sexta-feira, dezembro 31, 2004

As minhas previsões para 2005

Sócrates e o PS ganharão as eleições em Fevereiro mas sem maioria absoluta. Voltará o folhetim do queijo limiano.
Sócrates não aguenta a pedalada e pede a demissão. É substituído por Guterres.
A oposição passa a ser liderada por Santana Lopes que exije a demissão do governo e eleições antecipadas.
Paulo Portas emigra para o Burkina Fasso devido a envolvimento em escândalos sexuais.
Cinha Jardim é eleita presidente do CDS-PP.
Jorge Sampaio sofre outra arritmia mas recupera bem.
Sócrates entra na Quinta das Celebridades II com Santana Lopes que entretanto suspende a presidência do PSD. Morais Sarmento é o novo presidente substituto.
Guterres abandona o lugar de 1º ministro e anuncia a sua candidatura à presidência da Républica.
António Vitorino toma-lhe o lugar, mas desiste ao ser convidado para presidente da comissão europeia devido ao abandono do lugar por parte de Durão Barroso.
Durão Barroso é eleito secretário geral do MRPP devido ao abandono de Garcia Pereira que funda o MRPP-reconstruído.
Jerónimo de Sousa é convidado a supervisionar as oitavas eleições na Ucrânia, e desaparece sem deixar rasto. Odete Santos deixa o teatro para ocupar o lugar de secretária-geral do PCP.
Sócrates irrita-se com Santana na Quinta das Celebridades e abandona o programa.
Santana Lopes vence sózinho e arrecada uma bela maquia para pagar as dívidas contraídas enquanto presidente da Câmara da Figueira da Foz e de Lisboa.
Face à quebra de vendas do queijo limiano, o governo PS cai e é substituído pela direcção da Confederação da Indústria Portuguesa.
Sampaio demite-se da Presidência por não ter nada para fazer e pede a reforma.
Todos os deputados, menos os do BE pedem a demissão.
Francisco Louçã é eleito presidente da Assembleia da República.
Santana Lopes é eleito presidente da República mas desiste antes de tomar posse.
Face aos acontecimentos, o povo demite-se e emigra. Os países asiáticos devastados pelo tsunami são o novo destino.
Espanha anexa o que resta de Portugal, e transforma-o numa coutada de caça e balão de ensaio para políticas de risco.
Cinha Jardim aprende castelhano e torna-se amante de Zapatero.
Paulo Portas regressa para aprender castelhano e tornar-se amante de Zapatero, mas este recusa.
Santana Lopes aprende castelhano para ser o motorista de Zapatero.
Sócrates aprende castelhano para ver se consegue aprender alguma coisa.
O ano de 2005 chega ao fim sem mais nada de interesse para contar.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Enchi o Saco!

