituição bancária onde a maioria dos portugueses deposita as suas economias é justo que essa entidade se sirva do nosso dinheiro para financiar uma empresa estrangeira para a compra de uma empresa nacional? Mais: o representante português dessa empresa em Portugal chama-se Ângelo Correia, e faz parte do PSD.
Alguns jornais, entre eles o insuspeito Expresso, trazem algumas luzes sobre o tal negócio e as ligações da empresa Carlysle às empresas de Bin Laden. Quando o 1º ministro Durão Barroso se confrontou com as perguntas de Francisco Louçã pouco faltou para lhe chamar mentiroso e caluniador.
Mas entretanto a CGD confirma o financiamento, só possível com o aval do Estado, e Ângelo Correia diz que não.
Como é? Quem mente neste negócio? O 1º ministro? Ângelo Correia? O Presidente da CGD? Francisco Louçã? Será Ângelo Correia assim tão incompetente que não saiba o que se passa na empresa de que é representante? E o 1º ministro, desconhece os negócios em que se envolve o grande banco do estado?
Conclusão:
Se alguém foi incompetente e encobriu os seus erros, então está a mentir.
Se alguém mentiu no meio de toda esta trapalhada, então foi manifestamente incompetente a encobrir a verdade, pois as suspeitas de que algo não está bem vieram ao de cima.
Resumindo: o único que não mente é o ministro Bagão Félix que, segundo o Expresso, teve que recorrer a um centro de Saúde no Alentejo para lhe ser extraído um espinho de cacto duma mão, acidente grave contraído durante o fim de semana na sua herdade alentejana, quando practicava jardinagem. Acredito que o ai que o ministro soltou aquando da picada foi realmente sincero.
Tadinho!
Esse um é o único acusado que não tem uma conta bancária choruda, nem advogados de nomeada, nem amigos poderosos.
Pergunta-se:
Estarão os outros inocentes? Se estão, alguém mentiu ao acusá-los, ou a investigação se enganou e foi incompetente, ou o Ministério Público não foi suficientemente arguto a elaborar a acusação.
Outra: no verão do ano passado morreram em Portugal mais de 1500 pessoas por excesso de calor.
Na altura, o Ministro da Saúde apenas identificou meia dúzia de vitimas. Agora, quase um ano passado o ministério divulga uma extensa lista de mortes causadas pelo calor excessivo.
Das duas uma: ou o ministro foi incompetente e não investigou na devida altura as causas das mortes, ou mentiu descaradamente.
O Governo foi interpelado pelo deputado do BE sobre alegados financiamentos da CGD a um grupo económico americano ligado à família Bush para aquisição de uma parte da GALP. Ou seja, sendo a CGD a instituição bancária onde a maioria dos portugueses deposita as suas economias é justo que essa entidade se sirva do nosso dinheiro para financiar uma empresa estrangeira para a compra de uma empresa nacional? Mais: o representante português dessa empresa em Portugal chama-se Ângelo Correia, e faz parte do PSD.
Alguns jornais, entre eles o insuspeito Expresso, trazem algumas luzes sobre o tal negócio e as ligações da empresa Carlysle às empresas de Bin Laden. Quando o 1º ministro Durão Barroso se confrontou com as perguntas de Francisco Louçã pouco faltou para lhe chamar mentiroso e caluniador.
Mas entretanto a CGD confirma o financiamento, só possível com o aval do Estado, e Ângelo Correia diz que não.
Como é? Quem mente neste negócio? O 1º ministro? Ângelo Correia? O Presidente da CGD? Francisco Louçã? Será Ângelo Correia assim tão incompetente que não saiba o que se passa na empresa de que é representante? E o 1º ministro, desconhece os negócios em que se envolve o grande banco do estado?
Conclusão:
Se alguém foi incompetente e encobriu os seus erros, então está a mentir.
Se alguém mentiu no meio de toda esta trapalhada, então foi manifestamente incompetente a encobrir a verdade, pois as suspeitas de que algo não está bem vieram ao de cima.
Resumindo: o único que não mente é o ministro Bagão Félix que, segundo o Expresso, teve que recorrer a um centro de Saúde no Alentejo para lhe ser extraído um espinho de cacto duma mão, acidente grave contraído durante o fim de semana na sua herdade alentejana, quando practicava jardinagem. Acredito que o ai que o ministro soltou aquando da picada foi realmente sincero.
Tadinho!
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