Antes do mais, as minhas desculpas a todas as mulheres que ganham o pãozinho de cada dia a darem o corpo ao manifesto, a este e ao outro, pois só dos filhos aqui se trata, e mesmo assim apenas de alguns, muito poucos, mas que fazem merda que vários biliões de seres não conseguem. A grande diferença entre a própria e o tal filho da puta, é que aquela ganha uns trocos à custa só do seu corpinho que sofre que se farta, enquanto os tais filhos ganham multibiliões apenas à custa dos corpinhos de todos os outros, fazendo-os sofrer a amargura de terem nascido.
Bateu-me esta ao ler ontem as declarações dum fulano, por acaso portuga, e que passo a transcrever:
"O empresário Américo Amorim está a desenvolver contactos para que a russa Gazprom venha a ser um dos fornecedores de gás natural à Galp. A contrapartida para o negócio poderá ser a entrada de uma das maiores produtoras mundiais de gás natural no capital da Amorim Energia, empresa controlada pelo empresário português, que em breve será o segundo maior accionista da petrolífera nacional, admitiu ao DN Américo Amorim. "Estou a tentar que a Gazprom venha a ser uma das fornecedoras de gás natural à Galp, o que seria excelente para Portugal", afirmou. Confrontado com a possibilidade de a contrapartida para o negócio poder ser a entrada da gigante russa no capital da Amorim Energia, o empresário adiantou: ..."Tenho muitos anos de relações coma Rússia e se puder ajudar a uma aproximação entre estas duas empresas, o que pode trazer grandes benefícios para a Galp, fá-lo-ei", acrescentou.
Ora aqui está a mais simples, directa e claríssima expressão da forma como todos, mas mesmo todos sem excepção, os filhos da puta deste mundo actuam. Descaradamente, sem grandes rodeios, à vista de todos. Só variam a lingua em que o fazem e a região do mundo onde actuam.
Atente-se não no caso em si, mas apenas na forma como se desenrola a putice.
Um filho da puta encartado, legalíssimo, com ou sem estudos nas melhores universidades da tanga do bordel, apresenta-se como um benemérito, um benfeitor, apenas com o desejo infinito de ajudar uma boa causa, sempre económica mas boa. E não é apenas o altruismo da ajuda que leva o filho da puta a ficar desassossegado, mas acima de tudo a elevada consideração social que o impele à nobre tarefa de encontar o mais excelente para um país, para muitos milhões de pessoas, para uma região ou, quiçá, o mundo todo!
Português, chinês, boliviano, indiano, inglês, saudita, americano ou de outra qualquer nacionalidade, o filho da puta apresenta-se sempre da mesma forma. Sempre numa ajuda não apenas imprescindível mas de excelência para a nação, a área ou o continente. Nunca para única e sómente seu próprio proveito. Nem nada disso, que seria uma coisa baixa, de pouca relevância e sem qualquer interesse. O filho da puta é-o precisamente porque não é egoista, nem canalha, nem mafioso, nem oportunista. Isso é para a sua mãe!
Troquem-se apenas algumas palavras no texto anterior e veja-se o resultado:
"Estou a tentar que a Univexis venha a ser a principal fornecedora de armas à IsraeliSystems, o que seria excelente para todo o médio-oriente", afirmou Ernest Simple ao NewYork Today, que apresenta na sua primeira página de ontem o resultado do bombardeamento a 43 aldeias pobres do Líbano onde morreram 724 civis. " Tenho muitos anos de relações com Israel e Arábia Saudita, e se puder ajudar a uma aproximação entre estas duas empresas, o que vai trazer grandes benefícios para a economia dos EUA, pois fá-lo-ei", acrescentou.
"Podem contar com o meu esforço para que a EnergicMaker seja a única fornecedora de urânio enriquecido à CoreanBum, que é a empresa nacional da Coreia do Sul responsável pelos silos atómicos, o que seria excelente para a região", afirmou Sir Thomas Bluff ao Japan News.
"Estou a tentar que a TransgeneticCanadá seja a maior fornecedora de milho transgénico às ONG´s de África, através de acordos de milho por diamantes e madeiras raras com os meus amigos dos governos africanos", afirmou Plesan Francis, o maior accionista da SheetFood com capitais na Trasgenetic, ao diário canadiense Sunrise. Questionado sobre o recente estudo das mortes por fome no continente africano, Plesan adiantou que "será excelente para estes países meus amigos que me deixem ajudar, pois de há mais de vinte anos que tenho muito boas relações com a exploração diamantina e de madeiras."
Na Rússia, França, Espanha, Afganistão ou outro qualquer, existem os filhos da puta que, sempre e apenas por ajuda, têm a solução excelente para a região, o país ou o mundo.
E enquanto as putas ppd (própriamente ditas) se encontram nas casas de alterne e de prostituição, os filhos reunem-se em Madrid, na Wall Street, no London College, em Hong Kong ou em qualquer lado, particularmente nas salas da União Europeia, no Capitóleo em Washington ou nas anuais órgias do G8.
