quarta-feira, outubro 27, 2010

Este post não tem mesmo interesse nenhum...


É sabido que o desaparecido rei D. Sebastião criou o seu prório mito. E que volta não volta lá temos que levar com o mito (salvo seja) quer em forma de Salazar, que no entender de alguns salvou a pátria, quer agora na forma de Cavaco, que, segundo outros, vai salvar a pátria. Mas de facto isto não me interessa para nada.


Voltando ao D. Sebastião, que foi rei com a módica idade de 14 anos, que foi piamente educado segundo os canones ultra-católicos em voga na época, que como qualquer jovem do século XVI sonhava com heróicos feitos militares, que segundo boatos morreu virgem, ou por opção ou por ter preferências não heterodoxas mal assumidas, enfim este reizinho deitou tudo a perder lá pelo norte de África, onde os mouros lhe fizeram a folha, deixando Portugal sem rei e entregue à barbárie castelhana, por antecipação à profecia de Saramago. Mas de facto, este episódio da História não me interessa para nada.

É sabido que o mito sebastiânico incomodou de tal forma o rei sucessor, Filipe I, (II em Castela) que o homem passou-se e fez entregar em Lisboa um corpo supostamente do rei ausente, seu sobrinho e Sebastião de nome. Ora apesar de na época ainda não existirem testes de ADN, a populaça não acreditou na coisa, e preferiu continuar a arcar com a canga do Desejado em cima do pelo. Este corpo sem nome continua sepultado algures nos Jerónimos e a alimentar as mentes esfrangalhadas dos autótones. Mas isto tem de facto alguma importância?

O que é importante é que se D. Sebastião fosse mulher, teria concerteza as mamas grandes. E um rei, ou por outra, uma rainha, com as mamas grandes, daria de certo um bom governante e teria deixado os marroquinos em paz. E mesmo que tivesse desaparecido em qualquer batalha da treta, sempre era melhor os portugueses suspirarem por uma rainha com as mamas grandes do que por rei efeminado, beato e imberbe, ou por um economista arrogante, convencido e incompetente.



E isto é realmente o que interessa.

sexta-feira, outubro 08, 2010

E agora uma lição de antropologia

Deve ser giro conviver com a burguesia que alterna (literalmente) o poder neste país. Tratam-se por você, ronronam de prazer enquanto se cumprimentam só com um beijo na face, passeiam os audis e armanis por festas, encontros, inaugurações e jantares, discutem a sua política como se o povo fosse uma entidade abstrata algures entre plutão e a nebulosa de andrómeda, aproveitam as circunstâncias para planearem o seu futuro ou de familiares próximos em cargos relevantes de empresas públicas, público-privadas, ou simplesmente privadas, põem-se a jeito do putativo futuro 1º ministro na esperança de obterem dividendos, ou simplesmente notoriedade para planos futuros. Geralmente exibem um penteado de risco ao lado com o cabelo a tapar as orelhas e a cobrir parte da testa (os mais novos), ou compensam a falta de cabelo com uns caracóis a cobrirem a parte de trás do colarinho, o que lhes dá um ar supostamente marialva (os mais velhos). Já os de meia idade apresentam uma sobriedade que lhes dá um ar mais respeitável, qualidade imprescindível para ascenderem a secretário de estado ou mesmo ministro.


Estes seres camaleónicos, que dão pelo nome de democratas-cristãos, liberais, sociais democratas e até socialistas, enxameiam as catacumbas do poder sempre que o cheiro da podridão lhes roça pelas ventas.

São os chamados abutres do regime, ou hienas do erário público. Não fosse este senão e seria um divertimento perfeito assistir ao convívio macilento entre estes espécimens.

Desde que estivessem devidamente enjaulados, está bom de ver.

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