sexta-feira, março 18, 2011
Sai mais um desabafo pró monte!
Agora no rescaldo na manif à rasca, e depois de alguns iluminados desancarem nos putos, ou porque tinham rastas, ou brincos, ou roupas da zara, para além de uns cursos superiores que não interessam ao menino jesus (só é economista quem pode, e quem tem amigos bem colocados), e porque não têm direito a refilar porque a precaridade veio para ficar, e vai de se habituarem aos recibos verdes, amarelos e azuis, e aos call-centers, e aos estágios sem carcanhol, e quem os mandou assim de sopetão tirarem cursos de ralações internacionais, e animação cultural, e artes plásticas, e psicologia, e antropologia, e sociologia, tudo coisas esotéricas que não dão graveto, nem status social, nem desconto nas lojas armani, e nem sequer fazem parte do programa da católica, e depois estes tipos com rastas e brincos em sítios estranhos não têm pinta para entrar num campo de golfe, nem no tavares rico, nem no porto de santa maria, foda-se, quem os mandou tirar cursos daqueles mesmo que isso fizesse parte dos seus sonhos, já não se pode sonhar, sonhar já é proibido? E não se pode ter filhos, nem criar família, ah, mas isto seria propagar a peste dos enrascados, criar gerações e gerações de brincos na orelha, rastas e mal vestidos.
O que está a dar é economistas, gestores, advogados, contabilistas, gente com nível para ajudar o soares dos santos a fugir ao fisco e dar a volta aos trabalhadores polacos, gente com nível para intermediar as parcerias púbico-privadas e engrossar as fileiras das mota-engiles, gente com pinta para comentar na tv os meandros da economia e propor soluções que possam servir os interesses de quem lhes paga.
E é assim que nos querem obrigar a trabalhar mais e por menos dinheiro, e aumentar a idade da reforma, e ao mesmo tempo despedem o pessoal, defendem a precaridade, por causa da longevidade e da competitividade, e do caralho. Não há outra solução, dizem eles, o mundo agora é global, a economia é global, global é a tua tia, como dizia o outro. Se não há solução fabrica-se uma, por exemplo, uma central nuclear só com uma entrada e sem qualquer saída. E metia lá dentro todos estes economistas, advogados, charlatões, vendedores de banha da cobra, escrevinhadores de semanários, comentadores do mário crespo, mais o soares dos santos, o belmiro e o berardo, e aqueles banqueiros todos, mais os defensores do nuclear, e dava-lhes um taco de golfe e uma bola e um buraco e iam todos jogar golfe com iva a 6% para dentro da central, de preferência bem perto do núcleo para ficarem mais quentinhos, e fechava aquela merda e deitava a chave for a.
Dizem os estudiosos destas coisas que isto é assim há centenas de anos, que estamos perante a sobrevivência dos mais fortes, que ricos e pobres sempre houve e haverá. E eu que pensava que isso só existia em novelas da tvi.
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