Como exercício de casa, sugiro que escrevam pelo menos 1.567 frases idênticas que podem ser afirmações de qualquer filho da puta. Verão que após as primeiras 52 já até acham normal, correcto e que, afinal, não custa nada ser um filho da puta, desde que tenham uns biliões à disposição num banco qulquer que pertence, invariavelmente, a um desses filhos da puta que já o são!
terça-feira, agosto 29, 2006
sexta-feira, agosto 25, 2006
ENTÃO E AS GAJAS,PÁ?!
Anda um tipo um ano inteiro a dar ao stick, a trabalhar que nem um urso para melhorar o índice de produtividade do país, a aturar os chefes e sub-chefes e mais a corja de imbecis por aí à solta, e eis que chegam as férias. Um mês à grandex (isto é o que se chama estar no simplex), na boa, sem ter que se levantar cedo para enfiar os cornos numa fila qualquer de trânsito, quase trinta dias de ripanso, perfumado com o cheirinho das sardinhas assadas. Um mês para um tipo dar largas à vida que esteve adiada desde as ultimas férias. E praia com ele, que se lixe o Israel e a mãe dele e a prima, e às ortigas com o Irão e a mãe dele e a prima, e mais os Brush e Blaires e essa canalhagem toda...praia e é para já que se faz tarde!
É pá, aquilo é que é. Alqueires delas ali, ao sol, todas envernizadas a luzir que é uma beleza! E os raios solares a aquecerem as entranhas...uuh...assim tá bem!
Mas isso é o que a gente pensa antes de partir. Quando chegamos à praia temos o verdadeiro contacto com a realidade nacional: raios a aquecerem as entranhas, só os raios que as partam! Umas são mais gordas que as mentiras do Sócrates, outras mais feias do que o Alberto Jardim, e está tudo cheio de tias..."pecébe?".." naaaão diga, fofa, a Fifi foi liftada?"..."ó tio, pode passar-me o vixi de caramelo?"....Não há pachorra!
Mas um tipo rápidamente deduz que afinal enganou-se na praia e zás, arranca para outra. Óh não!!! Eles são os putos cheios de mães balofas, são as miúdas de quinze armadas em moranguitos, são as gordas, são as outras..!
Tudo menos gajas, pá! Gajas à séria como se vê nas fotos das revistas turísticas de praias tropicais. Gagedo à lá carte como um amigo meu me contou que havia por aí..! Mas onde, pá? Mas onde raio estão as gajas, pá?!
Já decidi: no próximo ano fico a trabalhar nas férias, um mês inteirinho, fins de semana e tudo. Olá se não fico. Pelo menos tapo a boca a alguns que andam para aí a dizer que o pessoal não trabalha, e quando trabalha é como se estivesse de férias, e tal e coisa...
Que se lixe. Para o ano não vou mais na tanga de que há gajas, pá! Se as houver, pois que vão lá ao meu trabalho que eu dou-lhes os raios...
sexta-feira, agosto 11, 2006
quarta-feira, agosto 09, 2006
O que falta ainda?
Via AspirinaB.weblog.com.pt :
A ler, no «Público» de hoje, o artigo de João Teixeira Lopes, sociólogo, «Um massacre é um massacre é um massacre é um massacre». Aqui vai um excerto.
«Eu que detesto os teocratas iranianos e a sua idolatria; eu que abomino o caudilhismo de Chávez e a cleptocracia angolana; eu que em nada defendo a presunçosa e secular ditadura Síria; eu que afirmo, como a esquerda a que pertenço, que não há nenhuma sociedade modelo ou "farol da humanidade" - nem o falecido "comunismo real", nem o autoritarismo dinástico cubano, nem a horrenda monarquia norte-coreana, nem o capitalismo selvagem da China; eu que nunca defendi ou apoiei ou armei taliban e Saddam Hussein no massacre a curdos, xiitas e comunistas, como fizeram sucessivas administrações americanas e o Governo português no tempo de Cavaco primeiro-ministro com Durão Barroso à frente dos Negócios Estrangeiros; eu que denunciei, como milhões de cidadãos e cidadãs no mundo e do mundo, a guerra contra o Iraque e a intervenção no Afeganistão, e que vejo, agora, a guerra civil, o ódio disseminado, o caos flagrante, as chacinas diárias; eu que escrevo contra essa nova vanguarda de extrema-direita, a tribo neoconservadora, detentora da luz que iluminará o mundo, os novos cruzados do império americano e da ideia pura de democracia e do seu proselitismo, os acólitos da ideia de guerra de civilizações, os tementes do relativismo e da democracia avançada (a tal que, felizmente, tudo questiona, porque não há nada que não deva ser questionado, apesar do medo que isso lhes causa), os que defendem Washington como se defendessem Roma contra os bárbaros, desculpando, é claro, e omitindo, sempre que possível, os desmandos do império, como as grosseiras e constantes violações dos direitos humanos (vejam o Iraque, o Afeganistão, o Paquistão - laboratórios inteiros em que, à custa da morte de centenas de milhares, tais peregrinas ideias se desfizeram em destroços - o que querem mais para além da prova, mais que científica, mais que experimental destes cenários de horror, o que falhou, que guerras são ainda precisas, digam-nos Helena Matos, digam-nos, José Pacheco Pereira, digam-nos, José Manuel Fernandes, digam-nos, João Carlos Espada, mas digam-nos de uma vez por todas, o que falta ainda?»