Enquanto o parlamentar Silva discursava disparando insultos e gafanhotos por todo o hemiciclo, o parlamentar Costa dormitava e sonhava com havaianas nuas a dançar ao som do ukelele, o parlamentar Sousa tirava com precisão a cera dos ouvidos com o saca-rolhas, o parlamentar Santos coleccionava burriés na base do microfone, a disponente Mafalda fazia a pedicure ao adjunto, e o presidente engolia sapos vivos que retirava de um balde a seus pés, eu tratava de tentar encher o saco, tarefa que completei ao cabo de 3 meses sem comer nem dormir, nem sequer ir a casa pôr o rinoceronte a fazer as necessidades, sei lá o estado de sítio em que tudo aquilo estaria.
Fechei o saco com a guita que o consul de Myanmar me presenteara pelos serviços prestados, e corri ao mcdonald´s mais próximo a fim de matar a fome e a sede.
Tive azar.
Era dia de macrobiótica e os bushinhos de plástico estavam esgotados, pelo que tive de optar pela cantina do parlamento, onde o manjar não vai além de postas de peixe-espada e dos arrotos da praxe. Já ia na oitava posta quando o Elias me ligou esbaforido a exigir que viesse logo, pois o 1º ministro caira da incubadora e fracturara o externo. Engoli o que restava do peixe-espada com espinhas e tudo, emborquei o que restava do último bidon de cerveja, arrotei com estrondo e corri da cantina para fora esmagando o crânio ao chefe Lemos que procurava o cromo do Figo debaixo da mesa. Apanhei o saco no caminho e entrei no gabinete do Elias sem bater no porteiro que ficou a olhar para mim suplicante.
Já lá estavam todos: o Teles da mercearia, o construtor, a carpideira, o Aníbal, o intelectual e o apanha-bolas. Onde está o 1º ministro? Perguntei espirrando suor, baba e espuma de cerveja por todos os lados. O Elias olhou para mim com ar reprovador e a carpideira parou de carpir.
Que andaste a fazer até agora? Temos de tomar já uma decisão urgente e tu a encher o saco num canto qualquer sem dar cavaco! Temos de descartar responsabilidades deste caso!
O Teles da mercearia pôs o dedo no ar a medo: Podíamos dizer que o externo já vinha partido da fábrica... O Elias praguejou (em inglês, diga-se) e deu um murro com tal força na secretária que esta saiu dali a ganir. É sempre assim quando se irrita.
Incompetentes! Estou rodeado de incompetentes! Gritou ele acordando o ministro da Abundância que ainda não sabia se existia. E saiu porta fora deixando-nos a todos parados e ambasbacados a olhar uns para os outros. É claro que o ministro aproveitou e pediu logo ali a demissão, enquanto o Teles olhava para o próprio dedo com ar de desconfiado. O Aníbal ainda tentou dizer qualquer coisa, mas a carpideira começou de novo a chorar. O construtor e o intectual saíram de mão de dada, e eu pensei para comigo que o apanha-bolas até nem era um mau bode expiatório. Mas tive pena dele, o gajo não merecia. Assim, peguei no saco e empurrei o apanha-bolas porta fora, a carpideira que se lixasse.
Desta vez não me esqueci de bater no porteiro que me agradeceu a escorrer sangue, e todos os três, eu, saco e apanha-bolas lá fomos à tasca mais próxima comemorar.
Não é todos dias que um 1º ministro cai da incubadora.
Bebemos uns copos, fizemos umas saúdes, e no final já bem bebidos cantámos o hino nacional. De volta ao parlamento esvaziei o saco na escadaria principal e pela primeira vez em quase 3 meses senti-me quase feliz.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

ELES QUE SE CUIDEM!

E agora? - perguntou-me o sr. Zé por detrás do balcão na tasca onde entrei para comprar um maço de Português Suave sem filtro.
Referia-se o sr. Zé ao anúncio feito pelo presidente da república de dissolver a assembleia e eu, que não ligo ao que se passa por aí para além do futebol, fiquei com aquela cara de parvo que me é costume quando o Benfica perde e apenas lhe disse - Agora, o quê?
Foi assim que fiquei a saber daquilo, que o Santana e os outros todos estavam numa situação quase igual à minha, de empregado a termo certo de 2 meses.
Pôrra!, exclamei quando ia a caminho de casa. Logo agora que isto até estava mais ou menos, com um tipo no governo que até já foi presidente de um clube de futebol, fala bem e até me lembro vagamente de dizer que ia continuar a pôr isto no lugar que o seu tio, ou primo, já não me lembro bem, que lá estava antes dele, disse que ia fazer neste país.
Vamos lá a ver em que é que isto vai dar. Só espero que estes gajos não comecem a monopolizar a televisão com discursos e tretas, tirando o tempo de televisão às notícias do futebol e jogos.
O importante é que os gajos não se armem em parvos e deixem o pessoal assistir aos jogos a horas decentes e dêem mais dinheiro aos clubes, porque se assim não fôr, ainda sou capaz de me passar para a oposição ou lá o que é isso. Eles que se cuidem!