É com muito sacrifício que abandono a gruta onde tenho meditado sobre as contas do sub-prime e as mentiras do inginheiro, o risco ao lado do coelho e os pintelhos do cartoga. Muito tenho investido em purgas e cházinhos para entender o que se passou no período pré-eleitoral, mas nem com dez sessões de tai-chi e contorcionismos de yoga isto lá foi. E para agravar a questão das troikas, e dos empréstimos, e dos juros, e se pagamos ou não pagamos, eis que a UE surge neste final de ciclo como uma entidade gastadora em hotéis de luxo, jactos privados e putas finas. Mas por aí fico descansado, o “nosso” barroso já veio dizer que a coisa está muito mal contada…
Agora, e depois de ter botado o voto na urna, escrevo aqui o meu alívio por Sócrates e seus capangas deixarem de me atormentar o sono cedendo o lugar a Coelho e sus muchachos. Se por um lado passei a dormir melhor, por outro acordo com comichões sempre que me lembro “do que aí vem”, e a “troika”, e “vamos passar muito mal mas é para nosso bem” e o caralho que os foda a todos. Mas a coisa já começou a aquecer com o chumbo do Nobre, que ainda não percebeu a diferença entre a AMI e o Cabaret da Coxa. E eu a pensar que era agora que me retirava, muito sossegadinho, porque esta merda assim já não tem qualquer interesse. Nos últimos tempos há um secretário de estado que já não é por causa de uma codrilheira que debita na tvi, um ministro que gosta de ser tratado pelo nome próprio, um primeiro ministro que voa em económica para não gastar mas afinal o bilhete é oferecido, enfim, isto promete risota até mais não. Por isso vou continuar a andar por aqui de vez em quando. Seria bom que a restante marinhagem larga-se o lastro e se pusesse a jeito. Isto teria muito mais interesse.
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