A ler, no «Público» de hoje, o artigo de João Teixeira Lopes, sociólogo, «Um massacre é um massacre é um massacre é um massacre». Aqui vai um excerto.
«Eu que detesto os teocratas iranianos e a sua idolatria; eu que abomino o caudilhismo de Chávez e a cleptocracia angolana; eu que em nada defendo a presunçosa e secular ditadura Síria; eu que afirmo, como a esquerda a que pertenço, que não há nenhuma sociedade modelo ou "farol da humanidade" - nem o falecido "comunismo real", nem o autoritarismo dinástico cubano, nem a horrenda monarquia norte-coreana, nem o capitalismo selvagem da China; eu que nunca defendi ou apoiei ou armei taliban e Saddam Hussein no massacre a curdos, xiitas e comunistas, como fizeram sucessivas administrações americanas e o Governo português no tempo de Cavaco primeiro-ministro com Durão Barroso à frente dos Negócios Estrangeiros; eu que denunciei, como milhões de cidadãos e cidadãs no mundo e do mundo, a guerra contra o Iraque e a intervenção no Afeganistão, e que vejo, agora, a guerra civil, o ódio disseminado, o caos flagrante, as chacinas diárias; eu que escrevo contra essa nova vanguarda de extrema-direita, a tribo neoconservadora, detentora da luz que iluminará o mundo, os novos cruzados do império americano e da ideia pura de democracia e do seu proselitismo, os acólitos da ideia de guerra de civilizações, os tementes do relativismo e da democracia avançada (a tal que, felizmente, tudo questiona, porque não há nada que não deva ser questionado, apesar do medo que isso lhes causa), os que defendem Washington como se defendessem Roma contra os bárbaros, desculpando, é claro, e omitindo, sempre que possível, os desmandos do império, como as grosseiras e constantes violações dos direitos humanos (vejam o Iraque, o Afeganistão, o Paquistão - laboratórios inteiros em que, à custa da morte de centenas de milhares, tais peregrinas ideias se desfizeram em destroços - o que querem mais para além da prova, mais que científica, mais que experimental destes cenários de horror, o que falhou, que guerras são ainda precisas, digam-nos Helena Matos, digam-nos, José Pacheco Pereira, digam-nos, José Manuel Fernandes, digam-nos, João Carlos Espada, mas digam-nos de uma vez por todas, o que falta ainda?»
terça-feira, agosto 08, 2006
Mudam-se os séculos, mudam-se as vontades...
É preciso criar a Pátria Portuguesa do séc. XX
O Povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses, só vos faltam as qualidades.
Almada Negreiros, "Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do séc. XX"
O Povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses, só vos faltam as qualidades.
Almada Negreiros, "Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do séc. XX"
quinta-feira, agosto 03, 2006
Sensibilidades
O israelita apontou-me a bazuca de fabrico americano e riu-se na minha cara.
Respondi-lhe, olhe que não, não sou nem árabe, nem palestino, nem muçulmano, chiita, sunita, ou o raio que me parta, tenho, isso sim, 4 filhos lá em casa a quem tenho de dar de comer, sendo um deles adoptado, outro do qual não sou o pai, e os outros dois sofrem de alergia e febre dos fenos. O israelita pareceu hesitar em premir o gatilho, eu suspendi por um milésimo de segundo a respiração, e nesse milésimo, naturalmente, fiquei sem respirar. Do outro lado da fronteira alguns palestinianos libaneses ameaçaram bater em retirada mas os tipos do Hezbolah não deixaram. O israelita da bazuca pareceu compreender a minha posição e deixou-me ir. E eu fui, atravessei a fronteira e logo um soldado com a farda do Hezbolah apontou-me a bazuca de fabrico russo à cabeça e riu-se na minha cara. Têm sentido de humor, os nativos deste sítio.
Mostrei-lhe a fotografia dos meus filhos, adoptivo incluso, mais a da minha esposa em trajes menores, o cartão de eleitor e o de descontos no Minipreço, e jurei-lhe a pés juntos que não era nem judeu, nem inglês, nem pró-americano, era, e isso era a pura da verdade, funcionário público em Fornos de Algodres, com uma dívida ao banco pela casinha que comprara, o carrinho que era a luz dos meus olhos, a amante ucraniana que dançava na discoteca "El Andaluz", enfim, um mártir das circunstâncias. Ainda não tinha acabado e já o tipo deixava escorrer uma lágrima tímida pela bochecha, fungou, voltou as costas, atravessou a fronteira e foi entregar-se ao israelita da bazuca americana que de imediato o fuzilou com uma bazucada certeira no umbigo.
Depois, foi um chuver de bombas sobre os civis libaneses que nem tiveram tempo de bater em retirada.
Há povos muito sensíveis em algumas partes do mundo.
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