sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Ainda a propósito da Noruega

Ainda a propósito da Noruega e sem pôr em causa a ideia defendida no artigo anterior, há que colocar os pontos nos iis para não caírmos, como é usual, na teoria dos paraísos “lá de fora”.
A Noruega deve a sua prosperidade e o seu bem estar ao petróleo descoberto no Mar do Norte há uns anos atrás. E colocou os proventos desta riqueza ao serviço do bem comum, ao contrário do que fazem alguns países árabes. É sabido que os países da Escandinávia eram, no ínicio do século XX os mais pobres da Europa, e que mesmo sem usufruir de riquezas naturais tão importantes como o petróleo souberam, por outras razões, dar a volta à adversidade. O clima frio, a inteligência dos governantes, a vontade popular,deram a volta ao texto. Mas…
Voltemos à Noruega. Até há dois anos atrás as infraestruturas de saúde e educação (hospitais, escolas) estavam muito degradadas. Parece que só agora os começaram a modernizar.
A Noruega é um país muito extenso e com pouca população. Para que quereriam eles uma auto-estrada de Oslo até ao círculo polar? Para fazerem patinagem no gelo? E mais: se o limite de velocidade nas estradas e auto-estradas é de 90Km/h, para que querem eles quilómetros e quilómetros de auto-estrada?
Sobre os grandes eventos internacionais, tais como Expo´s ou Europeus de futebol, é comum aos países nórdicos deixarem estas organizações para outros. A razão não terá a ver com prioridades, mas sim com a devassa das suas florestas, dos fiordes, das cidades, por gentes de outros países, pouco respeitadoras da natureza e meio ambiente e oriundos principalmente do sul da Europa. A questão é discutível, mas eles jogam o seu prestígio internacional na mediação de conflitos, ou no apoio a povos oprimidos, e não necessitam de acontecimentos de fachada que os povos do sul tanto gostam. Além disso, conviver de perto com estes povos não é muito saudável, na óptica deles. Estou a falar de racismo, embora muito bem disfarçado.
É claro que neste momento a Noruega é o país mais desenvolvido da Escandinávia, ocupando o lugar da Suécia e da Dinamarca que já vêm a sua Segurança Social e a sua Educação ameaçadas pela onda neo-liberal importada da amérdica. É certo que os noruegueses são muito bem pagos, talvez sejam o povo mais bem pago do mundo, mas também têm o custo de vida mais caro e seria interessante analisar porquê. De qualquer modo, quem nos dera a nós, portugas de merda, usufruir de 50% do bem estar doa actuais noruegueses.

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